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sexta-feira, 26 de junho de 2015

Os sinais do tempo

Ele, porém, lhes respondeu: Chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado; e, pela manhã: Hoje, haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?” (Mt.16.2-3)

O evangelho circulou o mundo e perdurou em diversas nações por muitos séculos. Multidões e nações se renderam ao governo do Senhor Jesus e se submeteram ao viver santo e agradável do Senhor. Contudo, “outra geração após eles se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco as obras que fizera” (Jz.2.10). Essa geração atual caminha apagando as marcas que o evangelho deixou nos lugares onde foi bem recebido, no passado. Desta forma, a iniquidade aumenta e se prolifera e se aproxima do limite estabelecido por Deus, indo em direção ao juízo.
Isso aconteceu outras vezes, conforme revela a Escritura sobre os dias do dilúvio, Sodoma e Gomorra, Egito, Cananeus e até Israel. Em todos os casos a Palavra de Deus nos mostra o mesmo percurso até a chegada do “dia do SENHOR” sobre os ímpios: paulatinamente o pecado se proliferou até devastar todos os corações. Em sua muita paciência, Deus tolerou o viver leviano do ser humano, concedendo aos homens tempo suficiente para que se arrependessem de seus pecados, pois “benigno e misericordioso é o SENHOR, tardio em irar-se e de grande clemência.” (Sl.145). Contudo, em todos os casos, em que chegou o dia do juízo, o povo não atendeu ao chamado de Deus, antes aumentou seus pecados contra o Criador até receber a justa ira divina.
Nossos dias não são diferentes. O cenário mundial está sendo preparado para ser alvo da justa ira de Deus. Desde o retorno ao classicismo (humanismo, renascentismo, iluminismo), a história vem testemunhando a degradação desenfreada das nações. Os valores cristãos difundidos no mundo vêm sendo apagados pouco a pouco. O Deus Criador havia sido substituído pela ocasional evolução, e, sem Deus, tudo se tornou relativo, de forma que os valores absolutos cristãos passaram a ser questionados, um após o outro. Sendo assim, houve um percurso até o mundo chegar ao status de Sodoma e Gomorra de nossos dias. Semelhante ao que o diabo fez com Eva, ele foi cercando o mundo, e também a igreja, com suas mentiras, até conseguir seu objetivo: “matar, roubar e destruir” (Jo.10.10).
Você se lembra das piadas sobre o homossexualismo? Lembra-se dos apelos à tolerância em nome de um suposto amor? Lembra-se dos casamentos mistos tolerados no meio da igreja? Lembra-se que a tolerância sempre tinha aparência de piedade? Talvez, agora, você perceba que o diabo estava por trás de muitos desses enganos. Quando a Verdade é relativizada, por qualquer que seja a razão, então a mentira amplia o seu reino, abrindo portas para todo engano. E, em dias assim, ouço as Palavras do profeta Isaías protestarem, dizendo: “Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar. Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado como presa. O SENHOR viu isso e desaprovou o não haver justiça.” (Is.59.14-15).
O que o cristão deve fazer diante de tudo isso? Primeiramente, não deve ter medo, pois o Senhor Jesus já venceu o mundo e tem tudo sob controle (Rm.8.28-39). Em segundo lugar, o cristão deve continuar lutando pela Verdade, batalhando “diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd.3). Além disso, deve preparar a própria vida para a volta de Jesus. Não sabemos quando Ele virá, mas seja qual for o dia, devemos estar prontos. A igreja deve ser um abrigo para os perseguidos por causa da justiça; uma escola para aperfeiçoar os cristãos no conhecimento da Verdade; e, um quartel general para capacitar os soldados de Jesus para a batalha, afinal “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Ef.6.12)

terça-feira, 16 de junho de 2015

Só Deus é bom!

E pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.
(Mc.10.17-18)

Passou-se o tempo em que o cristianismo dava glórias somente a Deus. Hoje, não somente temos santos para todos os dias, mas homens e mulheres, pais e mães que se tornaram ídolos da sociedade, recebendo atributos divinos os mais variados. Uma geração estressada, por causa do hiperativismo, tem sentido uma forte necessidade de se auto afirmar, exaltando a própria natureza para não entrar em depressão. Contudo, a autoexaltação, ou mesmo autoafirmação, não são a solução para uma geração com problemas psicoemocionais.
Era comum, nos dias de Jesus, chamar um rabino de “bom mestre”, uma forma respeitosa de tratar alguém que se dedicava ao ensino. Contudo, Jesus refuta tal elogio com uma crítica: somente Deus é digno de tal predicativo, pois somente Deus é bom. Todos os homens são pecadores e, portanto, maus em seus desígnios e pensamentos, afinal “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr.17.9). Jesus é direto em corrigir a ideia de que o homem possa ser considerado bom, pois quando o homem se acha bom, ele despreza sua necessidade de Deus, usurpando um atributo que pertence somente ao Senhor.
É fundamental observar que as “testemunhas de Jeová” estão muito longe da Verdade, ao considerarem que esse texto refuta a divindade de Cristo. O jovem rico não se aproximou de Jesus reconhecendo sua divindade. Para o jovem, Jesus é apenas um mestre, um rabi, como muitos outros em Jerusalém. Portanto, o adjetivo usado pelo jovem para qualificar Jesus era também usado para qualificar outros mestres, e os fariseus, de onde procedia a maioria dos rabinos, gostavam de tais elogios, pois praticavam “todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas. Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.” (Mt.23.5-7). Jesus toma uma atitude humilde, completamente diferente da atitude vaidosa dos fariseus, atribuindo toda a glória a Deus, afinal Cristo veio ao mundo em forma humana para ser nosso salvador, e, para isso, Ele deveria ser perfeito homem em todas as coisas, a fim de ser o segundo Adão, capaz de morrer em nosso lugar (Fp.2.5-8). O que está em questão no texto não é a divindade de Jesus, mas sua perfeita humanidade, sua fidelidade às Escrituras, a fim de que em tudo seja perfeito e fiel a Deus.
No entanto, para a presente geração, provavelmente, será considerado “desnecessário” o que Jesus fez. Certamente, o chamariam de radical ou coisa semelhante. Porém, quando o homem não conhece a si mesmo da forma correta, ele se acha “suficiente” e “poderoso” demais para necessitar de Deus. O ser humano precisa se ver como pecador, carente da redenção e do poder santificador de Deus. O homem precisa se ver imperfeito e insuficiente, limitado e dependente para que busque em Deus a graça e misericórdia, a sabedoria e poder para viver uma vida plena para a glória de seu Criador.
O problema é que vivemos numa geração de autocomiseração, que atribui a si toda a glória, envaidecida por causa dos grandes avanços na tecnologia, em geral. A moda é falar de si mesmo, e isto perpassou o mundo em direção às igrejas locais onde Cristo está deixando de ser o centro da vida cristã. Homens estão tomando o lugar de Deus, exaltando a si mesmos como se alguma coisa dependesse deles. Multidões estão seguindo famosos e preletores estão falando mais de suas “proezas” do que da glória de Jesus. Isso explica, também, a busca incessante por títulos universitários desde a graduação até o Phd, muitos dos quais são apenas títulos, realmente. Mas, o conforto tecnológico alcançado e a busca desmedida por títulos têm exigido um alto preço. Vivemos o maior índice de doenças variadas de toda a história humana, e dentre as quais estão as doenças psicossomáticas. E para tentar resolver o problema, o homem retira o senso de culpa pelo pecado, enaltecendo a natureza humana ao extremo, se considerando autossuficiente em tudo. E dentre os adjetivos predicados ao homem, está sua suposta bondade e potencialidade para tudo.
Portanto, além do recorde de doenças, esta geração vive a culminância do “benfeitorismo”. Nos dias dos imperadores romanos, estes costumavam ser chamados de benfeitores por suas “generosas” dádivas aos pobres. Isso atraía o favor do povo e, consequentemente muitos elogios e adeptos ao seu governo. A iniciativa voluntária está em alta, em nossos dias. Em parte isso não é ruim, pois de fato as necessidades são muitas. Contudo, tais iniciativas, em grande medida servem para enaltecer o próprio homem. Desta forma, multidões são atraídas à “bondade” de seus “benfeitores”, renunciando buscar em Deus toda a vida e salvação; e, deixando de atribuir ao Senhor toda a glória. Tudo o que distancia o homem de Deus deve ser considerado ruim, maligno, enganoso, pois longe de Deus o homem jamais alcançará a salvação. Afinal, aparência de piedade não produz a glória de Deus (Mt.16.21-23).

Se você não consegue perceber as sutilezas do que o mundo diz, em suas frases bonitas, com grande aparência de piedade, “negando, entretanto, o poder de Deus” (2Tm.3.1-5), peça ao Senhor sabedoria, leia mais a Bíblia e busque auxílio naqueles que Deus chamou e capacitou para pastorearem a igreja por meio do fiel ensino das Sagradas Escrituras. A igreja tem uma importante missão neste mundo de mentiras, e não pode fraquejar diante das barreiras postas no caminho: a igreja de Deus é “coluna e baluarte da verdade” (1Tm.3.15). Uma das grandes Verdades ensinadas pelas Escrituras é que SÓ DEUS É BOM.