“E pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e,
ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.”
(Mc.10.17-18)
Passou-se o tempo em que o cristianismo dava glórias
somente a Deus. Hoje, não somente temos santos para todos os dias, mas homens e
mulheres, pais e mães que se tornaram ídolos da sociedade, recebendo atributos
divinos os mais variados. Uma geração estressada, por causa do hiperativismo,
tem sentido uma forte necessidade de se auto afirmar, exaltando a própria
natureza para não entrar em depressão. Contudo, a autoexaltação, ou mesmo autoafirmação,
não são a solução para uma geração com problemas psicoemocionais.
Era comum, nos dias de Jesus, chamar um rabino de “bom
mestre”, uma forma respeitosa de tratar alguém que se dedicava ao ensino.
Contudo, Jesus refuta tal elogio com uma crítica: somente Deus é digno de tal
predicativo, pois somente Deus é bom. Todos os homens são pecadores e,
portanto, maus em seus desígnios e pensamentos, afinal “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o conhecerá?” (Jr.17.9). Jesus é direto em corrigir a ideia
de que o homem possa ser considerado bom, pois quando o homem se acha bom, ele
despreza sua necessidade de Deus, usurpando um atributo que pertence somente ao
Senhor.
É fundamental observar que as “testemunhas de Jeová”
estão muito longe da Verdade, ao considerarem que esse texto refuta a divindade
de Cristo. O jovem rico não se aproximou de Jesus reconhecendo sua divindade.
Para o jovem, Jesus é apenas um mestre, um rabi, como muitos outros em
Jerusalém. Portanto, o adjetivo usado pelo jovem para qualificar Jesus era
também usado para qualificar outros mestres, e os fariseus, de onde procedia a
maioria dos rabinos, gostavam de tais elogios, pois praticavam “todas as suas obras com o fim de serem
vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas. Amam
o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as
saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.” (Mt.23.5-7).
Jesus toma uma atitude humilde, completamente diferente da atitude vaidosa dos
fariseus, atribuindo toda a glória a Deus, afinal Cristo veio ao mundo em forma
humana para ser nosso salvador, e, para isso, Ele deveria ser perfeito homem em
todas as coisas, a fim de ser o segundo Adão, capaz de morrer em nosso lugar (Fp.2.5-8).
O que está em questão no texto não é a divindade de Jesus, mas sua perfeita
humanidade, sua fidelidade às Escrituras, a fim de que em tudo seja perfeito e
fiel a Deus.
No entanto, para a presente geração, provavelmente,
será considerado “desnecessário” o que Jesus fez. Certamente, o chamariam de
radical ou coisa semelhante. Porém, quando o homem não conhece a si mesmo da
forma correta, ele se acha “suficiente” e “poderoso” demais para necessitar de
Deus. O ser humano precisa se ver como pecador, carente da redenção e do poder
santificador de Deus. O homem precisa se ver imperfeito e insuficiente,
limitado e dependente para que busque em Deus a graça e misericórdia, a
sabedoria e poder para viver uma vida plena para a glória de seu Criador.
O problema é que vivemos numa geração de
autocomiseração, que atribui a si toda a glória, envaidecida por causa dos
grandes avanços na tecnologia, em geral. A moda é falar de si mesmo, e isto
perpassou o mundo em direção às igrejas locais onde Cristo está deixando de ser
o centro da vida cristã. Homens estão tomando o lugar de Deus, exaltando a si
mesmos como se alguma coisa dependesse deles. Multidões estão seguindo famosos
e preletores estão falando mais de suas “proezas” do que da glória de Jesus. Isso
explica, também, a busca incessante por títulos universitários desde a
graduação até o Phd, muitos dos quais são apenas títulos, realmente. Mas, o
conforto tecnológico alcançado e a busca desmedida por títulos têm exigido um
alto preço. Vivemos o maior índice de doenças variadas de toda a história humana,
e dentre as quais estão as doenças psicossomáticas. E para tentar resolver o
problema, o homem retira o senso de culpa pelo pecado, enaltecendo a natureza
humana ao extremo, se considerando autossuficiente em tudo. E dentre os
adjetivos predicados ao homem, está sua suposta bondade e potencialidade para
tudo.
Portanto, além do recorde de doenças, esta geração
vive a culminância do “benfeitorismo”. Nos dias dos imperadores romanos, estes
costumavam ser chamados de benfeitores por suas “generosas” dádivas aos pobres.
Isso atraía o favor do povo e, consequentemente muitos elogios e adeptos ao seu
governo. A iniciativa voluntária está em alta, em nossos dias. Em parte isso
não é ruim, pois de fato as necessidades são muitas. Contudo, tais iniciativas,
em grande medida servem para enaltecer o próprio homem. Desta forma, multidões
são atraídas à “bondade” de seus “benfeitores”, renunciando buscar em Deus toda
a vida e salvação; e, deixando de atribuir ao Senhor toda a glória. Tudo o que
distancia o homem de Deus deve ser considerado ruim, maligno, enganoso, pois
longe de Deus o homem jamais alcançará a salvação. Afinal, aparência de piedade
não produz a glória de Deus (Mt.16.21-23).
Se você não consegue perceber as sutilezas do que o
mundo diz, em suas frases bonitas, com grande aparência de piedade, “negando,
entretanto, o poder de Deus” (2Tm.3.1-5), peça ao Senhor sabedoria, leia mais a
Bíblia e busque auxílio naqueles que Deus chamou e capacitou para pastorearem a
igreja por meio do fiel ensino das Sagradas Escrituras. A igreja tem uma
importante missão neste mundo de mentiras, e não pode fraquejar diante das
barreiras postas no caminho: a igreja de Deus é “coluna e baluarte da verdade”
(1Tm.3.15). Uma das grandes Verdades ensinadas pelas Escrituras é que SÓ DEUS É
BOM.
Amém Rev. Que Deus continue abençoando sua vida, família e ministério.
ResponderExcluirAmém!
ResponderExcluirMuito obrigado, amado reverendo!
O SENHOR continue abençoando você também.