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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Por que celebrar o natal?


Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.” (Cl.2.8)

Se você me perguntasse qual a razão de adorar a Deus, lhe responderia com o Salmo 100, porque “o SENHOR é Deus; foi Ele quem nos fez, e dEle somos” (Sl.100.3). Se você me perguntasse qual a razão de não matar ou roubar, lhe responderia com Êxodo 20 e Mateus 5 onde Deus ordena seus mandamentos para todos os homens. Se você me perguntasse sobre a razão de crer em Cristo, lhe responderia com o livro de Romanos, demonstrando, assim, que sem Cristo não há remissão de pecados. E se você me perguntasse sobre a razão de celebrarmos a Ceia do Senhor, lhe responderia com Mateus 26.26-30 e 1 Coríntios 11.23-34, mostrando por meio desses, e outros, textos que é uma ordenança do Senhor. Desta forma, todas as práticas da igreja possuem na Palavra de Deus seu fundamento, revelado de forma clara ao povo de Deus. Porém, se eu perguntasse para você sobre a razão pela qual comemora o Natal, quais seriam sua base e resposta?
Filmes, propagandas e mensagens conclamam todos a sorrir, pois Natal é tempo de falar coisas bonitas, trocar presentes, festejar com os amigos. Essa é a mensagem que todas as mídias anunciam, insistentemente, às pessoas, motivando-as, também, a gastarem o 13º salário em compras desnecessárias. Então, motiva-se que por um dia, as pessoas assumam o “espírito natalino”, fazendo e dizendo coisas boas para desencargo da consciência de quem falou e fez o que era mau o ano inteiro. Mas, como é possível se contemplar a beleza da vida sem retirar dela a sujeira que a deixa feia? Como viver o amor fraternal sem remover a hipocrisia e a dureza do coração pecador? Afinal, de que adianta enfeitar prédios se o coração das pessoas está sujo, vestir lindas roupas se a vida está submersa em pecados, “semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt.23.27) e fazer bonitas programações se nem mesmo Deus suporta mais o povo, dizendo: “tomara houvesse entre vós quem feche as portas” (Ml.1.10).
Você já percebeu que não se prega sobre o pecado nos dias que circundam o Natal? Já é difícil os pregadores apontarem os pecados das pessoas no dia a dia quanto mais em dias de festa, quando todo mundo quer apenas trocar presentes, realizar banquetes e sorrir para todo mundo, jogando as sujeiras do velho ano para debaixo do tapete. Falar sobre pecado é chato, coisa de pastor ranzinza, e logo estará se tornando crime. A moda é falar de autoestima, ensinando as pessoas a pensar positivo, fingindo que tudo está bem. Afinal, o homem é apenas fruto do meio e seus pecados são justificados não por Cristo, mas por qualquer trauma que ocorreu na infância, diz o mundo. Por isso, as pessoas querem mensagens bem ornamentadas, bonitas e confortáveis para massagearem o ego dos pecadores de mente cada vez mais cauterizada, desprezando, assim, o fato de que foi exatamente para retirar o poder do pecado sobre o pecador que Cristo foi enviado ao mundo.
Que espécie de festa é o Natal? De um lado está o famoso papai Noel de outro uma manjedoura. Em pleno verão, a mais de 30º C, os shoppings são enfeitados com pinheiros e neve, com um papai Noel todo agasalhado em dias de sol escaldante. A TV fala de espírito Natalino, mas transmite todo tipo de programação anticristã o ano todo. As pessoas falam de nova vida, mas só as vemos de roupas novas; falam de buscar Deus, mas correm para as lojas e não para as Escrituras onde de fato podem encontrá-lo; falam de amor e preparam bonitas ceias, mas viram as costas para os famintos nas ruas; falam de Natal sem fome, mas deixam crianças o resto do ano sem comer. Para muitos não comemorar o Natal é um sacrilégio, mas desprezam a lei do Senhor o ano inteiro. O mundo fala de vida, mas está morto em seus delitos e pecados (Ef.2.1). E, assim, o evangelicalismo está se tornando mera autoajuda para pessoas que nem mesmo sabem que precisam ser ajudadas. Parece-me, então, que não somente a data do Natal é fictícia, mas a vida de muitos cristãos e os sentimentos daqueles que circundam a data.
Por que, então, é preciso comemorar o Natal? Não há nas Escrituras uma só referência a esta data. A data do nascimento de Jesus é completamente desconhecida e nem mesmo sua morte e ressurreição, que ocorreram na páscoa (data certa), foram comemoradas pelos discípulos, nos dias do primeiro século da era cristã. O livro de Atos dos apóstolos não registra a celebração de nenhuma festa judaica nem muito menos pagã por parte da igreja neotestamentária, pois Cristo havia cumprido todas as festas veterotestamentárias e os gentios convertidos deveriam se afastar de qualquer culto pagão (At.15.20). Em nenhuma das cartas às igrejas aparece qualquer ordenança a celebrações de festas, nem mesmo a páscoa, mas, sim, se ensina a não praticá-las (Cl.2.16). A única celebração ensinada na Bíblia é o culto ao Senhor onde ocorria, também, a Ceia ordenada por Jesus, sacramento que faz referência a sua morte e ressurreição e que deve acompanhar a vida da igreja durante o ano inteiro, a páscoa cristã (1Co.11.23-34).
Mas, como surgiu o Natal? O Natal “cristão” foi uma estratégia evangelística da igreja após sua ascensão e teve sua utilidade na época. Os cristãos fizeram a substituição de uma festa pagã romana celebrada no dia 25 de dezembro onde se comemorava o nascimento do deus-sol, ou seja, o dia mais curto do ano (solstício de inverno no hemisfério norte). A partir do século IV, as festas pagãs receberam novas roupagens e o dia em que se comemorava o deus-sol passou a ser designado o dia do nascimento de Jesus, fazendo referência ao adjetivo que o Messias recebeu do profeta Malaquias: “sol da justiça” (Ml.4.2). No entanto, o que fora uma estratégia evangelística tornou-se uma tradição e com o passar do tempo foi sacramentalizada pelo cristianismo substituindo o simples e puro ensinamento da Escritura sobre o culto ao Senhor.
Portanto, o Natal não é uma festa bíblico-cristã e possui alguns problemas sérios ao ser celebrado pelo cristianismo. O primeiro problema é a alimentação de uma mentira, a ideia de que Jesus nasceu nesse dia. O cristão deve falar só a verdade (Mt.5.37) e já que não sabemos quando Jesus nasceu, pois Deus não nos revelou isso, então não devemos criar datas fictícias para celebrar seu nascimento. Deus quer que nos contentemos com sua revelação, de forma que ela nos baste para reger toda nossa vida (Gn.3.5-6; Dt.29.29). Lembremos que um dos principais erros do cristianismo do final da idade média foi não contentar-se com a Palavra de Deus (infelizmente, estamos cometendo os mesmos erros com outras aparências). Em segundo lugar, a criação de festa religiosa extra bíblica demonstra o não contentamento com o culto puro e simples ordenado por Deus (Jo.4.22-24). O terceiro problema se revela na sacramentalização da festa. Os evangélicos reclamam que católicos criaram festas religiosas não ensinadas nas Escrituras, mas quando o pastor diz que não será comemorado o Natal, pois não é uma festa cristã, tem gente que até adoece e pensa que a liderança está cometendo um pecado contra Deus. A tradição natalina, portanto, já ocupou lugar nos altares idólatras do coração humano e, ainda, tem sido pedra de tropeço ao acomodar as pessoas a um dia de benfeitorias, desviando, assim, os cristãos de uma vida cristã autêntica, pura, simples e cheia de amor todos os dias, não apenas um dia no ano.
Devemos lembrar ainda que para falar sobre Jesus é preciso, primeiro, falar sobre o pecado. A Palavra de Deus não começa com o nascimento de Jesus, mas com a criação perfeita que peca contra Deus carecendo, então, ser restaurada (Gn.1-3). Foi exatamente o que o apóstolo Paulo fez em sua exposição do projeto redentor de Deus na carta aos Romanos (Rm.1.18). Quando não há problema não há necessidade de solução. Desta forma, Natal sem calvário é apenas sentimentalismo humanista hipócrita, não tem valor algum e ainda cauteriza as mentes, fazendo-as ignorar os pecados, razão pela qual Cristo veio morrer. E, sem confissão de pecados não há perdão. A vinda de Jesus teve propósito específico: morrer por pecadores. Ele não veio ensinar um estilo de vida bonito para pessoas nas quais ele acreditava serem essencialmente boas. Esta é a mensagem que o mundo tem pregado, destruindo a verdade de que todos são maus e a única esperança para uma vida melhor está na graça e misericórdia divinas que pelo Espírito Santo podem operar eficazmente no pecador que ouve a Palavra de Deus.
A data do Natal é simplesmente fictícia e sua festa não foi instituída pela Escritura e, portanto, não pode ser ensinada, tornando-a uma festa religiosa cristã. Além disso, se um dia a troca do Natal pagão pelo Natal cristão trouxe algum benefício, hoje em dia a data de Natal tem pouca, ou mesmo nenhuma, relevância, tendo em vista a presença marcante do papai Noel e o espírito consumista. Desta forma, se querem falar de Natal, ou seja, do nascimento do Salvador, devem fazê-lo todos os dias do ano, sempre pregando sobre o propósito para o qual Ele nasceu: Salvar o pecador do pecado. Sem o pecado não haveria necessidade de Cristo nascer; sem reconhecimento dos pecados, arrependimento, confissão e mudança de vida, o nascimento do Salvador não tem efeito na vida do homem, pois não há perdão e vida eterna para quem não reconhece e se arrepende de seus pecados. Por conseguinte, o cristão deve ser mais criterioso antes de assumir tradições e mais zeloso com o simples e puro ensinamento da Escritura, para que o mundo não o confunda com ensinos aparentemente bonitos (Ef.4.14; 2Tm.3.5), mas que não foram ordenados pelo Senhor.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Para que casar?

As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.” (Ct.8.7)

Há muitos livros que falam sobre o casamento. Boa parte deles se propõe a repassar “segredos” para um casamento feliz. No entanto, o criador de todas as coisas nos ensina tudo que precisamos saber sobre o casamento, sem segredo algum, a fim de que o homem constitua uma família para a glória do Senhor. Gostaria de resumir esse ensino do Senhor em duas palavras: Temor e Amor.
A família não é instituição à parte de Deus. Em basicamente todas as culturas, o homem evoca o testemunho divino e faz votos perante a divindade na hora do casamento. Mas, quando se refere ao relacionamento entre cristãos, o testemunho de Deus se torna mais atuante, pois o NOME do Senhor está presente entre Seu povo e Deus zela para que “santificado seja o Teu NOME; venha o Teu Reino; faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt.6.9-10). Por isso, a primeira palavra fundamental para um casamento bem sucedido é: TEMOR.
Mas, temor a quem? Obviamente a Deus, o único que deve ser temido por todos os homens. Os jovens que se interessarem um pelo outro devem, muito antes de gostar um do outro, temer o Senhor, nosso Deus. O temor a Deus fará com que eles se preservem, fugindo das tentações, para que não pequem contra o Deus de suas vidas. Sendo fiéis, colherão as bênçãos do Senhor que terá prazer em fazê-los felizes. No entanto, se amarem mais os prazeres da carne do que o Deus de nossa salvação, o jovem casal sofrerá a amargura de um relacionamento conduzido pelo coração pecador de ambos. Após saciarem seus desejos verão que não sobrará mais nada e perceberão que a felicidade não está na carne, mas no Espírito Santo de Deus. No casamento, conhecerão os defeitos um do outro e, longe do Senhor, não conseguirão vencê-los, desgastando-se, assim, durante todos os seus dias juntos.
A segunda palavra fundamental para a formação de uma família saudável é: AMOR. No ocidente, os relacionamentos se iniciam com o namoro. Com o tempo, os jovens desejarão transformar esse compromisso mais simples num compromisso de vida. Mas, será que esse desejo de casar está alicerçado, suficientemente, no amor? Será que os hormônios do desejo sexual não estão confundindo o coração, e o que parece amor é na verdade mera paixão passageira, fruto de desejos da carne?
Você pensa nela durante o dia? Deseja ficar olhando para ela como se fosse a mais bela de todas as criações? Não há flor tão bela no campo, nem donzela mais atraente no mundo? O cheiro dela o atrai e faz você sonhar acordado? Sua vontade é elogiá-la o tempo todo e os erros dela são tratados com paciência e terno amor? Você a corrige com ternura, desejando vê-la crescer cada vez mais? Seu tempo livre é dedicado a ela, pois seu prazer é estar ao lado da amada? A alegria dela é a razão de seu regozijo e a tristeza dela, sua angústia? Você gosta de ouvi-la falar e os assuntos dela são, para você, os mais interessantes? Você daria sua vida por ela, pelo tanto que a ama, para mantê-la sempre feliz, “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef.5.27)?
Referi-me, no parágrafo anterior, ao sentimento de um rapaz por uma jovem. Mas, este mesmo sentimento deve existir no coração da moça. Ele sairá para trabalhar pensando nela, enquanto a moça, no trabalho ou em casa, ficará imaginando o que poderá fazer para agradar o marido. Ele voltará para casa com flores, caixa de chocolates, presentes, ou mesmo um Sonho de Valsa, com o propósito de mostrar que sempre pensa nela e ela procurará a melhor forma de agradá-lo, fazendo as comidas mais saborosas, recebendo-o com ternura e beijos apaixonados. Um pensa no outro, tornando o amor recíproco e lindo aos olhos de todos, testemunhando a presença graciosa do Senhor entre eles. Mesmo sendo dois pecadores, em amor, haverá paz e alegria no lar, pois “o amor cobre todas as transgressões” (Pv.10.12).
Mas, não basta o amor um pelo outro, pois “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl.127.1). O amor de um pelo outro junto ao amor de ambos por Deus será um alicerce na luta contra todo pecado, a fim de preservar o relacionamento prazeroso aos dois e agradável a Deus. Desde o namoro o jovem casal deve orar junto, buscando as bênçãos de Deus e a graça para vencer todas as tentações. Juntos devem ler a Palavra do Senhor, ensinando um ao outro para que cresçam espiritualmente, pois não haverá maior prazer em seus corações do que a presença de Deus. Desta forma, serão bênção um para o outro e quando um tropeçar o outro estará por perto para levantar. O prazer não estará apenas nos beijos que saciam a carne, mas na presença que alegra o coração.
Se não for assim, para que casar? Somente para saciar o desejo sexual de ambos? Após a lua de mel, fazendo as três refeições diárias em hotel e restaurante, acumulando roupa suja para ser lavada em casa, passeando o dia todo por lugares bonitos, nunca vistos por eles, e curtindo bastante um ao outro, o jovem casal finalmente chegará à casa. Cansados da viagem, não se preocuparão com a roupa suja nem atentarão para as necessidades domésticas. No entanto, no dia seguinte, próximo à hora do almoço, um olhará para o outro com ar de interrogação: “o que vamos comer?” O dinheiro extra foi gasto na viagem de lua de mel, portanto não será possível almoçar em restaurante. Eles terão que fazer o almoço e ainda lavar a louça. De repente, verificarão que a casa também está suja e há muita roupa para ser lavada. O jovem casal estará conhecendo as responsabilidades diárias de uma família. Sem temor a Deus e amor um pelo outro, a jovem resmungará, pois talvez deteste cozinhar. O jovem se aborrecerá com as responsabilidades e começarão a se destruir, culpando um ao outro por terem casado.
Não precisa nem deve ser assim. O casamento tem em Deus sua felicidade. Mas, para desfrutá-la, o relacionamento deve ser edificado na presença do Senhor, conforme a Palavra de Deus, cheio do Amor que nEle encontramos.
Jovens, se relacionem com temor a Deus, para não sofrerem as amarguras do próprio castigo de Deus, que vindicará a santidade de Seu NOME naqueles que o profanam perante o mundo (Ez.36.23). E, somente casem em temor e amor. Não deixem que a paixão sexual conduza suas ações. Não casem por causa de sexo. O sexo dura uma noite, mas o casamento uma vida. Casem em pleno temor e amor, num relacionamento de ternura, pois se no namoro vocês não vivem a beleza do amor paciente, terno, doce, bondoso, sonhador, abnegado, que garantia terão de que o viverão durante o casamento. Portanto, casem somente em Temor e Amor perante Deus.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Que eterno amor!


Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.(Ef.5.25-27)

Quão grande é o amor de Deus por Sua igreja! Na eternidade, Ele a gravou em Seu coração e quando o pecado a distanciou do Senhor, como um grande abismo, Ele nada poupou para salvá-la da merecida ira vindoura. E, se na entrega de seu filho, no monte Moriá, Abraão mostrou grande temor a Deus (Gn.22.12), quanto maior foi o amor do Pai ao entregar Seu Filho Unigênito para que Seu povo fosse justificado e reconciliado com Ele. E, para que andássemos na Sua Santa presença, Deus nos atraiu pelo Santo Espírito, a fim de nos abençoar com o deleite da vida eterna ao Seu lado. Por tudo isso, suspiro de alegria: Que imenso amor! Que eterno amor!
O imenso amor de Deus é perfeito, pois todos os atributos do Senhor coexistem em plena harmonia, revelando Sua glória e santidade. Por Seu amor somos abençoados com terna providência que nos concede vida, livramentos, saúde e provisão diária de alimento. Também a esperança é derramada em nosso coração, fortalecendo-nos nas adversidades, alegrando a alma com a certeza das bênçãos vindouras e atraindo nossos olhos para o autor e consumador de nossa salvação (Rm.5.5). Que gracioso amor! Que eterno amor!
E, o mesmo doce amor que alegra nossa alma com muitas bênçãos é também o santo amor que não nos deixa viver segundo a própria carne, porque “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr.17.9). Portanto, quando erramos o Senhor nos disciplina, “pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb.12.7). “Porque o Senhor corrige a quem ama e castiga a todo filho a quem recebe” (Hb.12.6). Quando pecamos, Deus não sorri para a gente, antes nos adverte da seriedade do pecado e seus efeitos devastadores, endireitando nosso caminho para que recebamos a coroa da vida, reservada aos fiéis. Afinal, como disse o apóstolo Paulo, o mesmo amor que é “paciente e benigno” também “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade” (1Co.13.4,6). E, em todas essas coisas, também suspiro: Que santo amor! Que eterno amor!
Como filhos, recebidos em Cristo, desfrutamos da plenitude do amor de Deus, derramado em nosso coração pelo Espírito (Rm.5.5). Seu amor é justo e bom, misericordioso e santo, abençoador e disciplinador e nos acompanha a vida toda, traspassando a morte para a eternidade. Este amor não deve ser apenas contemplado, como por bons observadores que admiram e se extasiam com uma bela obra de arte. Seu amor deve ser provado (Sl.34.8) como o mais doce mel que fortalece o corpo e a mais refrescante água que satisfaz plenamente a alma do sedento. Você já provou o amor de Deus? Aquele que um dia provou o grande amor de Deus, nunca mais desejará estar longe desta fonte de delícias perpétuas. E, provando-o, você suspirará: Que doce amor! Que eterno amor!
E, além das delícias que desfrutamos em Seu imenso amor, o amor de Deus é perfeito modelo que nos ensina a cumprir os três mandamentos do amor: 1- Amar a Deus com todo o ser e acima de todas as coisas; 2- Amar o próximo como a si mesmo; 3- Amar o irmão na fé como Cristo o amou, entregando a vida por ele. É em Cristo que esse amor encontra sua plenitude. Ele amou o Pai de tal maneira que, por obediência entregou a vida para cumprir a vontade de Deus, dizendo: “não se faça a minha vontade, e sim a Tua” (Lc.22.42). Jesus amou as multidões e se compadeceu delas, curando-as, libertando-as e restaurando a dignidade de muitos perante a sociedade. Contudo, muitos daqueles que receberam seu amor, nunca voltaram para agradecer, pois a única coisa que eles queriam eram os benefícios que Jesus podia trazê-los. E, à semelhança do Pai, Jesus foi “benigno até para com ingratos e maus” (Lc.6.35). Mas, seu tão grande amor foi demonstrado na cruz, entregando a vida por Sua igreja que tanto Ele ama. Foi ali no Calvário que Ele nos demonstrou seu amor, fazendo ecoar suas Palavras em nosso coração: “que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo.13.34). Em tudo isso, portanto, me alegro sobremaneira e, então, suspiro: Que eterno amor!