domingo, 26 de dezembro de 2010
O Amor de Cristo entre os Irmãos
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Verdadeira Adoração
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo.4.24)
Desde o século quatorze, o homem vem afirmando ser a “medida de todas as coisas”. Ou seja, Deus é visto como expressão fictícia de uma cultura primitiva e o mundo proclama sua independência e capacidade para se “virar” sozinho. Um mundo cada vez mais perdido e destruído é conseqüência da escolha humana pela autonomia na gestão da vida. Até mesmo aqueles que crêem no Deus Criador e Senhor do universo querem que Deus viva em função deles, satisfazendo suas vontades como um mordomo. E, como uma criança que faz de tudo para chamar a atenção dos pais, os crentes pós-modernos agem como se Deus tivesse que mover o mundo em favor deles.
Você não é o centro do universo! O fato de “todas as coisas colaborarem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm.8.28), não torna o crente o centro do universo, como se tudo trabalhasse por ele. Não é em vão que a ordem correta desse versículo é: “aos que amam a Deus tudo coopera para o bem” (Rm.8.28a), pois, a idéia principal é o amor a Deus. Deus deve ser amado, e esta deve ser a preocupação do cristão. Não podemos nos colocar no centro do universo, como se tudo girasse em torno de nós. Na verdade todas as coisas foram feitas por Cristo e para Cristo e por isso o universo gira em torno dEle, “porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl.1.19); “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra” (Ef.1.9-10).
Quando se diz que tudo gira em torno de Cristo, isto inclui a tua vida. Os estudos, trabalho, propósitos, pensamentos, sentimentos, escolhas, palavras, ações, relacionamentos, e ainda tudo quanto tens, existe “por meio dEle, e para Ele” (Rm.11.36). A vida do cristão deve girar em torno da pessoa de Jesus. Cristo é nossa fonte de vida e mais ainda é caminho para a vida eterna. Se você não viver em função dEle é porque a tua vida está fora desse sistema solar chamado Reino de Deus, onde o Sol é o Senhor Jesus.
Antes do diálogo de Jesus com a mulher samaritana em João 4.1-30, o evangelista traz, em seu livro, a narrativa
Os judeus estavam esperando a vinda do Reino de Deus, prometido pelos profetas (Is.60; Dn.2.34,35). E, nessa expectativa, algumas especulações surgiram entre as seitas judaicas mais conhecidas: fariseus, saduceus, zelotes e essênios, causando certo alvoroço entre os cidadãos da Judéia e Galiléia. A chegada de Jesus, com sua pregação e as maravilhas que fazia, chama a atenção de todos, surgindo entre o povo a esperança da chegada do Redentor e libertação definitiva dos Judeus. Seria Jesus de fato o filho de Davi que reinaria sobre Judá, a fim de libertá-la de Roma? Nicodemus não tinha respostas, mas reconhecia que algo de extraordinário estava acontecendo entre eles. Jesus, então, lhe fala sobre a conversão, a única forma de se entrar no Reino de Deus: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo.3.3).
Nicodemos era líder no Judaísmo, mas ainda não era um homem segundo o coração de Deus. Era preciso nascer de novo, nascer pelo poder da Palavra e do Espírito. Sem a regeneração, troca de coração e recebimento do Espírito não há como entrar no Reino. Era preciso receber um “coração novo” e um “espírito novo”. Deus retiraria “o coração de pedra” para lhes dá “coração de carne”. Somente assim eles seriam capazes de andar, guardar e observar os estatutos de Deus (Ez.36.26,27).
Sem que Nicodemos compreendesse, Jesus estava falando da dimensão espiritual do Reino, “porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm.14.17). O Reino já estava entre eles, vindo com Cristo em sua manifestação de poder e graça. Mas, era preciso nascer espiritualmente para fazer parte e desfrutar das bem-aventuranças desse maravilhoso Reino celeste.
Contudo, o que este diálogo tem haver com a adoração? O evangelista nos ensina que é preciso ser crente para ser um verdadeiro adorador. Os verdadeiros adoradores são aqueles que nasceram da água e do Espírito. Ou, como Jesus diz à mulher Samaritana: “em ESPÍRITO e em VERDADE” (Jo.4.23). Os verdadeiros adoradores foram alcançados e vivem pela Palavra e Espírito de Deus. Para Nicodemus a Palavra e o Espírito davam ingresso no Reino de Deus. Para a mulher samaritana a Palavra e o Espírito tornam o homem em verdadeiro adorador.
Cônscios, disso, podemos dizer que a adoração procede de corações convertidos. Não é a estrutura do culto quem define sua aceitação, mas a presença do “cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo.1.29). É preciso ter um novo coração para crer na Palavra, um novo Espírito para amar a Deus. Deus somente recebe a adoração daqueles que o adoram em Espírito e em Verdade, ou seja, daqueles que nasceram do Espírito e da Palavra. Davi entende isto quando clama a Deus dizendo: “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores. Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl.51.15-19). Não seria suficiente o sacrifício, era necessário um coração convertido.
Em segundo lugar, podemos dizer que a adoração é expressão da presença de Deus. Tanto Isaías quanto Apocalipse revelam a presença de Deus na adoração (Is.6.2-4; Ap.4.8-11). Mas, é nos evangelhos onde fica mais evidente a presença de Deus no meio da congregação, “porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt.18.20). O Culto manifesta o Reino de Deus presente entre nós e proclama a gloriosa vinda da plenitude deste Reino, assim como “anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1 Co.11.26) ao realizar a Ceia do Senhor.
E, em terceiro lugar, a adoração proclama as virtudes de Deus. É por esta razão que a pregação ocupa lugar central na liturgia, pois proclama “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe.2.9). Na adoração a Palavra de Deus traz instruções para a igreja, ensinando-a a fazer a vontade do Senhor, fortalecendo-a na esperança da volta de seu Senhor e Salvador. Na pregação da palavra os perdidos são confrontados em seus pecados e chamados ao arrependimento, proclamando a necessidade de conversão aos perdidos pecadores. E para executar essa sublime tarefa, Deus “mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro.” (Ef.4.11-14)
A Verdadeira Adoração agrada o coração de Deus e não o do perdido pecador. A verdadeira adoração não promove entretenimento para o coração enganoso, mas santificação para o pecador arrependido. A verdadeira adoração proclama Deus como Ele é, revelando Sua Santa presença entre Seu povo e Sua misericórdia para com os pecadores quebrantados, transformando-os em verdadeiros adoradores através da conversão.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Vitrinas de Deus
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
O Progresso da Vida Cristã
Como todos sabem, a vida humana segue um curso comum a todos e limitado também. Nascemos do ventre de nossa mãe, nos desenvolvemos durante um período de tempo e, então, morremos, deixando para trás a vida como a conhecemos aqui. Seu início não depende de nós; nem mesmo seu fim pode ser determinado pela vontade humana. Não escolhemos nascer. Não decidimos onde, quando, nem como nasceremos. Tão somente nascemos. O mesmo pode ser dito acerca da morte. Por melhor e mais saudável que seja a vida de um homem, ninguém pode determinar o dia de sua morte. Um micro ser vivo pode causar a morte do mais forte e valente dos seres humanos. Em pleno dia ensolarado, quando tudo vai bem, algo inesperado pode determinar o fim da vida: Porque “para morrer basta estar vivo”.
Diante de tudo isso, há apenas uma etapa da vida que devemos nos preocupar: o desenvolvimento. Deus nos confiou o tempo entre o nascimento e a morte para administrarmos com sabedoria e temor a Ele: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Ec.9.10). Não prestaremos contas pelo nosso nascimento, nem por nossa morte, mas pela vida que usufruímos aqui. Se a vida foi longa ou breve, rica ou pobre, fácil ou difícil, em Paris ou sertão, não importarão para o Senhor da glória. Ele cobrará de cada um apenas pelo que lhe foi dado e como foi administrado para Ele: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm.11.36). Não importam quantos talentos recebemos, mas o quanto desenvolvemos para o Senhor (Mt.25.14-30).
Os Filipenses receberam a salvação gratuitamente. Um povo “sem Cristo, separado da comunidade de Israel e estranho às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef.2.12) é agraciado com o amor de Deus e alcançado pela obra redentora de Cristo, na Cruz do Calvário. Aqueles que estavam mortos em seus pecados recebem vida em abundância (Ef.2.1; Rm.5.17,20; Jo.10.10). Esta deveria ser a razão de toda a alegria no coração dos Filipenses. As lutas e sofrimentos de Paulo, ou mesmo deles, “não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm.8.18), quando por ocasião da volta de Jesus, Deus “habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap.21.3-4). Eles deveriam vencer as tribulações olhando para o amor de Jesus, pois “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5.8). Enquanto estivessem com vida, deveriam ser “firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co.15.58), trabalhando para o Senhor Jesus com amor, falando “com mais desassombro a Palavra de Deus” (Fp.1.14). Em outras palavras, Paulo estimula os irmãos a desenvolverem o precioso dom da salvação que receberam gratuitamente do Senhor. A gratuidade da salvação não deveria levá-los à inércia espiritual, sentados na cadeira de uma igreja assistindo os outros trabalharem. Era preciso dar frutos de acordo com o que Deus colocara nas mãos deles para fazer. Pois, tanto seriam cobrados quanto recompensados por Deus, que dirá: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt.25.21).
No entanto, os Filipenses não trabalhariam sozinhos. Paulo afirma que Deus os capacitaria a desenvolver a salvação, “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Fp.2.13). Todos os mandamentos de Deus seriam acompanhados com a capacitação para cumpri-los. Tudo que era necessário a igreja fazer para a glória de Deus: proclamar a mensagem da cruz e testemunhar as virtudes de Deus, seria acompanhado com o poder de Deus. O Espírito do Senhor estaria sempre presente com eles, intercedendo sobremaneira todos os dias, “com gemidos inexprimíveis” (Rm.8.26), enviado por Jesus como consolador de seu povo: “o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo.14.26). O Espírito Santo capacitaria a igreja para realizar a obra da pregação e testemunho do evangelho, como Jesus dissera aos apóstolos: “recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At.1.8). Tanto o projeto quanto as ferramentas para executá-lo são dados pelo Senhor, a fim de que tudo ocorra perfeitamente e “experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2).
Por isso, a igreja não se intimida diante dos inimigos, certa de que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt.16.18). Diante das lutas impostas pelo mundo maligno, o Senhor “olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra” (At.4.29). A missão da igreja é sublime: proclamar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe.2.9) e nada pode detê-la, pois “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm.8.31). Portanto, prossigamos fazendo a obra do Senhor, proclamando o evangelho de Cristo e testemunhando seu poder transformador que operou em nossas vidas. Ao realizar a boa obra de Deus descanse no Senhor, pois Ele “fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia” (Sl.37.6). Para alegria e consolo da igreja, “quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl.126.6), pois Deus mesmo acrescenta “dia a dia, os que iam sendo salvos” (At.2.47).
Faça do propósito da tua vida a glória de Deus. Não a utilize somente para seu benefício próprio, pois perderias o propósito de viver. Diga ao teu coração: “em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At.20.24). E como o apóstolo Paulo, poderás, no final de tudo, dizer: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Tm.4.7).