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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Em Minha Pequena Vida um Grande Deus


Eis que Deus é o meu ajudador, o SENHOR é quem me sustenta a vida.” (Sl.54.4)

A vida não é uma simples linha reta que apenas liga um ponto ao outro, ou seja, a vida à morte. A vida é uma jornada bastante irregular, como a maioria das estradas de nosso país. É cheia de altos e baixos, buracos e lombadas, subidas e descidas, dias e noites, tempos bons e tempestades, além dos imprevistos que aparecem esporadicamente no caminho. Vencer os desafios da vida não é tarefa fácil. Por que, então, lutarmos sozinhos? Conforme, diz Salomão: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade” (Ec.4.9,12). E, dentre os muitos que poderíamos chamar para nos auxiliar nas lutas da vida, não há maior nem melhor que o Senhor, nosso Deus. “Eis que Deus é o meu ajudador, o SENHOR é quem me sustenta a vida.” (Sl.54.4)
Há dois caminhos bastante distintos na estrada da vida: enquanto “estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida” (Mt.7.14), “larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição” (Mt.7.13). Ambos os caminhos, “a vida e o bem, a morte e o mal” (Dt.30.15), levam ao mesmo ponto final: a morte física; mas o percurso, desses dois caminhos, é diferente e a recompensa pós-morte é completamente distinta. Se a forma como usufruímos a vida é fundamental, o que dizer, então, da importância do destino para onde ela nos levará?
O que é a pequenez da vida, comparada com a eternidade da alma? “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt.16.26). Mais que bonitas palavras, a Escritura Sagrada revela a Glória de Deus ao pecador e o caminho para a vida eterna: Jesus. Muito mais que ética social, a Palavra de Deus revela a Santidade do Senhor e de Seu Reino, a fim de que aquele que se aproxima dEle possa viver “por modo digno do evangelho de Cristo” (Fp.1.27).
Por esta razão, Paulo se alegra nas tribulações da vida, certo de que as lutas promovem o crescimento espiritual, pois “a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm.5.3,4). São nos momentos mais difíceis da nossa trajetória que nos apercebemos da fragilidade humana e inclinação natural para o que é ruim. Nesses momentos, olhamos ao redor e o mundo parece grande demais para nós. Os obstáculos naturais que pareciam fáceis, em momentos de calmaria, tornam-se intransponíveis quando o coração está abatido (Pv.17.22). Os desafios da vida tomam formas gigantescas e os degraus que precisamos subir, dia a dia, parecem mais altos. E, quando mais precisamos tomar decisões acertadas, nosso coração nos trai e nossas escolhas revelam que na verdade “não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm.7.19).
São nesses momentos que nosso coração se derrama mais inteiramente na presença de Deus. Reconhecemos o quanto precisamos de ajuda e que esta somente pode vir do Senhor. O pecador orgulhoso é abatido até o pó. O coração altivo é obrigado a reconhecer sua insignificância diante daquele que criou e governa todas as coisas: Deus. Quem pensava não precisar de ninguém, se humilha diante do Senhor rogando por seu auxílio. Então, Deus recebe o pecador em seus braços e toma aquela pobre vida em suas mãos, pois “o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl.51.17).
Humilhados, abatidos, sem forças nem expectativas, deixamos de contemplar a nós mesmos e o mundo ao redor deixa de ser atraente. Só há uma saída! Somente em Deus é possível se ver a esperança de salvação. “Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado,” (Sl.113.7) e faz com que pequenas vidas como as nossas, possam se tornar em grandes vasos de bênçãos nas mão do Senhor. Os olhos cansados das noites tristes vêem a luz do Senhor e o mundo sombrio é deixado pelas “coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl.3.1).
         Nas fraquezas o homem sente vergonha, contudo Deus encontra nelas o momento para revelar Seu poder. Então, “mais me gloriarei nas fraquezas” (2Co.12.9). Nas debilidades o cristão lembra que “a graça [do Senhor] é melhor que a vida” (Sl.63.3). Os joelhos se dobram na presença de Deus, e o coração se entrega diante dEle. Então, diante de nossas imperfeições, ouvimos ecoar melhor a Palavra do Senhor, dizendo: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co.12.9).

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Onde está o teu Coração?

onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mt.6.21)


Jesus subiu ao monte e sentando-se, começou a ensinar às multidões. A Palavra fluía com autoridade, “viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” (Hb.4.12). Mais que um homem que conhece a própria fragilidade, Ele falava como Deus que penetra o mais íntimo da alma humana. Suas Palavras ecoavam de fora para dentro, mas operavam de dentro para fora.
O sermão do monte encanta e transforma as multidões até hoje. Em Mateus 5 à 7, Jesus consola as multidões marginalizadas, guia as ovelhas perdidas, lava os corações sujos e expõe a beleza do Reino de Deus, iluminando as diversas áreas da vida humana. No entanto, seu propósito é único: ensinar a “boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2) manifesta na vida de Seu Reino. Ele tem em seus lábios o maior tesouro já oferecido, e, em sua missão a oportunidade única para tornar acessível o Reino dos céus aos pecadores. Jesus é a porta de entrada deste Reino e “se alguém entrar [por ele] será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (Jo.10.9), será amado, e apascentado por “pastos verdejantes” e “águas de descanso” (Sl.23.2).
Mas, para ter acesso ao Reino Celestial é necessário que “a si mesmo se negue” (Mt.16.24), considere-se morto para o mundo pecador e maligno (Rm.6.3-5) e siga a Cristo, amando-o “de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt.22.37), andando “humildemente com o teu Deus” (Mq.6.8). O caminho é estreito e se o Reino de Deus não estiver em primeiro lugar, não será possível completar a jornada.
A multidão que o ouvia estava aflita, faminta e necessitada. E, Cristo sabia. Nasceu em família pobre e atribulada, viu o pai, carnal (José), morrer, passou 40 dias sem comer nem beber além da jornada de sofrimento que o aguardava. No entanto, Jesus insiste em desafiar os corações: “trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna” (Jo.6.27), afinal “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt.6.21).
E para consolar a multidão, Jesus a impulsiona a invocar o Pai eterno, sempre pronto para abençoar (Sl.50.15). Por meio da oração se consolida a comunicação entre o pecador e o Santo, o pequeno e o Soberano, o frágil e o Poderoso. Na oração, o pecador transformado adora a Deus, mantém comunhão constante com o Senhor e alcança Seus benefícios graciosos através de Jesus Cristo. Mas, na vida e oração de um servo de Deus, os olhos devem estar fitos nas “coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus”, “não nas que são aqui da terra” (Cl.3.1,2). A oração, portanto, não é um instrumento para o alcance das dádivas de Deus, somente, mas, acima de tudo, é meio gracioso pelo qual o pecador desfruta da presença do Senhor, proclamando Sua glória e buscando seu perdão (Mt.6.9-13).
Onde está o teu coração? Pois, “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt.6.21). Lutamos e nos esforçamos por aquilo que amamos, ou, consideramos prioridade para nós. Aqueles que gostam de estudar acordam cedo e dormem tarde se dedicando ao estudo. Os apaixonados correm o mundo para encontrar-se com a pessoa amada. E, quando precisamos de algo nos esforçamos para alcançar sem poupar energias. O coração determina a medida da prioridade e dedicação por algo, pois onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt.6.21).
Com o coração cheio da “alegria do Senhor” (Ne.8.10), ler a Bíblia todos os dias não será tão difícil. Orar continuamente será o melhor deleite do teu coração. Tua vida exalará o “bom perfume de Cristo” (2 Co.2.15), mantendo comunhão com os irmãos, a igreja de Jesus, sendo “padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1 Tm.4.12), para que através da tua vida outros pecadores possam encontrar esse magnífico tesouro: o Reino de Deus. O que é mais importante para o teu coração?
Para vencer o caminho estreito e completar a jornada cristã, teus olhos deverão estar atentos às promessas de Deus. “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis” (1 Co.9.24). O Reino de Deus é o maior achado de um homem, pois “traça nem ferrugem corrói, e [...] ladrões não escavam, nem roubam” (Mt.6.20). Toda tua vida passada é considerada medíocre ao compará-la com a nova vida do Reino de Deus. Não é em vão que Paulo exclama: “deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fp.3.8-9).
Prioridades todos nós temos e o teu coração dirá quais são elas. Jesus oferece um tesouro incalculável para que sobre ele ponhas o teu coração. Um Reino eterno onde Cristo “lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor” (Ap.21.4). Onde está o teu coração? Pois, “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt.6.21).