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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Apenas fiéis a Deus

Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co.4.2)

Os dias são maus (Ef.5.16) e a multiplicação desenfreada de denominações não tem promovido o crescimento e glorificação do Reino de Deus, como alguns andam pensando. Antes, tal fenômeno tem sido tentação para muitos pastores e instrumento de entretenimento para muitos pecadores. E, infelizmente, poucos tem tido firmeza para responder como os apóstolos o fizeram: “julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At.4.19-20).

Há diversas preocupações que ocupam a mente de um pastor em nossos dias: se a quantidade de membros na igreja está boa; se os membros estão satisfeitos com o pastor; se os membros estão satisfeitos com o ambiente e programações da igreja; se ele, o pastor, está sendo bem visto perante as demais lideranças da denominação; além da preocupação com o progresso financeiro seu e de sua família. Contudo, a Palavra de Deus nos diz que “o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co.4.2). Assim como os servos deveriam fazer tudo para a glória de Cristo, “não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus” (Ef.6.6), o pastor foi chamado para ser obediente como o próprio Cristo o foi: “obediente até à morte” (Fp.2.8).

O pastor recebe do Senhor a incumbência de anunciar a Escritura, conforme Paulo exorta o jovem pastor Timóteo: “prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm.4.2). Sua vida deve ser modelo para todos quantos queiram servir e agradar o Senhor Jesus. Deus o chama para ser padrão dos fiéis “na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1Tm.4.12), exortando o mais velho “como a pai; aos moços, como a irmãos” (1Tm.5.1). Em Sua boca deve estar a Palavra de Deus, para que o Senhor, por seu intermédio, repreenda aqueles que estão andando como “os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza” (Ef.4.17-19). Seu coração deve amar a igreja de tal forma que esteja pronto para ensiná-la, a todo custo, a Palavra de Deus, exortando-a, particular ou publicamente, conforme diz o apóstolo Paulo: “Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam” (1Tm.5.20). Servindo deste modo o pastor poderá dizer: “Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério” (1Tm.1.12).

A missão é muito difícil, e, se não fosse a graça do Senhor seríamos incapazes de concluí-la como o fez o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2Tm.4.7). O pastor encontrará corações endurecidos, conforme profetizado pelo apóstolo Paulo: “haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm.4.3-4). No entanto, deverá ter a certeza de que a Palavra de Deus falará a tantos quantos estiverem presentes em cada culto, ainda que, apenas alguns poucos tenham ouvidos para ouvir (Lc.14.35) e coração quebrantado para receber a Palavra de Deus com real humildade diante do Senhor. Estes poucos, que acolherão a Palavra, serão testemunhas da fidelidade do pastor diante de Deus, em sua luta por ensinar a igreja a ter pureza nos lábios “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef.5.19-20). Serão testemunhas de sua insistência em exortar a igreja à pureza no vestir de forma “que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso” (1Tm.2.9). E, ainda testemunharão sua perseverança em instruir a igreja à pureza no comportamento, em todo e qualquer lugar, de forma que vivam de “modo digno da vocação” (Ef.4.1), “por modo digno do evangelho de Cristo” (Fp.1.27), “por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória” (1Ts.2.12), “a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl.1.10). Dura tarefa será, também, admoestar os insubordinados e recomendar os fiéis para que produzam frutos que promovam a honra e glória do Senhor Jesus.

Infelizmente, muitos consideram que uma igreja local se constrói apenas com manutenção financeira e número de pessoas, esquecendo-se que o sustento vem do Senhor (Sl.127.1,2) e a conversão é fruto da fiel pregação da Palavra e poderoso agir do Espírito de Deus (Rm.10.14; Jo.3.3). A igreja precisa de uma liderança espiritualmente forte e vidas prostradas aos pés da cruz, prontas para serem expostas ao mundo como “sal da terra” e “luz do mundo” para que “brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt.5.13-16). O pastor deve ter em seu coração a certeza de que “antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At.5.29). Portanto, diz o Senhor Jesus: “sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap.2.10).

terça-feira, 5 de abril de 2011

Como conviver com um pecador?


“Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe.1.22)

Mesmo que se fale muito de amor entre os círculos cristãos, não é dada a atenção devida á profundidade do amor que vem de Deus. Amar, conforme ensina a Bíblia, é uma missão impossível ao coração pecador, “mas para Deus tudo é possível” (Mt.19.26). Somente Deus, com Sua Palavra e Espírito, pode tornar os pecadores “em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão” (Rm.9.23), para que o Seu amor seja distribuído neste mundo frio. Viver o amor divino é sobremodo difícil, “porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt.7.14). A porta se abre para todo que entregar sua vida a Jesus, mas é importante saber que será preciso abnegação, como disse Cristo: “a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc.9.23).

Ainda que pensemos que o outro é sempre a nossa “cruz”, a Palavra de Deus nos ensina que a cruz é morrer para o mundo, para o pecado e para as mentiras do diabo, e que nosso maior inimigo é a carne, ou seja, nosso coração inclinado para o mal (Ef.2.1-3; Rm.7.7-19).

Conhecer a si mesmo é fundamental no casamento, pois quanto maior é a minha consciência de pecador maior será minha sensibilidade para entender e perdoar o cônjuge.

Conviver com um pecador é tarefa difícil, assim como é difícil conviver com o próprio coração desejando o que é errado. Observe a sua própria vida e verás a difícil luta que o Espírito trava com a carne: Você tenta perdoar uma pessoa que lhe fez mal, mas o coração continua guardando rancor e querendo “remoer” o que passou. Você tenta não se apegar às coisas materiais, mas seu coração não deixa que você “reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo” (Lc.3.11). Você quer viver em pureza no falar, mas o teu coração não perde oportunidade para falar mal de alguém. Como é difícil conviver com um pecador!

O seu cônjuge tem as mesmas lutas que você. Muitas vezes estará tentando fazer o que é certo e não conseguirá. Outras vezes não perceberá que está pecando contra Deus e precisará de ajuda. Por isso, “melhor é serem dois do que um,[...] porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante” (Ec.4.9-10).

Seus pecados nascem no coração, mas não ficam apenas na mente e no coração, e por isso há tantas dificuldades no relacionamento. Muitos dos pecados são postos para fora, ou seja, ocorrem visivelmente e terminam por envolver o cônjuge, direta ou indiretamente. Em vez de você ficar apenas chateado(a) com algo de ruim que aconteceu, você resmunga, reclama e até mesmo reage com grosseria tornando o ambiente familiar desagradável. Quando seu dia no trabalho não foi bom, em vez de voltar e procurar consolo na Palavra de Deus e na oração, você “fecha o semblante” para todos em casa, e demonstra má vontade com os familiares que estão presentes para lhe ajudar. Outras muitas circunstâncias semelhantes demonstrarão o quanto o seu coração é pecador, e infelizmente você machucará as pessoas ao seu redor.

Vocês, cônjuges, precisam cuidar um do outro como dois pecadores que precisam diariamente de remédio vindo do alto: A Palavra de Deus e o agir do Espírito do Senhor. Ambos precisam de ajuda, ambos estão sujeitos ao erro e precisarão de conserto. Ao reconhecerem que precisam de ajuda, abrem-se as portas para a mudança de vida. No entanto, se viverem “obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração” (Ef.4.18), sofrerão todos os dias a infelicidade familiar, por não darem ouvidos à Palavra do Senhor.

Com o coração quebrantado, reconhecendo os próprios pecados, vocês terão mais paciência com os erros cometidos pelo cônjuge, bem como estarão conscientes de que precisam mudar. Quando o cônjuge errar encontrará em você um braço forte para erguê-lo, lábios abençoadores que ensiná-lo a Palavra do Senhor e um coração misericordiosos disposto a perdoar os seus pecados. Portanto, “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt.7.12).

Enquanto estivermos na terra estaremos sujeitos ao erro por sermos pecadores, “mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2). Portanto, “não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério, para os teus ossos” (Pv.3.7-8). Peça, hoje mesmo, ao Senhor que mude o teu coração e te ajude a perceber e se arrepender de seus pecados. E, então, peça também um coração pronto para perdoar, compreender e ajudar o cônjuge que Deus lhe deu para você abençoar.