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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Santos num mundo pervertido

O profeta Habacuque viveu em dias difíceis no reino do Sul, composto pelas tribos de Judá e Benjamim. O reino do norte, já havia sido levado cativo pelo império Assírio, e Judá havia assistido a devastação de dez tribos irmãs, que por rebeldia contra Deus, tanto dos reis quanto do povo, foram castigados severamente. No entanto, os reis que sucederam a Josias (Jeoacaz, Jeoaqui, Joaqui e Zedequias), nas tribos do sul, continuaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor (2 Reis 23.32,37; 24.9,19). Conduziam Judá ao pecado, de forma que a vida espiritual do povo estava em decadência, assim como esteve nas dez tribos do norte. Uma pequena parte da nação mantinha-se fiel ao Senhor, juntamente com os profetas que pregavam incansavelmente a Sagrada Escritura, a fim de fazer com que o povo se arrependesse e voltasse humildemente para os preceitos Santos de Deus. Imaginem a luta desse remanescente fiel. Imaginem o sofrimento desses homens que estavam dispostos a perder a vida por amor à aliança de Deus. Dispostos a pagar o preço de serem fiéis, não se contaminando com a vida pervertida do restante do povo.
Nossos dias também são difíceis e temos visto homens corruptos no poder, agindo de forma pervertida e aprovando as mais diversas imoralidades, como o homossexualismo. Enquanto houver pecadores rebeldes contra o Criador, a maldade estará presente no mundo, em maior ou menor proporção, até que o Senhor Jesus volte para finalmente julgar as nações e salvar o seu povo. Mas Deus observa Sua criação. Quando a iniqüidade de um povo, ou pessoa, chega ao limite, Ele traz seu juízo sobre eles. Trata-se de um juízo parcial, mas que aponta para o grande juízo final. Por isso, a igreja é convidada a esperar e confiar no Senhor que é o justo juiz de toda a Terra.
O castigo de Deus sobre Israel não havia sido suficiente para que Judá temesse e andasse na Lei. Ainda que os sacerdotes continuassem a sacrificar e cumprir os rituais e festas ordenadas nos cinco livros da Lei, o faziam por mera formalidade, com desprezo e má vontade, entregando, a Deus, animais cochos, mancos e com defeitos (Ml.1.6.14). Paralelamente aos sacrifícios trazidos ao Senhor, o povo também fazia sacrifícios aos deuses pagãos nos diversos altares haviam sido levantados por toda a Judéia contaminando a muitos dentre o povo. A nação que havia sido tirada, com braço forte, do Egito e conduzida pelo deserto durante quarenta anos, comendo do maná (Sl.78.24) e não envelhecendo as vestes e sandálias (Dt.29.5), agora virara as costas para o Deus dos céus e da terra e seguia após outros deuses, obra das mãos dos homens, que tem olhos e não vêem, tem ouvidos e não ouvem (Jz.2.12; Jr.7.9; Sl.115.4,5).
A vida religiosa de Judá deve servir de lição para nossos dias. Eles estavam vivendo uma religiosidade tradicional, sem vida, sem sentido e completamente vazia do conhecimento experimental de Deus. A vida deles não era moldada pela Palavra de Deus. Suas convicções não eram fruto do ensino e comunhão com o Senhor. Seus planos não eram instruídos pela Sagrada Escritura. Como está sua vida cristã? Será que não se tornou uma mera religião de cumprimento de regras, rituais e festas? Ser cristão é conhecer tanto intelectualmente quanto experimentalmente o Deus criador e salvador de nossas vidas. É ter comunhão com o Senhor e viver de forma agradável a Ele, pois é o amado de nossas almas. Deus não precisa de sacrifícios, de rituais, nem de nossa ajuda. A adoração deve brotar de corações permeados com o amor de Deus, cheios da presença do Espírito Santo, completamente agradecidos pela tão grande salvação recebida do Senhor Jesus. A religiosidade expressa em repetição de práticas e obediência sem alegria nem compreensão, não nos achega a Deus, mas um coração contrito e humilde que se lança na presença do Senhor e o busca confiantemente, alcança o Seu favor.
A conseqüência moral, em Judá, foi imediata. A nação estava vivendo dias de: imoralidade, violência, injustiça, mentira, frieza, prostituição, desprezo pelo sagrado. Os pecados se multiplicaram e Judá se assemelhava aos ímpios em sua conduta perante o Senhor. Isto entristecia o coração de Habacuque que pregava contra o povo, chamando-o ao arrependimento e mudança de vida.
Os perversos provocavam o “afrouxamento da Lei” (Hc.1.4) e assim anulavam a justiça. A Lei foi dada para conduzir o pecador à uma vida santa com o propósito de mostrar ao mundo a santidade de seu Deus. Ela conduz à uma vida que é agradável ao Senhor, e produz uma sociedade agradável de se viver. Com a multiplicação da maldade, os tementes a Deus estavam sendo pressionados a não serem “tão rigorosos” no cumprimento dos mandamentos. Pouco a pouco, os mandamentos divinos iam sendo deixados para trás. Com o tempo toda a nação estava vivendo segundo seu coração e o pecado que no início parecia pequeno e inocente havia tomado conta de todo o povo.
Algo muito parecido ocorre ainda hoje. O diabo tem enganado as multidões com suas mentiras e eufemismos. Somos movidos a satisfazer os prazeres e desejos da carne como: piadas indecentes, usar o NOME de Deus em vão, mentir, não se congregar com a igreja, cometer injustiças, falar palavras torpes, assistir programações e filmes com cenas imorais, agir com politicagem dentro da igreja, não conduzi a família nos caminhos do Senhor, deixar de adorar, rir de coisas que desagradam o coração de Deus, e etc.. E diante desses pecados somos tentados a dizer: “isso não fará mal a ninguém.”. A televisão começou com sua imoralidade expondo mulheres de biquíni composto. Foi um escândalo para muitos, mas logo consideraram que não havia problema em expor corpos semi-nus. Com o tempo o biquíni foi reduzido em seu tamanho e as pessoas foram se acostumando. Hoje as mulheres andam quase nuas, e a televisão expõe cenas imorais abertamente e as pessoas não se escandalizam. Será que deixou de ser pecado? NÃO! As pessoas se acostumaram com a maldade e tudo começou com: “isso não fará mal a ninguém”.
A Lei de Deus, é perfeita, pura, límpida, justa, verdadeira, e apta para tornar o homem íntegro (Sl.19.7-9; Hb.4.12; 2 Tm.3.16,17). Tudo foi escrito para nosso próprio bem e devemos crer em tudo. Seu caminho nos conduz para a vida eterna e proporciona uma sociedade justa e vidas íntegras. Creia na Palavra de Deus. Dê importância aos seus mandamentos. Considere todo pecado sério e grave. Busque a santificação plena. Só há um modo de mudar a sociedade e torná-la um lugar agradável de se viver: Fazendo-a aceitar os padrões de Deus. É preciso mostrar para nossa sociedade que ser cristão é uma opção de vida, como se fora mais uma religião. Ser cristão é uma necessidade pessoal e social. Fora do cristianismo o indivíduo está debaixo da ira de Deus, vazio por dentro e sem sentido em sua vida. A morte será para este indivíduo o seu maior inimigo, pois a conduzirá para o castigo eterno. Fora do cristianismo a sociedade está entregue às suas paixões carnais. É apenas um amontoado de pecadores fazendo o que deseja o coração. Nada poderá impedir a violência, prostituição, imoralidades, enganos, mentiras, a autodestruição da raça humana. Cristo é uma necessidade do homem, tanto para o presente quanto para o futuro.
O profeta Habacuque amava o Senhor e sabia que o NOME de Deus estava no meio de Judá. O Templo era a referência de Sua presença no meio do povo e o povo era testemunha de Suas grandiosas obras. Quando a nação escolhida se desviava do caminho reto, o NOME do Deus dos exércitos, que libertara Israel do Egito com braço forte, era difamado entre as nações (Is.52.5; Rm.2.24). Habucuque clamava a Deus pedindo juízo sobre os ímpios de Judá que pervertiam o povo e prejudicavam o remanescente fiel do Senhor, tentando conduzi-los à perdição.
O profeta também amava Seu povo e queria vê-lo fiel à aliança de Deus. Mas para que o reino de Judá voltasse à aliança de Deus e fosse abençoado pelo Senhor era necessário que os ímpios fossem castigados, a fim de tirá-los do meio do povo, purificando a nação e servindo de exemplo aos demais que deveriam temer o Deus de Israel. Este castigo, provavelmente incluiria o rei que governava perversa e infielmente a nação, e a fazia desviar-se da Lei. O profeta diz: “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” (Hc.1.2). O clamor de Habacuque grita juízo contra os ímpios e misericórdia pelos tementes a Deus. O ímpio precisava ser julgado, castigado e tirado do meio do povo como um praga que precisa ser exterminada, caso não devorará toda a árvore. Os tementes a Deus que praticavam a justiça, amavam a misericórdia e andavam humildemente com o Senhor (Mq.6.8), careciam de misericórdia, pois os ímpios estavam roubando, matando e destruindo (Jo.10.10) suas vidas. O juízo de Deus sobre os ímpios, então, seria um gesto de misericórdia para com os justos, que viviam pela fé, esperando na justiça de Deus, vivendo em oração na certeza de que o justo juiz de toda a Terra haveria de julgar a causa deles.
Amamos a Deus e queremos ver Seu SANTO NOME ser glorificado entre Seu povo. É preciso desejar e praticar a justiça, zelar pelo NOME de Deus, viver segundo Sua Palavra. É preciso amar a igreja. Orar por ela. Querer vê-la santa, sem ruga, nem mácula, nem mancha alguma (Ef.5.27). Deus é glorificado pela Sagrada Escritura. A igreja é purificada pela Palavra de Deus.Queremos uma sociedade melhor, fruto de pessoas melhores. E para alcançarmos isto é necessário falar da Mensagem da Cruz em todo tempo. É preciso ser testemunha de Cristo, na divulgação da Sua grandiosa obra redentora, e numa vida íntegra, segundo os preceitos divinos. Fale e vive de forma que edifique aqueles que ouvem. Quando a igreja vive de forma santa ao Senhor, testemunha da santidade de Seu Deus e usufrui de uma comunidade agradável de conviver. Nosso desafio é mostrar a Santidade do Deus Santíssimo num mundo completamente pervertido, confiando na justiça daquele que é o Juiz de Toda a Terra (Gn.18.25) e rogando por Suas ternas misericórdias que permeiam toda a Terra (Sl.145.9).

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