“E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (Jo.20.22)
Era um novo dia, o primeiro dia da semana.
Depois de ter descansado na sepultura, durante o sábado, Cristo aparece
ressurreto aos discípulos. Não era apenas um novo dia de uma nova semana. Algo
realmente novo havia acontecido. O Filho de Deus ressuscitou, proclamando sua
vitória sobre o pecado, a morte e o diabo; anunciando, assim, o começo de uma
nova criação.
Mesmo trancados dentro da casa, Cristo
aparece para os discípulos e os saúda: “Paz seja convosco!” (Jo.20.19). Essa
não era uma saudação corriqueira. Cristo estava realmente anunciando que a paz
de Deus havia sido alcançada pela plena satisfação de sua justiça (Jo.19.30;
Rm.5.1). Por isso, Jesus repete: “Paz seja convosco!” e mostra as marcas da
crucificação (Jo.20.21).
Eu venci! É a declaração discreta, mas
profunda de Jesus. Ele venceu o pecado, pagando o preço da redenção
(Cl.2.13-15). Ele venceu a morte, ressuscitando para nos dar sua vida eterna
(2Tm.1.10). Por meio de sua vitória, a paz de Deus estava ao alcance de todo
aquele que nEle cresse (Jo.14.27).
Então, Jesus soprou. Aquele não era o
momento da descida do Espírito Santo, por isso, quarenta dias depois, Jesus
ordenou que os discípulos esperassem a dádiva do Espírito em Jerusalém
(At.1.4-5). Por essa razão, não há qualquer sinal extraordinário, qualquer
indicativo da manifestação do Espírito de Deus, como ocorre no Pentecoste
(At.2).
Aquela era a hora de entender as profundas
implicações da morte e ressurreição. Ao soprar, Jesus anuncia que a nova
criação teve início (Is.11). Ao soprar, Cristo lembra a ato criativo de Deus
que, após ter feito o corpo de Adão, soprou sobre ele para que fosse alma
vivente (Gn.2.7). Ao soprar, Jesus aponta à profecia de Ezequiel sobre a
vivificação espiritual do povo de Deus (Ez.37.9).
O sopro de Cristo não trouxe o Espírito,
mas proclamou que a obra estava realizada e a recriação de tudo teve início, a
começar com a conversão dos pecadores. O sopro de Cristo, no primeiro dia da
semana, confirmou a viva esperança para aqueles que teriam que proclamar ao
mundo que tudo haveria de ser novo (Ap.21-22).
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