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terça-feira, 19 de março de 2024

O sopro de Jesus

 


E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (Jo.20.22)

 

Era um novo dia, o primeiro dia da semana. Depois de ter descansado na sepultura, durante o sábado, Cristo aparece ressurreto aos discípulos. Não era apenas um novo dia de uma nova semana. Algo realmente novo havia acontecido. O Filho de Deus ressuscitou, proclamando sua vitória sobre o pecado, a morte e o diabo; anunciando, assim, o começo de uma nova criação.

Mesmo trancados dentro da casa, Cristo aparece para os discípulos e os saúda: “Paz seja convosco!” (Jo.20.19). Essa não era uma saudação corriqueira. Cristo estava realmente anunciando que a paz de Deus havia sido alcançada pela plena satisfação de sua justiça (Jo.19.30; Rm.5.1). Por isso, Jesus repete: “Paz seja convosco!” e mostra as marcas da crucificação (Jo.20.21).

Eu venci! É a declaração discreta, mas profunda de Jesus. Ele venceu o pecado, pagando o preço da redenção (Cl.2.13-15). Ele venceu a morte, ressuscitando para nos dar sua vida eterna (2Tm.1.10). Por meio de sua vitória, a paz de Deus estava ao alcance de todo aquele que nEle cresse (Jo.14.27).

Então, Jesus soprou. Aquele não era o momento da descida do Espírito Santo, por isso, quarenta dias depois, Jesus ordenou que os discípulos esperassem a dádiva do Espírito em Jerusalém (At.1.4-5). Por essa razão, não há qualquer sinal extraordinário, qualquer indicativo da manifestação do Espírito de Deus, como ocorre no Pentecoste (At.2).

Aquela era a hora de entender as profundas implicações da morte e ressurreição. Ao soprar, Jesus anuncia que a nova criação teve início (Is.11). Ao soprar, Cristo lembra a ato criativo de Deus que, após ter feito o corpo de Adão, soprou sobre ele para que fosse alma vivente (Gn.2.7). Ao soprar, Jesus aponta à profecia de Ezequiel sobre a vivificação espiritual do povo de Deus (Ez.37.9).

O sopro de Cristo não trouxe o Espírito, mas proclamou que a obra estava realizada e a recriação de tudo teve início, a começar com a conversão dos pecadores. O sopro de Cristo, no primeiro dia da semana, confirmou a viva esperança para aqueles que teriam que proclamar ao mundo que tudo haveria de ser novo (Ap.21-22).

 

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