Em apenas seis dias, Deus criou todas as
coisas que existem, o universo inteiro. E tudo fora criado pela Palavra divina
que o apóstolo João nos revela ser o Filho de Deus (Jo.1.1-3). Mas, nem tudo
fora feito da mesma maneira. No sexto dia, após ter criado os animais
domésticos, os répteis e os animais selvagens, o Senhor formara, do pó da
terra, o homem (Gn.1.26-28). Modelado pelas mãos de Deus, o homem recebeu o
sopro divino (Gn.2.7), um ser único feito à imagem do próprio Criador, dotado
de vontade, razão, alma e virtude.
Essas quatro características humanas
provém do Senhor. Como Deus, fomos criados com livre vontade, capazes de fazer
escolhas segundo o próprio querer. Como Deus, podemos refletir, imaginar,
calcular, planejar e agir conforme o próprio pensar. Como Deus, não estamos
limitados à matéria, pois somos almas viventes e, assim, existimos para sempre,
pois ninguém pode matar a alma. E como Deus, possuímos virtudes, a lei divina
em nosso coração, a capacidade de agir em conformidade com o bem.
Mas, o pecado é contrário a todas as
características divinas em nós. Ao deixar entrar o pecado na criação, o homem
viu sua própria natureza ser invadida por esse parasita que adoece a imagem
divina em nós. O pecado ataca a vontade humana, escravizando o querer do homem
para todo mal. O pecado emburrece a humanidade, tornando-o como um animal
irracional e instintivo. O pecado mata a alma, dilacerando a relação com Deus,
de modo a ameaçar sua feliz eternidade. O pecado destrói toda virtude,
substituindo o bem pelo mal e, assim, viciando todo pensar, falar e agir do
homem.
Portanto, é precisa resgatar esse homem
amortecido pelo pecado. Por isso, Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
graciosamente, operam para restaurar o que fora criado à sua imagem. Então,
Deus Pai sabiamente enviou seu Filho para nos justificar, recebendo a condenação
por toda má obra humana, e, juntos, enviaram o Espírito Santo para atacar o
pecado dentro do homem. Então, pelo Espírito Santo agindo poderosamente com a
Palavra de Deus, o Senhor opera restauração na vontade, na razão, na alma e na
virtude humana promovendo libertação, entendimento, comunhão e fruto
celestiais.
Logo, é do operar divino que você precisa,
para que a imagem de Deus seja restaurada em sua vida. Enquanto isso não
acontecer, por mais autônomo que você possa parecer, é apenas um moribundo
pecador, tentando sobreviver aos inevitáveis ataques do pecado que o destrói por dentro, consumindo tudo o que Deus fez muito bom. E nenhum esforço humano é
capaz de livrá-lo do pecado, pois é um mal congênito. Você precisa do agir
divino, você precisa da graça divina operando em você.
Por conseguinte, clame: “Volta-te,
SENHOR, e livra a minha alma; salva-me por tua graça” (Sl.6.4). Somente
Deus pode operar eficazmente em você, libertando-o, “pois se o Filho vos
libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo.8.36). Então, “todos nós,
com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor,
somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo
Senhor, o Espírito” (2Co.3.18). Apenas assim, veremos todas as virtudes de
Deus em sua vida, em cada palavra, em cada atitude, pois o pecado estará
subjugado pela presença divina em você, até que o Filho de Deus volte e,
finalmente, tire todo o pecado de sua criação.
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