“para
que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio
de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no
mundo” (Fp.2.15)
Nesses
dias, o síndico do prédio, onde moro a pouco mais de um ano, me chamou para
conversar sobre diversos assuntos pertinentes. Foi uma conversa agradável e
sincera, na qual ele procurou nos conhecer melhor e tirar dúvidas, enquanto
falou um pouco sobre seus hábitos, também. Ele foi tão sincero em suas
perguntas e colocações que fui para casa com a seguinte reflexão: POR QUE OS
CRISTÃOS NÃO CONSEGUEM SER SINCEROS EM SEUS RELACIONAMENTOS?
Há muitos anos que sinto falta dessa
sinceridade no meio do cristianismo. Ela está tão ausente, que os cristãos
estranham bastante quando alguém é sincero, a tal ponto de confundirem a
sinceridade com a rudez. Sinto falta da sinceridade em todos os ambientes,
inclusive no colegiado pastoral. Todavia, é mais fácil fazer um grande evento
do que chamar um colega de ministério para um diálogo sincero, em Cristo Jesus.
Fico me perguntando: Como pastores e presbíteros podem querer uma fé sincera
dos membros se eles não conseguem, nem mesmo, ser sinceros com os colegas de
ministério? Será que eles acham que Cristo não se importa com o que acontece
nos concílios, só nas igrejas locais?
As igrejas locais também sofrem a falta da
sinceridade, onde é mais fácil falar para uma terceira pessoa o que se pensa
sobre alguém do que chamar o irmão na fé para uma conversa sincera onde tudo
possa ser resolvido, em Cristo Jesus. Já tive a infeliz experiência de ver
presbítero gravar conversas do conselho para mostrar para terceiros, pois não
tinha coragem de dizer o que pensa na ocasião da reunião. Assim, os
relacionamentos são construídos de modo superficial, pois ninguém tem coragem
de sentar para conversar a verdade conforme Deus nos ensina (Ef.4.25).
Esse problema gera diversas complicações.
Primeiro, ele alimenta a prática da maledicência no meio da igreja, um mal
contra o qual tenho lutado há muito tempo. Em segundo lugar, pode gerar
intrigas desnecessárias, pois oferece grandes brechas para mal-entendidos
dispensáveis por falta de informações diretas. Já vi famílias ficarem chateadas
com o pastor por certo tempo sem terem coragem de falar com o mesmo sobre a
razão, para depois descobrirem que era tudo um mal-entendido. Em terceiro
lugar, abre uma porta para os oportunistas, pessoas malignas que querem
destruir a igreja e fazem isso minando o coração dos cristãos, uns contra os
outros. A falta de sinceridade nos relacionamentos os torna superficiais e,
consequentemente, distantes e frágeis.
O hábito de cultivar relacionamentos
superficiais é tão sério que será visto em seu relacionamento com Deus. Se você
não é sincero em seus relacionamentos, dificilmente será sincero com Cristo em
sua relação contando-lhe o que se passa no mais fundo de seu coração. Seu culto
a Deus tenderá a ser superficial e aparente, pois seu coração se acostumou à
superficialidade: sorrisos aparentes expressos por corações amargurados;
elogios falsos ditos por corações insatisfeitos. Mas, Deus não aceita relações
superficiais nem cultos aparentes. Ele exige que lhe entreguemos todo o
coração, nada menos do que isso (Dt.6.5).
Então,
comece ainda hoje a cultivar relacionamentos verdadeiros, porque a mentira
procede do diabo, mas a Verdade sempre vem de Deus. Cristo foi tão sincero em
seus relacionamentos que exortou os discípulos das formas mais variadas, sempre
que necessário (Mt.16.23; Jo.6.67). No novo céu e nova terra, não haverá
mentira nem meias palavras, muito menos falta de sinceridade nas relações
(Ap.21.8). Lá não entrarão os mentirosos nem os maledicentes, não haverá
confusão nem relacionamentos superficiais, pois a Verdade reinará e estará em
cada coração. Portanto, cultive a sinceridade enquanto há tempo, antes que
Jesus volte e mostre quão sincero Ele é, rejeitando aqueles que não andaram em
sinceridade de coração
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