“na tua presença há
plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl.16.11)
Tendo em vista as muitas lutas que um cristão enfrenta
no decurso de sua jornada, é possível que algumas pessoas assumam a ideia de
que ao cristão está destinada a infelicidade durante todos os seus dias na
terra, antes da volta de Jesus. Isso tem feito com que muitos cristãos vivam a
suportar a vida, não conseguindo sentir-se feliz diante das adversidades do dia
a dia.
Desse modo, surge a impressão de que a felicidade
estaria reservada ao cristão apenas para a eternidade. Além disso, a tentação
de se entregar aos prazeres desse mundo aumenta e muitos cristãos, não
suportando um viver pesado, passam a procurar a felicidade no consumismo, na
vaidade, no ativismo, na fama e poder, em êxtases místicos e em outras formas
superficiais e pagãs de satisfação.
Sem a correta compreensão acerca da herança da
felicidade proveniente da redenção em Jesus, o cristão pode deixar de usufruir
aquilo que já está a seu alcance, até como imperativo (Fp.4.4). Então, preciso
fazer três perguntas para você:
– Você é feliz no muito e no pouco, nos dias bons e nos dias
maus, nas alegrias e nas tristezas, na paz e na perseguição?
– Cristo é suficiente para você ou há um vazio em seu coração
que tenta ser preenchido com coisas e momentos passageiros desse mundo?
– Você tem prazer em ler a Palavra de Deus, em passar longo
tempo orando ao Senhor, em estar em comunhão com a igreja de Jesus, em servir a
Deus com tudo que o Senhor lhe deu?
A felicidade é um tema muito importante para o
cristianismo. Fomos criados para ser felizes no Criador, por isso sentimos a
necessidade dessa felicidade. Não é em vão que todas as pessoas procuram a
felicidade e que uma das características da criação é a capacidade de
proporcionar alegria ao coração: a criação é bela e causa admiração aos olhos,
as comidas satisfazem com toda a sua diversidade, trabalhar é algo prazeroso,
amar pessoas nos faz bem e a música relaxa e encanta. Tudo existe para proporcionar
bem-estar, de modo que o homem se alegre nAquele que tudo criou.
Além disso, Deus nos fez para nos relacionarmos com
Ele por toda a vida, que antes da queda não teria fim (Gn.2.16-17). Por todos os
seus dias, o homem e a mulher desfrutariam da presença divina e sua consequente
satisfação. Eles poderiam vivenciar o amor, a paz e a alegria do Senhor em sua
relação diária com Deus: no diálogo, na provisão, na adoração, no serviço e nas
promessas.
E mesmo que o pecado tenha separado o homem de seu
Criador (Gn.3; Ef.2.1-3,12), o Senhor não o abandonou, antes providenciou
poderosa redenção para reatar seu relacionamento com aqueles que Ele amou na
eternidade (Ef.1.4-5), como disse Jesus: “Se alguém me ama, guardará a minha
palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”
(Jo.14.23).
Portanto, tanto a maravilhosa obra da criação quanto o
relacionamento entre o homem e o Criador apontam para o propósito divino de que
o homem criado à sua imagem e semelhança (Gn.1.26) seja plenamente feliz nEle e
para a glória dEle. Ou seja, Deus nos quer felizes!
É importante que o cristão entenda que a felicidade do
homem é uma das implicações da redenção tanto para o presente quanto para o
futuro. Ou seja, a redenção tornou possível, ao homem, ser feliz tanto aqui e
agora quanto eternamente, no novo céu e na nova terra. Essa felicidade
engrandece a bondade de Deus que é sua fonte eterna. Ser feliz em Cristo,
então, é parte indispensável da nova vida proporcionada pelo Espírito e sua
Santa Palavra, uma expressão da plena comunhão entre o cristão e o Senhor.
Portanto, não deveríamos pensar que Deus não nos quer
felizes, por causa dos problemas que nos sobrevêm. Ao contrário, ser feliz é
uma ordenança da Escritura que nos diz: “alegrai-vos no Senhor”
(Fp.4.4). A felicidade do cristão glorifica a Deus, fonte da felicidade, e
expressa a suficiência do Senhor, pois essa felicidade não depende de
circunstâncias. Por conseguinte, não deveria haver infelicidade entre aqueles
que são chamados de cristãos, pois tal infelicidade demonstra que Cristo não
está sendo suficiente para aqueles que professam pertencer totalmente a Jesus.
Todavia, devemos lembrar que Deus é completamente
contrário ao hedonismo, ou seja, à busca pelo prazer como finalidade da vida. O
hedonismo é um culto ao prazer e, portanto, uma espécie de idolatria e rejeição
da suficiência de Cristo como fonte para a plena felicidade do homem. O
hedonismo é insaciável e atrai para todo tipo de pecado, com o fim de alcançar
alguma forma de satisfação carnal. Desse modo, o hedonismo é completamente
contrário à vida cristã prometida por Deus para seus filhos.
Deus se agrada em ver seus filhos felizes nEle. É
aprazível a Deus que vivamos alegremente em Jesus (Fp.4.4), que apreciemos as
obras de suas mãos (Sl.111.2), que acordemos com o coração agradecido a cada
dia (1Ts.5.18), que nos sintamos satisfeitos com todas as coisas que recebemos
dEle (Fp.4.11-12), que tenhamos puros e bonitos relacionamentos desfrutados em
torno de Cristo (Sl.127 e 128) e que nos sintamos felizes em Cristo, mesmo
quando parece impossível.
Então, seja feliz em Jesus! Tudo que você precisa para
ser feliz está acessível ao homem por meio de Cristo, pois Cristo é a fonte da
felicidade. O que você precisa é andar com Jesus de tal modo que sinta o amor
do Senhor (Rm.5.8), desfrute da paz de Deus que excede todo entendimento
(Fp.4.7) e alegre-se com a alegria indizível que o Espírito Santo promove ao
coração daquele que está cheio de sua presença (Sl.16.11). Então, seja feliz em
Cristo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário