“e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com
Cristo, -- pela graça sois salvos” (Ef.2.5)
Imaginemos uma pessoa que recebeu uma milionária
herança. Ela não trabalhou por isso, mas tornou-se legítima proprietária de
tudo, podendo usufruir de toda aquela herança ao máximo.
Caso essa pessoa não seja corretamente informada sobre
sua herança, poderá viver seus dias sem desfrutar de tudo aquilo que herdou, de
modo que não basta ser legalmente herdeiro de algo, é preciso ter o
conhecimento sobre tudo aquilo que foi herdado.
O cristão é herdeiro de uma riqueza de valor
inestimável. Em Efésios 2.1-22, Paulo nos conta as bênçãos que o cristão herdou
por meio de Jesus Cristo: nova e eterna vida, libertação do pecado-mundo-diabo,
liberdade para viver segundo a vontade Deus, capacidade para fazer boas obras, poder
para vencer as tentações, plena paz com Deus, participação na família de Deus, presença
do Espírito de Deus, comunhão com Deus por meio do Espírito, ensino da parte de
Deus por meio da Escritura Sagrada.
Essas bênçãos são dadas aos cristãos para serem
usufruídas e possuem importância significativa para a caminhada cristã, pois
ajudam o cristão na necessidade de perseverar e se alegrar em Deus em toda e
qualquer situação (Mt.10.22; Fp.4.4). Mas, para usufruir essas bênçãos é
preciso conhecê-las. Na carta de Paulo aos Efésios, o apóstolo revela essas
bênçãos, a fim de que a igreja encontre ânimo no Senhor, mesmo presenciando
lutas como aquelas que o apóstolo Paulo estava passando.
Em sua introdução à carta, Paulo agradece a Deus pela
fé e pelo amor encontrados na vida daqueles cristãos, mas intercede pelos
efésios, a fim de que eles amadurecessem a esperança em Cristo Jesus, pois era
extremamente importante que eles conhecessem “qual a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua
herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que
cremos” (Ef.1.18-19).
Há consequências para quem não conhece as bênçãos
divinas. Uma delas é a tristeza. Olhando pra os problemas da vida, cristãos
podem ficar tristes e desanimados. Mas, ao olhar para as bênçãos divinas
herdadas, a magnitude do plano redentor, o cristão pode recobrar ânimo no
Senhor, pois essas bênçãos são muito superiores as tribulações dessa vida: “Porque para mim tenho por certo que os
sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser
revelada em nós” (Rm.8.18). Por essa razão Paulo ordena aos filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez
digo: alegrai-vos” (Fp.4.6) e pede aos efésios: “vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisso
está a vossa glória” (Ef.3.13).
O pecado, o mundo e o diabo procuram desviar
constantemente a atenção das pessoas, atraindo-as para este mundo. Foi assim
que o diabo tentou Jesus, mostrando-lhe “todos
os reinos do mundo e a glória deles”, dizendo: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mt.4.8-9). Foi
assim, também, que alguns aceitaram a doutrina dos Saduceus que diziam “não haver ressurreição” (Mt.22.23),
tornando-se “os mais infelizes de todos
os homens” (1Co.15.19).
Por isso, o marketing investe tanto em propagandas que
convidam a viver o aqui e o agora. Por essa razão, também, falsas religiões
propagadoras da teologia da prosperidade prometem grandes coisas para as
pessoas e, assim, conseguem aprisionar os pecadores com mentiras diabólicas que
desviam os olhos da glória de Cristo. Sem a esperança de Jesus, o pecador é “infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”
(Ap.3.17).
Você conhece as bênçãos advindas da redenção? Você
sabia que várias delas podem ser desfrutadas já? Dentre essas bênçãos
encontra-se a manifestação do poder de Deus que opera pelo Espírito Santo e
pela Palavra do Senhor na vida do cristão, capacitando-o a viver a vontade
revelada na Escritura Sagrada. Essa foi a promessa dada pelo Senhor por meio do
profeta Ezequiel: “Porei dentro de vós o
meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e
os observeis” (Ez.36.27).
Quando o cristão sente dificuldade em fazer a vontade
de Deus, porque as tentações são grandes demais, deve lembrar que o Senhor lhe
deixou por herança a graça de poder resistir ao pecado (Ef.6.10-18). Ciente
disso, o cristão pode clamar a Deus para que o fortaleça e o livre de “cair em tentação” (Mt.6.13), pois ele
não está sozinho na batalha. Assim, em oração, meditação na Escritura, adoração
a Deus e comunhão com os irmãos, o cristão é fortalecido para resistir às mais
variadas lutas que lhe sobrevêm.
Portanto, a herança da glória de Cristo Jesus possui
benefícios desfrutáveis no presente. Olhando para a vida eterna, o cristão
desfruta da comunhão com o Senhor, da presença e do poder do Espírito, da
alegria da salvação e da família de Deus já no tempo presente. Tudo isso deve
ser conhecido do cristão, a fim de que possa desfrutar ao máximo de tais
bênçãos, alegrando-se no Senhor, servindo com dedicação e amor, vencendo as
tentações deste mundo e “lutando juntos
pela fé evangélica” (Fp.1.27).
Por meio dessas bênçãos o cristão é fortalecido para a
batalha diária, pois vê que não está sozinho enquanto anda na contramão do
mundo. Deus o lembra que está com ele por meio do Espírito Santo e da Palavra
que o “guia pelas veredas da justiça”
(Sl.23.3). Na igreja, o cristão encontra amizade, auxílio, cuidado e um lugar
para servir, desenvolvendo os dons que o Senhor lhe deu para abençoar vidas. Em
tudo isso, o cristão é motivado a perseverar olhando “firmemente para o
Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb.12.2), que venceu e está assentado à direita de Deus e
voltará para buscar aqueles a quem foi dada a herança da vida eterna.
Então, meu querido irmão, procure conhecer as bênçãos
provenientes de Cristo Jesus. Elas serão alento para seu coração e ânimo para as
mãos. Lembre-se que os benefícios da vida eterna começam aqui, por meio do
operar de Deus na vida de sua igreja. Assim, seus olhos estarão na glória de
Cristo, mas seu coração já poderá desfrutar da nova vida que Deus trouxe para
seus filhos. Futuro e presente andarão juntos, alegrando seu coração com as
bênçãos do Senhor, motivando-o a fazer uso de tudo aquilo que Cristo conquistou
para nós.
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