“o qual nós anunciamos, advertindo a todo
homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos
todo homem perfeito em Cristo” (Cl.1.28)
Desde
que o humanismo greco-romano retornou (com muito maior força) ao mundo
ocidental, o fundamento da cosmovisão do homem (moderno, pós-moderno e
contemporâneo) é o antropocentrismo. Ou seja, o homem rejeitou Deus, afirmando
sua não-existência, e se colocou no lugar como centro de todas as coisas, ao
mesmo tempo em que a vida se tornou uma fagulha perdida na imensidão de um
universo sem começo certo nem fim determinado, sem causa nem propósito. Desse
modo, a sociedade voltou-se para dois pontos: a preservação da vida e o
aproveitamento do tempo presente.
O
que isso significa? Significa que, ao negar a existência de Deus, o homem não
tem mais outro propósito de vida a não ser aproveitar ao máximo o presente até
que morra e desapareça. Então, a única preocupação do mundo atual é: preservar
a existência no planeta terra, cuidando da natureza e da própria espécie humana
enquanto cada indivíduo procura tirar o melhor proveito da vida sem se
preocupar com certo ou errado, desde que não faça mal para ninguém a seu redor.
A conduta do homem passou a ser guiada apenas pelo proposito de não fazer mal
para ninguém enquanto tenta curtir a vida ao máximo, pois tudo o que existe é o
aqui e agora.
Essa
é a cosmovisão que nossos filhos estão aprendendo ao assistirem TV, mesmo o
desenho aparentemente mais inofensivo, ao lerem livros não cristãos (e até
alguns que se dizem cristãos), ao estudar na escola quer pública quer privada,
ao conversarem com amiguinhos que recebem a instrução do mundo diariamente. Ou
seja, o mundo atual respira a cosmovisão de que não existe Deus, razão para
buscar a autopreservação e a autossatisfação em cada geração. Para o mundo,
isso é tudo o que nos resta nesse vasto universo.
A
afirmação de que Deus não existe conduziu o homem a todas as escolhas atuais.
Isso ocorreu porque toda cosmovisão tem um fundamento primário, uma ideia
aparentemente simples, mas imensamente profunda, capaz de se arraigar no coração e
tomar conta de todo o ser. É essa ideia mais fundamental que dá sentido (ou o
deixa sem sentido) para toda a existência daquele ser, conduzindo-o por toda a
vida, guiando todos os passos, até que outra ideia fundamental seja capaz de
arrancar pela raiz a antiga ideia que residia no coração do indivíduo.
A
moral da sociedade ocidental tornou-se relativa, definida apenas pela
subjetividade da crença de cada grupo, com um único valor absoluto e objetivo
para determinar a vida do ser humano: a preservação da vida. Desse modo, a
sociedade tem caminhado perdida, sem norte, com um único propósito: sobreviver.
Essa é a razão primária para a proliferação das drogas, para o aumento da
prostituição, para a ruína da família, para o crescimento do número de suicidas
e para os inúmeros casos de depressão. Toda ideia tem implicações práticas e o
homem plantou uma má ideia na sociedade: a ideia de que não há Deus. E esse é o
mundo em que vivem nossos filhos.
É
fundamental que os pais saibam com quem os filhos andam, para cuidarem bem de
seus filhos, como Jesus cuidou de seus discípulos, dizendo: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os
guardes do mal.” (Jo.17.15). Isso significa que é importante olhar para o
mundo como ele de fato é, em todas as suas dimensões: 1) O mundo foi criado
para a glória de Deus; 2) O mundo está completamente e profundamente
contaminado com o pecado; 3) O mundo está destinado à redenção por meio do
Filho de Deus, Cristo Jesus. Esses três pontos fundamentais sobre a realidade
da vida nos mostram como devemos educar os filhos, apontando, em tudo, para
Cristo Jesus.
Portanto,
o exercício da educação dos pais cristãos em nossos dias caminha em sentido
contrário ao mundo. O homem sem Cristo vê apenas a si mesmo enquanto que o
cristão vê a glória de Deus no mundo que pertence a Ele. Sem Cristo, o homem
olha para o pão sobre a mesa e se gloria no esforço de seu trabalho, enquanto o
cristão sabe que Deus lhe deu graça para trabalhar e para colher. Sem Cristo, o
homem olha para a natureza e vê uma obra fortuita, sem propósito e termina por
venerá-la, pois sua vida parece depender dela, enquanto que o cristão vê na
natureza a sabedoria e o poder de Deus, sabendo que o Senhor está acima dela.
Sem Cristo, o homem olha para a vida e só enxerga o presente, enquanto o
cristão vive pela esperança da volta de Jesus tão certa quanto o dia de hoje.
Aponte
para Cristo! Seu filho precisa saber qual a origem de tudo, a fim de entender
quem ele é. Seu filho precisa saber que a história tem começo, meio e terá um
fim. Seu filho precisa saber quem é o Criador de tudo o que ele usufrui no dia
a dia, a fim de que possa se alegrar em Deus. Seu filho precisa saber que Deus
é um ser pessoal que tem satisfação em se relacionar com seu povo, de modo que
não se sinta sozinho nos momentos mais difíceis da vida. Seu filho precisa ter
um propósito para viver, para fazer o que é reto, para perseverar nas lutas da
vida, para servir ao próximo, para ter esperança nos dias difíceis. Sem Deus, a
vida não passará de algo sem sentido, sem propósito nem razão. Por causa da
ausência de Deus, nossa geração está sofrendo com a depressão, sem sentido para
a vida.
Para
que os pais consigam apontar para Cristo, deverão andar com Cristo. Ou seja,
não devem se limitar a fazer parte de uma igreja local. Andar com Cristo
envolve todo o nosso tempo, todos os nossos planos e todas as nossas ações.
Cristo deve ser o propósito de toda nossa vida, afinal devemos amar a Deus de
todo nosso coração, de toda nossa alma e de toda nossa força (Dt.6.5). Mesmo
sem que os pais digam, verbalmente, para os filhos, que a vida existe para a
glória de Deus, será possível perceber isso por meio da vida dos pais, tanto
nas coisas mais simples quanto nos momentos mais importantes.
Então,
comam pensando em Deus; divirtam-se na presença do Senhor; vivam em família no
amor de Cristo; dediquem-se a meditar na Palavra de Deus; conversem com o
Senhor durante o dia todo; mostrem para seus filhos que os planos familiares
tanto dependem do Senhor quanto devem buscar a glória de Deus; perdoem como
Jesus nos perdoou e prezem pela santidade porque Cristo é santo; conversem
sobre o Senhor e todas as Suas obras. Fazendo isso, seus filhos aprenderão a
andar com Deus e amá-lo. Ser cristão não será apenas uma religião, mas um modo
de ser e viver em que Deus é o centro de tudo com o qual os filhos se relacionarão
em todo tempo.
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