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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A Verdade nos relacionamentos


Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef.4.25)

Como é bom ter alguém em quem confiar! O ser humano precisa se relacionar, viver em sociedade, e mesmo que a mentira faça parte de sua natureza pecaminosa, o homem necessita da presença da Verdade em suas relações, pois a ausência da Verdade torna os relacionamentos fingidos, inseguros e superficiais.

O pecado transtornou as relações sociais. Na ausência da Verdade, a política da boa convivência se estabeleceu e, para ser bem-sucedida no propósito de agradar a todos, se apropriou da mentira das formas mais variadas. Por isso, é tão comum as pessoas estarem sempre sorrindo mesmo quando há lágrimas no coração.

Quantas vezes você já mentiu para as pessoas? Considere que o fingimento também é uma mentira, pois visa enganar o outro, em alguma medida, por alguma razão. É comum a cena de duas ou mais pessoas conversando sobre alguém e, logo em seguida, disfarçando para a conversa não ser ouvida. Essa encenação é a mentira expressa em sentimentos, palavras e atitudes.

Todavia, Jesus nunca mentiu. Cristo não sorria para agradar as multidões nem fingia estar se agradando de algo para não contrariar as pessoas mais próximas. Diversas vezes seu amigo mais chegado, Pedro, ouviu palavras duras (Mt.8.26; 14.31; 16.8,23; 26.34; Jo.13.8) e, também, foi perdoado em suas profundas faltas (Mt.26.75//Jo.21.15-17). Desse modo, quando Jesus dizia que amava seus discípulos (Jo.13.34; 15.9,12), todos sabiam que esse amor era realmente verdadeiro.

Mas, como saber se as pessoas nos amam de verdade se elas não vivem seus relacionamentos na Verdade? Quantos sorrisos e cumprimentos são verdadeiros? Quantos “tudo bem” dizem respeito ao real estado das coisas? Quanto das boas palavras expressam a verdade do que sente o coração? A ausência da Verdade torna as relações em mera formalidade social.

Certa vez, falando para diversos judeus que o questionavam, Jesus afirmou que o diabo tanto é homicida quanto pai da mentira (Jo.8.44). Os Evangelhos demonstram que aquela geração havia se acostumado com a mentira e a falsidade em suas relações (Mt.23). Ao contrário disso, Cristo se apresentou como a Verdade e o Libertador (Jo.8.32,36) capaz de dar vida eterna para quem tiver um relacionamento verdadeiro com Ele (Jo.8.51).

Portanto, precisamos resgatar os relacionamentos por meio da Verdade. Para isso, chamamos a atenção para três importantes fundamentos das relações verdadeiras: 1) Cristo; 2) a Palavra de Deus; 3) a sinceridade. Esses três devem ser empilhados como uma pirâmide em que Cristo é a base sobre o qual encontra-se a Palavra de Deus e, no cume, encontra-se a sinceridade bem firmada sobre a Escritura e Cristo.

Cristo é o restaurador de todas as coisas: animadas e inanimadas, concretas e abstratas, “quer sobre a terra, quer nos céus” (Cl.1.20). Portanto Ele também é o restaurador dos relacionamentos. Por meio dEle o homem é liberto da escravidão do pecado, do mundo e do diabo (Ef.2.1-10) de onde procedem toda sorte de mentira (Jo.8.44). Em Cristo, o pecador é transformado em um novo homem (Gl.2.20) capaz de viver na Verdade em todas as suas relações: com Deus, com o próximo e consigo mesmo.

A libertação da mentira é fundamental para a construção de relacionamentos firmados na Verdade. Para que sorrisos e lágrimas sejam verdadeiros, elogios e exortações sejam sinceros, comportamentos e palavras sejam os mesmos tanto na presença quanto na ausência, é preciso tratar primeiro o coração, afinal “cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam uvas. O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração” (Lc.6.44-45).

Para tratar o coração, retirando a mentira que está arraigada nele, Cristo age pelo Espírito Santo encravando a Palavra de Deus, que é a Verdade (Jo.3.3-8). A Escritura lança luz sobre todas as coisas revelando até as mais ocultas do coração. Então, toda mentira é manifesta e todo engano desvendado. O coração de pedra é esmiuçado pelo golpe poderoso da Espada do Espírito e um novo coração é posto em seu lugar.

Esse novo coração (Ez.36.26) pertence a Cristo e anda em sintonia com Ele. E mesmo que o pecado tente contaminá-lo, não será capaz de destruí-lo, pois o Senhor cuida dele. Diante disso, é importante perguntarmos: Seu coração pertence a Cristo? Então, ele está fundamentado na Verdade, pois nasceu na Verdade que é a Palavra de Deus e pulsa vibrante para a Verdade que é Cristo Jesus.

A partir desse novo coração, as relações poderão ser adornadas de sinceridade. A sinceridade não procede da mentira, mas da Verdade como aplicação desta. Seu propósito não é agradar as pessoas, tão somente. Seu foco deve ser Cristo, a fim de satisfazer a vontade daquele que deu o novo coração. Quando Cristo não é o propósito, a Verdade torna-se secundária e as relações superficiais e inseguras.

Por isso, é incoerente para a igreja que cristãos tenham relações fingidas, superficiais e inseguras. Caso isso esteja acontecendo, significa que Cristo não está sendo o fundamento dos corações e a Palavra de Deus não está permeando o interior, a fim de que haja sinceridade em cada palavra, atitude, gesto e sentimento. Portanto, comece seus relacionamentos colocando seu coração na presença de Cristo, pois somente Ele pode torna-lo apto a viver a Verdade nos relacionamentos.

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