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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Amadureça a fé, o amor e a esperança

iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos” (Ef.1.18-19)

Três palavrinhas fazem parte de todas as cartas de Paulo: Fé, Amor e Esperança, pois, mesmo não aparecendo o termo “esperança” nas cartas de 2 Timóteo e Filemom, seu conceito está presente: “promessa da vida que está em Cristo” (2Tm.1.1); “espero que, por vossas orações, vos serei restituído” (Fm.22)

A fé no Senhor Jesus, o amor divino no coração e a esperança da vida eterna são marcas necessárias na vida do cristão, porque são frutos produzidos pela Palavra e Espírito de Deus. A graciosa salvação do Senhor começa em um tribunal no qual Cristo nos torna justos aos olhos do grande Juiz e segue a vida daquele que fora liberto, a fim de torna-lo semelhante ao Redentor por meio da santificação. Por isso, a fé, o amor e a esperança não são apenas conceitos abstratos nem teorias para serem discutidas entre filósofos e teólogos. Essas três palavras são práticas que demonstram a beleza da nova vida recebida da parte do Senhor Jesus.

Na igreja de Tessalônica, essas três marcas estavam bem presentes, razão para Paulo louvar a Deus pela vida dos cristãos da cidade e afirmar sua convicção de que eles verdadeiramente haviam sido alcançados por Cristo Jesus (1Ts.1.4). A igreja, portanto, era exemplo para as demais e seu testemunho estava extrapolando as fronteiras da cidade (1Ts.1.9), motivando os cristãos de diversas outras regiões a viverem uma fé operosa, um amor abnegado e uma esperança firme (1Ts.1.3).

Todavia, escrevendo aos efésios, Paulo não afirma ter encontrado naquela igreja as três marcas em igual medida. O apóstolo agradece a Deus pela fé e pelo amor dos efésios, mas ora ao Senhor para que a igreja tenha maturidade na convicção de qual a esperança reservada para aqueles que creem no Senhor Jesus. A deficiência daquela igreja estava relacionada a esta esperança, de modo que Paulo dedica-se a falar para a igreja sobre a esperança da glória de Cristo Jesus, conduzindo os cristãos daquela cidade ao amadurecimento.

Diante disso, vemos que as três marcas são igualmente importantes e a igreja não deve negligenciar nenhuma delas. Paulo não faz pouco caso de qualquer uma das três marcas nem se contenta com a presença de duas delas apenas. Ter fé em Cristo, mas não ter amor mostra deficiência cristã. O mesmo podemos dizer caso alguém diga ter amor, mas não demonstre uma fé operosa. De semelhante modo, não pode faltar a esperança, pois, como disse o apóstolo Pedro, Deus “nos regenerou para uma viva esperança” (1Pe.1.3).

E para amadurecer a esperança, em efésios 1.15-23, Paulo fala da íntima relação entre a Palavra de Deus e as três marcas de uma autêntica vida cristã. Por isso, ele ora pedindo sabedoria para os cristãos, a fim de que compreendessem a Escritura e pudessem aperfeiçoar a esperança da glória. Quanto maior o conhecimento de Deus, maior deveria ser a maturidade dos efésios em todos os assuntos teóricos e práticos, afinal a Palavra de Deus é o poder do Senhor tanto para converter o pecador quanto para transformar dia a dia aquele que já entregou sua vida para Cristo Jesus.

O resultado do amadurecimento da vida cristã pode ser visto na vida do cristão. Em Colossenses, Paulo conclama os destinatários a buscarem “as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl.3.1) e, logo em seguida, aponta diversos comportamentos aprovados e alguns reprovados pelo Senhor. Ou seja, com os olhos fitos em Jesus, na esperança da glória de Deus, os cristãos viveriam uma vida agradável ao Salvador, tanto dentro quanto fora de casa, quer em palavras quer em ações, seja sozinho seja perante a sociedade.

Portanto, o cristão deve e precisa buscar o conhecimento da Palavra de Deus, por meio do qual aperfeiçoará a fé, o amor e a esperança. Cristãos imaturos mostrarão uma fé imatura, tendente ao fideísmo, ao misticismo e até às superstições, como ocorre com diversos ramos do evangelicalismo brasileiro. De forma semelhante, sem o conhecimento de Deus o amor estará mais próximo de um sentimento instável e incoerente (teoria x prática) do que do verdadeiro amor de Deus, revelado em Cristo Jesus (Jo.13.34-35). Não será diferente em relação à esperança, pois é preciso conhecer bem Aquele que fez a promessa e saber o conteúdo daquilo que deve ser esperado, a fim de aguardar com firme confiança.

Diversas teologias materialistas de nossos dias (teologia da prosperidade, liberalismo teológico, teologia da missão integral etc.) são o resultado de uma imaturidade na compreensão e na prática da esperança cristã. Quando o religioso não tem a verdadeira esperança põe os olhos sobre coisas passageiras, limitando sua esperança apenas a esta vida, fazendo-se o mais “infeliz de todos os homens” (1Co.15.19). Para uma prática correta da vontade de Deus, é necessário um conhecimento certo da Palavra de Deus (Os.4.6), adornada, em todo tempo, pela iluminação do Espírito Santo que habita no meio da Igreja de Jesus Cristo.

Diante de tudo isso, precisamos perguntar: Como estão sua fé em Cristo, seu amor ao outro (Deus, irmãos na fé e demais pessoas) e sua esperança nas promessas do Senhor? Você está amadurecendo essas marcas necessárias por meio de seu constante aprendizado da Palavra de Deus junto a uma vida de oração? Não se deixe acomodar a uma vida cristã mediana de pequeno conhecimento e poucos frutos. Antes esforce-se para ser abundante em toda boa obra, pois isso vem do Senhor e o agrada. Então, lembre-se sempre que essas três marcas precisam estar bem presentes e amadurecidas, já que elas identificam a verdadeira conversão daqueles que se dizem cristãos, como Paulo afirma: “reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição” (1Ts.1.4).

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