“Bendito
o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte
de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef.1.3)
“A grama do vizinho é
sempre mais verde”. Esse dito popular nos conta uma verdade: o pecado tornou o
homem ingrato e insatisfeito. Por isso, é muito mais fácil o ser humano
observar as coisas ruins a seu redor do que apreciar as incontáveis bênçãos que
o cercam. Contudo, Deus tem abençoado o homem com muitas bênçãos que deveriam
ser motivo de muita gratidão diária.
Se ao homem pecador Deus
tem cercado de bênçãos, “pois Ele é
benigno até para com os ingratos e maus” (Lc.6.35), quanto mais seus amados
filhos remidos pelo precioso sangue de Jesus (1Pe.1.19) são abençoados “com toda sorte de bênção espiritual nas
regiões celestiais em Cristo” (Ef.1.3). Por tudo isso, a igreja deveria estar
sempre grata, adorando a Deus com alegria. As bênçãos divinas são tantas que
nenhuma murmuração é justificável (1Co.10.10).
Em Romanos 8.29-30, o
apóstolo Paulo faz menção das bênçãos que alcançam os cristãos, conhecidas como
“ordem da salvação”: predestinação, chamado, justificação e glorificação. Em
Efésios 1.3-14, o apóstolo detalha essas bênçãos nos contando a indispensável
mediação de Cristo e seu propósito final: a glória de Deus.
Em Efésios 1.3-14, Deus é
o bendito abençoador da igreja (Ef.1.3) e Cristo o mediador de tais bênçãos,
responsável por trazê-las para o povo de Deus, pois tudo foi feito em Cristo. Essas
bênçãos trouxeram singulares benefícios aos pecadores escolhidos. Tudo isso conduz
Paulo a louvar Deus ao mesmo tempo em que pretende despertar na igreja a plena
satisfação em Cristo, a fim de que os cristãos vivam para a glória do Senhor.
No versículo 4, Paulo diz
que Deus “nos escolheu” em Cristo.
Essa escolha dependeu somente de Deus, pois isso ocorreu “antes da fundação do mundo”. Tal escolha transmite segurança para o
cristão, pois não dependeu dele, tendo em vista que precede o próprio tempo. Mas,
como ter a certeza de tal escolha? A perseverança da fé em Cristo até o último
dia é sinal de confirmação (Mt.10.22; 24.13; At.13.43; Ef.3.13).
Mas, a segurança
transmitida pela escolha não pode ser desvinculada de seu propósito para a vida
dos escolhidos: “sermos santos e irrepreensíveis
perante Ele” (Ef.1.4). Por isso, não basta falar que crê em Jesus. É
preciso mostrar a fé por meio de uma vida frutífera, caminhando com o Senhor (Ef.2.10;
Mt.7.21; Tg.2.14-26). Basta lembrar que na vida eterna não haverá pecado nem
pecador, pois somente aquele que foi justificado e santificado estará lá.
Essa graciosa escolha em
Cristo é o início de um projeto redentor, no qual o pecador é tornado filho de
Deus, por meio do Unigênito do Pai (Ef.1.5). Se a segurança da escolha é uma
grandiosa bênção, maior ainda é a bênção divina de poder ser chamado filho de
Deus. Mesmo que Deus seja o criador de todas as coisas, de todos os homens, não
serão todas as criaturas que herdarão o reino de Deus. Todavia, todos os filhos
de Deus são súditos do reino dos céus.
Ser filho é ter um relacionamento
íntimo, estar na casa do pai, ser tratado de forma especial, ser herdeiro dos
bens paternos. O filho é muito amado de modo incondicional, tanto na disciplina
recebida (Hb.12.6) quanto no carinho dispensado de diversos modos. E uma vez
filho, para sempre filho, afinal certa vez alguém disse: “Não existe ex-filho”.
Essa adoção, e toda a obra
redentora, é motivo de grande alegria para aqueles que creem em Cristo. Deus
também se alegra, com o projeto redentor, pois tudo é “para louvor da glória de sua graça” (Ef.1.6). Portanto, uma das
bênçãos derramadas pelo Senhor sobre seu povo é a glorificação que tem início
aqui (ainda que imperfeita) e terá sua plenitude quando Jesus voltar. O rosto
de Deus resplandece (Nm.6.25) sobre seu povo, de modo que em Cristo, Deus se
compraz com os cristãos.
Outra bênção concedida
graciosamente à igreja é a salvação, ou seja, a libertação tanto do império das
trevas (Cl.1.13) quanto da justa condenação do Dia da ira do Senhor. A salvação
aponta para a vida eterna, mas também indica nossa liberdade presente que nos
possibilita uma nova vida, livre da escravidão.
A salvação da ira
vindoura, é parte das bênçãos do plano redentor, mas não é a única bênção. A
redenção é um conjunto de bênçãos de Deus para seu povo. Dentro deste conjunto,
encontra-se também o conhecimento dos mistérios de Deus: a Verdade sobre toda a
realidade que se encontra em Deus, razão do mundo não conhecer. A ignorância
é parte da realidade de um mundo escravo do império das trevas.
Todos esses benefícios
conduzem o cristão a uma vida de esperança, pois as promessas apontam para o
presente e para o futuro. E com o propósito de nos assegurar de que realmente
herdaremos todas essas bênçãos, Deus nos deu o Santo Espírito que é chamado de “selo”
e “penhor”, pois é a singular marca que garante que pertencemos ao Senhor e
herdaremos todas as bênçãos prometidas por Ele. Agora, basta confiar, pois Deus
é fiel!
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