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sábado, 22 de dezembro de 2018

Ano novo, vida...

E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” (2Co.9.6)

Mais um ano está findando, dando lugar à chegada de um novo ano. O mês de dezembro, então, é adornado de muitas expectativas e anseios, além dos muitos gastos e das muitas festas. Provavelmente, esse também é o período com o maior número de preces (nas mais variadas religiões) no mundo inteiro. As pessoas oram, rezam, fazem simpatias, consultam videntes etc. O uso de roupas brancas no último dia do ano é mais uma superstição em prol da realização dos anseios para o ano seguinte. As multidões querem saúde, pedem dinheiro e revelam o interesse em um bem-sucedido relacionamento amoroso. Todos desejam ter a certeza de que o ano seguinte será melhor do que o ano vigente. E Deus é rapidamente lembrado como se fosse um gênio da lâmpada mágica.

Mas, você que tanto deseja coisas boas para o próximo ano, o que tem feito a Deus e ao próximo? Que sementes você tem plantado diante de Deus? Não é incomum que pessoas queiram o melhor para si, mas ficam se corroendo de inveja quando outra pessoa alcança coisas boas. Até mesmo tem sido comum que pessoas queiram ganhar muito, mas pagam pouco ao trabalhador digno de um salário justo. Todos querem ganhar o salário no dia certo, mas muitos não pagam o que devem no dia combinado. Pessoas querem ser amadas e bem-cuidadas, mas não tem prazer em servir as pessoas diante de si. Os mesmos que pedem paciência e misericórdia diante de suas falhas não estão dispostos a ter paciente misericórdia para com o próximo. Seria justo que tais pessoas recebessem o melhor de Deus, quando deram o pior para Deus e para as pessoas a seu redor?

Parece-nos que poucas pessoas lembram, nesse momento, que o Criador de todas as coisas é Santo, Justo e Verdadeiro, além de Gracioso, Misericordioso e Bom (1Pe.1.16; Sl.11.7; Jo.14.6; Sl.67.1; Sl.145.8; Sl.25.8). O Senhor não distorce a justiça, ainda que esteja sempre pronto para perdoar por meio de Cristo Jesus. Ou seja, Deus não inocenta o culpado nem condena o inocente. Não foi sem razão que Jesus afirmou: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas” (Mt.7.12); e, nos ensinou a orar: “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt.6.12), “porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mt.6.14-15). Como, então, uma pessoa pode esperar de Deus coisas boas se o despreza com sua vida? Como esperar coisas boas das mãos do Criador se deu coisas ruins com suas próprias mãos para as pessoas?

Se do mundo não podemos esperar coisas boas, pois faz o que lhe é próprio: o mal (1Jo.5.19), do cristianismo deveríamos aguardar aquilo que Cristo deixou como modelo de vida (Jo.13.34-35). Todo o Novo Testamento combate o pecado dentro da igreja de Jesus: orgulho, inveja, maledicência, desonestidade, maldade, mentiras, perseguição, tentativa de prejudicar o outro, tirania no uso do governo, falta de amor para com as pessoas que divergem nas ideias, boicote da obra do Senhor etc. (Mt.15.19; 2Co.12.20; Gl.5.19-21). Escrevendo à igreja de Coríntios, Paulo disse que havia “muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (1Co.11.30), porque a mão do Senhor pesara sobre aquelas pessoas, castigando-as como advertência para toda a igreja.

Por conseguinte, Deus não quer tais pecados entre líderes e liderados, entre oficiais e membros. O Senhor não quer as mesmas pessoas que desejam ser bem-tratadas tratando mal aqueles que discordam delas; Ele não gosta de ver aqueles que desejam o melhor para si dando o pior para o outro; O Espírito de Deus não se alegra com relações permeadas por orgulho, inveja e maledicência; Cristo não se agrada de que as mesmas pessoas que desejam receber seu salário em dia, tentem prejudicar o outro (é comum fazerem isso contra os pastores) não pagando aquilo que lhes é devido, “pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário” (1Tm.5.18).

Diante disso, aplica-se a nossos dias o que disse o profeta Isaías: “Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.” (Is.1.15). Deus não se agrada da injustiça praticada no meio da sociedade nem muito menos no meio do povo do Senhor. Diversos dos profetas do Antigo Testamento trataram largamente sobre a injustiça social, como disse o profeta Miquéias: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq.6.8). Devemos lembrar que Deus é o Juiz de toda a terra e dará a cada segundo suas obras (1Pe.1.17). Não importa quão injustos sejam os juízes desse mundo pecador, Deus sempre dá a palavra final e sua Palavra é sempre justa, santa e perfeita. Ele não pode ser subornado nem enganado; Ele não aceita favores nem “dá um jeitinho brasileiro”. O Senhor trata todos com justiça, sabendo que a perfeita justiça de Deus é Cristo Jesus, Seu Filho.

Portanto, o que esperar para o novo ano? Em parte, isso dependerá daquilo que você plantou, afinal não colhemos manga de parreira nem figos de macieiras. Se você plantou espinhos não espere colher amoras, mas se você realmente plantou dedicada-fé-obediente, confie no Senhor, pois Ele é Bom, Justo, Fiel e conhece bem a vida de cada criatura sua. Não é necessário ser profeta para saber que aqueles que plantaram o mal colherão o mal. E se, em alguma medida, parecer que os maus estão se dando bem é porque Deus lhes reservou algo muito pior para o futuro, quando a ira do Deus Todo-Poderoso será derramada sobre todos os ímpios (Sl.73; Rm.2.5).

Todavia, não devemos entrar num fatalismo. Existe esperança até mesmo para aqueles que plantaram coisas ruins, seguindo a maldado do coração pecador (Lm.3.22). Essa esperança encontra-se em Cristo Jesus que convida todo pecador ao arrependimento e conversão (At.2.38). Ou seja, caso o pecador se arrependa de todos os seus pecados, confiando na justiça de Cristo, e queira verdadeiramente mudar sua vida, como ocorreu com Zaqueu (Lc.19.1-10), então seus pecados serão perdoados por meio de Cristo e Deus lhe tratará como uma nova criatura em que tudo se fez novo por meio do Espírito Santo (2Co.5.17).

Com isso, não pense que Deus se engana com falsas e passageiras conversões que visam apenas se livrar de prejuízos presentes. Deus conhece o coração do homem (Sl.139) e sabe quais são suas intenções. Lembremos que Judas Iscariotes foi escolhido para ser parte dos 12 apóstolos, mas desde o início Cristo sabia que ele era um filho do diabo (Jo.6.70), um ladrão enganador (Jo.12.6). Jesus afirmou que Deus procura adoradores que o adorem em ESPÍRITO e em VERDADE, não somente cumprindo ritos em lugares separados para a adoração (Jo.4.23-24), mas oferecendo a vida em culto constante ao Senhor (Rm.12.1-2). Deus conhece o interior do homem e sabe quem recebeu um novo coração no lugar do coração de pedra (Ez.36.26-27).

Desse modo, a verdadeira esperança de um futuro melhor encontra-se somente em Cristo no qual somos perdoados e capacitados a viver uma vida agradável a Deus (Gl.2.20); uma vida guiada pela Palavra Deus (Jo.17.17) e marcada pelo fruto do Espírito (Gl.5.22-23). O verdadeiro cristão não precisa fazer simpatias, vestir roupas de cores específicas ou seguir outros tipos de superstições e misticismos para garantir um ano bom. O verdadeiro cristão sabe que o Espírito Santo é a garantia deixada por Cristo, em sua amada Igreja (2Co.1.22; Ef.1.14), de que não importa se haverá um lindo dia ensolarado ou se cairá um forte temporal, pois o Senhor ama seu povo (Rm.8.31-39) e tem um maravilhoso futuro para ele, um novo céu e nova terra, onde habitarão felizes para sempre com Jesus (Ap.21-22).

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