“Disse-lhes mais: ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e enviai
porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao
nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a
vossa força” (Ne.8.10)
Há momentos na vida em que uma nuvem negra
parece estacionar sobre nossa cabeça. O coração não vai bem, desanimado
frente aos desafios e tribulações. A mente voa sem direção, vagando sobre tudo
em meio ao nada. As forças parecem escorrer por entre os dedos e deixamos a
vida nos levar.
Isso não é incomum ao ser humano, tendo em vista
que a fragilidade humana é uma característica universal e os problemas aparecem
para todos indistintamente, pois é marca de um mundo caído, “pois a criação
está sujeita à vaidade” (Rm.8.20). Por isso, tem sempre alguém com problema ao
nosso redor.
Mas, Deus não nos entrega a estes momentos nem
nos abandona quando mais precisamos. Mais que um grande amigo (Pv.17.17), o Senhor
se mostra mais presente nos dias em que mais precisamos dEle, como testemunhou
Davi que desfrutara da presença de Deus quando andava “pelo vale da sombra da
morte” (Sl.23.4). Mesmo nas mais densas trevas, o Senhor está presente e nada
pode ocultar-nos dEle (Sl.139); ninguém pode separar-nos de seu amor (Rm.8.38-39).
Portanto, nesses momentos tão difíceis para a
mente e o coração, devemos lembrar que a graça do Senhor nos basta (1Co.12.9),
ou seja, que o fato de sermos agraciados pela salvação do Senhor, adotados como
filhos, habitados pelo Santo Espírito e separados para uma viva esperança de
eterna glória deve trazer satisfação ao nosso coração e pleno contentamento em
Cristo Jesus.
É verdade que nada disso anulará os problemas da
vida, todavia mudará a forma como os encaramos, como disse Paulo: “Porque para
mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser
comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm.8.18). Lembrar tudo o que
Deus nos prometeu pode não mudar o rumo da vida, mas mudará, pelo operar do
Espírito Santo, seu modo de ver e viver a vida.
Quando o povo de Israel que voltara do cativeiro
chorava lembrando do passado da nação, Neemias, Esdras e os levitas lhe disseram
que se lembrasse que o rosto do Senhor estava resplandecendo para eles e isso era
suficiente (Nm.6.24-26//Ne.8.10). Os judeus deveriam se alegrar na alegria de
Deus, “porque este dia é consagrado ao
nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força” (Ne.8.10).
Saber que Deus nos ama e tem satisfação em nossa
felicidade deve trazer alegria ao nosso coração. Significa que mesmo em meio às
lutas, o Senhor estará presente e nos ajudará, pois não tem prazer em nosso
sofrimento. O fato de Deus nos amar significa que Ele quer nosso bem não apenas
presente, mas, também, eterno. Ele quer nos ver felizes, sendo Ele mesmo a
razão absoluta dessa felicidade, o alicerce da plena alegria de nosso coração.
Colocar o coração sobre a alegria de Deus traz
alegria ao nosso coração, paz para a nossa mente e força para as nossas mãos. Isso
ocorre porque precisamos de alguém que nos ame, assim como sentimos a
necessidade de amar, também (Dt.6.5). De igual modo, necessitamos de cuidados,
principalmente quando estamos passando por dias maus (Mt.6.25-34; Fp.4.6). E
quando nos sentimos bem assistidos, recobramos ânimo para continuar lutando, pois
sabemos que não estamos sozinhos.
Observemos que as crianças bem-amadas e bem-cuidadas
têm alegria no coração, paz na mente e força no viver pois, “inconscientemente”,
sabem que não precisam se preocupar com suas necessidades, tendo em vista que
os pais fazem isso por elas, constantemente. Elas se alegram na alegria dos pais
que tem satisfação no bem-estar de seus filhos, por isso descansam a vida
sobre os doces braços de seus pais.
Precisamos lembrar sempre que Deus nos chama de
filhos porque Ele mesmo se fez nosso Pai. Portanto, os cuidados paternos que tanto
precisamos podem ser encontrados no Senhor “que
prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores” (Rm.5.8). Ou seja, “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o
entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”
(Rm.8.32).
Portanto, se você está desanimado(a) com o
coração triste e a mente aérea, olhe para a cruz, pois, nela, Deus mostrou seu
amor e poder para nos receber como filhos e cuidar de nossas vidas com graça e
satisfação. Lembre-se que Ele não o(a) desamparará jamais, a fim de recobrar ânimo para prosseguir glorificando a Deus, ajudando outras pessoas que precisam
ser lembradas que a alegria do Senhor é nossa força.
Amém!
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