“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus”
(Sl.14.1)
Injustiça social, prostituição, corrupção, inimizades entre
tantos outros problemas presentes na sociedade são expressões de uma negação
prática da existência de Deus. A ausência do temor a Deus, quase sempre, é uma
negação prática da existência de Deus. O pecador se entrega ao pecado como se
Deus não existisse (Sl.12.4; 64.5; Is.29.15), ignorando que um dia todos os
homens haverão de prestar contas a Deus por todas as suas obras (Ec.11.9;
Mt.18.23; 25.19; Lc.11.50-51; Rm.14.12; Hb.4.13; 13.17; 1Pe.4.5).
Ateísmo é uma prática muito mais comum ao homem do que expressa
a reflexão religiosa-acadêmica daqueles que acreditam na não-existência de Deus.
Nos dias de Davi, Israel era a única nação que adorava o Verdadeiro Deus,
Criador dos céus e da terra. As nações ao redor do povo santo do Senhor
desprezavam o Deus de Israel e faziam guerra contra os escolhidos do Senhor
(1Sm.17.1; 28.1; 2Sm.5.17; 21.15). Os povos ignoravam que não lutavam apenas
contra homens, mas desafiavam Aquele que de Abraão fizera uma grande nação para
cumprir em Israel seu projeto redentor (Gn.12.2; 46.3): o Deus de Israel.
Assim, a falta de conhecimento de Deus decorria na falta de temor a Deus,
expressa numa vida de pecado e luta contra Deus.
Todavia, não devemos ignorar ainda que não foram apenas os
povos ao redor de Israel que desprezaram a existência de Deus. Durante a
história de Davi, muitos se levantaram, levianamente, conduzindo o povo de Deus
para o mau caminho: Saul (1Sm.15; ); Is-Bosete (2Sm.4); Absalão (2Sm.14-18);
Aitofel (2Sm.17); Seba (2Sm.20). Todos estes homens desprezaram o Deus de
Israel, não fazendo caso do fato de que o Senhor havia escolhido Davi para ser
rei sobre seu povo (1Sm.16.13). Portanto, ninguém poderia tirar-lhe a coroa a
não ser o próprio Deus, como o fez com Saul (1Sm.15.23). Diante de tudo isso,
Davi estava perplexo: “Acaso, não
entendem todos os obreiros da iniquidade” (Sl.14.4).
A negação tanto teórica quanto prática da existência de Deus
é uma afronta ao Criador. Então, sem que o pecador ateu se dê conta, estará
lutando contra o Criador dos céus e da terra. Poderia, este homem, resistir?
Quão devastadora é a ignorância! A falta de conhecimento de Deus conduz o homem
a multiplicar seus pecados, indo de encontro à própria destruição que virá do
Senhor Deus Todo-poderoso (Sl.14.2-3). Por essa razão, Satanás emprega tanto na
falta do saber; o paganismo despreza com tal força o verdadeiro conhecimento; a
mídia investe de tal modo na manipulação da informação; os governos pagãos proíbem
a todo custo o ensino da Verdade nas escolas; e, os mais diversos líderes
políticos e religiosos pervertidos fazem de tudo para manter o povo na
ignorância.
Qual a solução para esse mundo ignorante, que despreza o
conhecimento de Deus, que luta contra o povo do Senhor? Seria a criação de
novos cursos para as universidades? Ou um maior número de pessoas cursando
filosofia? Não! Pois, não há conhecimento de Deus fora da revelação do próprio
Deus. Davi proclama a salvação para um mundo sem o conhecimento de Deus: “Tomara de Sião viesse já a salvação de
Israel! Quando o Senhor restaurar a sorte do seu povo, então, exultará Jacó, e
Israel se alegrará” (Sl.14.7). O Salmista anuncia o dia de Cristo, no qual
os adversários do povo de Deus seriam derrotados (Ap.12) e o Espírito de Deus
seria derramado sobre os povos para conversão de pessoas de todas as nações
(Dt.32.21//Rm.10.19; Is.42.1,6; 49.6; Ez.36.26-27).
Cristo também sofreu uma geração sem conhecimento do Senhor
e incrédula: “Vendo ele as multidões,
compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm
pastor” (Mt.9.36). “Ó geração
incrédula e perversa! Até quando estarei convosco e vos sofrerei?”
(Lc.9.41). Em seu clamor, Jesus mostrou anseio pela consumação da obra
redentora, morte e ressurreição, não somente para que pudesse voltar para o
seio do Pai, mas, ainda, a fim de que o Espírito de Deus convertesse o coração
dos pecadores (Jo.15.26). A solução para todos os problemas da humanidade seria
manifesta em Sião, por meio da consumação da obra redentora que Cristo
realizaria por intermédio de sua cruz (Mt.21.5; 1Pe.2.6).
O pecado tornou o coração do homem tão cego e obstinado que
as multidões alimentadas pelo milagre da multiplicação dos pães (Jo.6.1-15) não
perceberam que estavam diante do Messias prometido, o Filho de Deus, e, por
isso, logo em seguida, lhe pediram um sinal que provasse que Ele fora enviado
por Deus: “Então, lhe disseram eles: Que
sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos?”
(Jo.6.30). A razão disso é que o problema daquele que nega Deus não se encontra
na falta de provas de sua existência, mas na incapacidade, do coração pecador, de
perceber qualquer manifestação da glória do Senhor, apresentada diante de seus
olhos. Mesmo que Deus realizasse inúmeros milagres diante de cada geração, os
homens o negariam e lhe pediriam mais uma vez: “Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti?”
Cristo continua sendo a única solução poderosa e eficaz
contra toda ignorância e incredulidade do homem pecador. Ele é a única arma
contra nossos adversários, pois nEle tanto temos a certeza da salvação (Ef.6.10-18)
quanto a vitória sobre os inimigos do Senhor (Cl.2.15). Em Cristo, o mundo está
derrotado, Satanás condenado e a igreja redimida para uma viva esperança. No
Filho de Deus, temos a completa revelação da glória do Criador, pois “Ele é a imagem do Deus invisível” e “nEle habita, corporalmente, toda a plenitude
da Divindade” (Cl.1.15; 2.9). Desse modo, Cristo manifestou ao mundo a
existência de Deus de forma pessoal, graciosa e poderosa, testemunhado por
multidões de milhares de pessoas tanto amigos quanto inimigos, quer bons quer
maus; e, esse testemunho perdurará pelos séculos até a volta de Jesus.
Portanto, só Cristo pode livrar o homem da insensatez de
negar a existência de Deus (teórica e prática), pois Ele mesmo manifestou a
glória do Criador (Jo.17.4). Enquanto o Espírito de Deus não conduzir o homem a
Cristo, o pecador negará a existência de Deus por crença e atitudes, e se
voltará contra tudo o que se chama pelo nome do Senhor. Agora, tendo em vista
que de Sião já veio a salvação do povo de Deus (Jo.19.30), a igreja deve
proclamá-la, pois o Evangelho “é o poder
de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm.1.16). E, por meio da
conversão dos pecadores, o Senhor, também, estará livrando seu povo dos
inimigos, “para que vivamos vida
tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1Tm.2.2).
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