Pages

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Despreparados para a guerra

O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.” (Os.4.6)

Pensavam que nunca chegaria o momento. Tudo parecia tão calmo e sereno que até os mais valentes se deixaram levar pela brisa suave desses dias tranquilos. Homens e mulheres, adultos e jovens; soldados de um numeroso exército descansava em seu arraial fronteiro ao império das trevas. Porém, ao raiar do sol, nas primeiras horas de um dia qualquer de primavera, algo inesperado acontece: o inimigo subestimado inicia seu ataque surpresa contra o grande, mas inapto, exército. Despreparados, sem fardamento nem armamento, os soldados correm de um lado para o outro confusos e vulneráveis, pois poucos estavam vigilantes para aquele dia.

Um pelotão inimigo chamado tentação inicia a empreitada, avançando contra os soldados mais jovens. Milhares de flechas são atiradas para o céu em direção à juventude, a fim de eliminar a força juvenil que se encontrava perdida em meio ao campo de batalha. Não seria difícil resistir ao ataque do pelotão tentação, mas poucos soldados jovens estavam munidos de seu escudo da fé. Sem defesa, centenas de jovens vão ao chão atingidos pelas flechas sujas e afiadas, pontiagudas e precisas. O chão é manchado pelo sangue que escorre do coração dos jovens atingidos pelas flechas da tentação. Não poucos caem mortos e muitos feridos precisam ser recolhidos com urgência para não perecerem com os demais.

Apesar do massacre inicial, alguns jovens se mantêm firmes no campo de batalha, resistindo às setas malignas por meio do escudo da fé enquanto avançam com determinação tendo nas mãos a espada do Espírito desembainhada. Todavia, o ataque inimigo não se encerrou. Outras tropas inimigas aparecem por detrás lançando, com suas catapultas, grandes pedras de intrigas, rixas, inimizades, porfias e maledicências, a fim de dividir famílias e igrejas, homens e mulheres, enfraquecendo, assim, o exército do Senhor. Por causa do despreparo, muito são atingidos e outros abandonados, irmãos se voltam contra irmãos, e maior é o número de mortos pela espada de seu semelhante do que os feridos pelas armas inimigas. A guerra parece estar perdida para o povo de Deus.

Ainda no campo de batalha outra multidão confusa não sabe o que fazer nem tem forças para lutar. Sem saber manusear a espada do Espírito que é a Palavra de Deus, os pobres recrutas e veteranos não são capazes de vencer batalhas pessoais contra os inimigos; e, enfraquecidos pela falta de uma vida de oração se deixam levar por todos os enganos e mentiras dos adversários que andam em derredor “como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe.5.8). Inevitavelmente, fracos e despreparados sucumbem diante dos inimigos, mostrando que o elevado número de soldados não equivalia à real quantidade de valentes prontos para vencer batalhas pelo Senhor.

Um número significativo de soldados cai e, semelhante à narrativa sobre Gideão (Jz.7), restam apenas uns poucos heróis da fé. Todavia, o pequeno número não deve ser subestimado, pois esses valentes possuem a armadura de Deus (Ef.6.10-18), porque guardaram firme na mente e no coração a Palavra do Senhor, bem firmados nas promessas divinas. Então, cheios do Espírito do Senhor, com a espada do Espírito em uma mão e o escudo da fé na outra, jovens e adultos, homens e mulheres avançam, certos de que as “portas do inferno não prevalecerão” (Mt.6.18). Eles não temem gigantes ateus nem monstros mentirosos, não se dobram diante de dominadores nem demônios imundos. Dispostos a dar a vida pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores, eles avançam cautelosamente para não caírem nas lamas imorais deixadas como armadilhas pelos adversários.

Contudo, tais soldados não são invulneráveis nem perfeitos e no final de cada dia precisam voltar ao arraial, a fim de serem limpos de toda sujeira que se lhes apegou ao corpo, curados de todos os ferimentos feitos pelos inimigos, fortalecidos com o bom alimento provindo da Palavra divina e revigorados descansando nos braços do Deus eterno “que trabalha para aquele que nele espera” (Is.64.4). No arraial, os valentes do Senhor encontrarão mestres enviados por Cristo para assistirem aos santos valentes de Deus, preparando-os para que tenham um bom desempenho na batalha.

Nossa narrativa pode parecer uma simples ficção, mas diz respeito ao dia a dia da igreja espalhada pelo mundo. Nossos jovens têm caído no campo de batalha, famílias são destruídas pelos adversários, igrejas são divididas por aqueles que se infiltram sorrateiramente no meio do povo de Deus, fingindo ser cristãos. Mesmo assim, muitos ignoram os acontecimentos e seguem como se nada estivesse acontecendo. Líderes continuam preocupados com o enchimento de denominações como meros clube de pecadores, contentando-se, assim, com as aparências e o fato de poderem dominar sobre o ignorante e fraco povo.

A igreja, então, precisa de constante oração. Ela necessita de pastores que pastoreiem a igreja conforme o coração de Deus, conscientizando-a que "a vida não é um piquenique, mas uma guerra" (Dr. Ligon Duncan) em que o Reino de Deus avança contra o império das trevas para libertar as ovelhas de Jesus. Jovens precisam ser preparados para lutar o bom combate do Senhor; adultos necessitam ser conscientizados sobre a importância de cuidarem dos mais jovens por meio do bom ensino e testemunho; homens precisam ser preparados para liderarem a família e a igreja por meio da Palavra do Senhor; e, mulheres devem ser amadurecidas para auxiliarem na luta contra todo mal sendo fiéis e amáveis companheiras nos dias bons e maus.

Você está pronto para a batalha? Então, ore pela igreja e ajude os demais irmãos a se prepararem também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário