“Sabemos que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
(Rm.8.28)
Você ama o trabalhar de Deus em sua
vida? Não estou me referindo aos momentos em que Deus ouve suas orações e o
livra de angustias, problemas, doenças e crises financeiras. Ser ajudado por
Deus é bom, mas não é o melhor que o Senhor tem para seus servos. A maior
bênção divina concedida aos justificados é o processo de santificação, “sem a
qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12.14).
O maior interesse do Senhor com
respeito a nossa vida é tornar-nos semelhantes a seu Filho Jesus. Por isso,
Paulo diz “que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm.8.28). Ou seja, coisas
boas e ruins acontecem na vida dos filhos de Deus para contribuírem com a
santificação deles.
Você já pensou, então, que Deus
coloca pessoas em sua vida para ajudá-lo a crescer em maturidade cristã? O
casamento, por exemplo, cumpre muito mais do que o papel de alegrar nosso
coração, pois a pessoa com a qual convivemos exige de nós paciência, amor,
capacidade de perdoar, cumprimento dos respectivos papéis etc. No dia a dia da
vida conjugal nosso cônjuge, mesmo sem saber, está contribuindo para nosso
crescimento espiritual, instigando-nos a viver uma vida para a glória do Senhor
diante das contrariedades.
Mas, não pense que somente o
cônjuge tem papel importante no processo de santificação. Muitas outras pessoas
e circunstâncias serão instrumentos para seu aperfeiçoamento cristão: amigos,
inimigos, irmãos da igreja, pastores, momentos difíceis, provações, privações
etc. Mas, como tudo isso contribui para nossa santificação? Como coisas
indesejadas e momentos simples da vida podem contribuir para nosso crescimento
espiritual?
Deus usa pessoas e situações para
nos santificar de várias formas. Uma delas é por meio do ensino. Quando o
pastor prega fielmente a Escritura, Deus está usando-o para santificar você.
Quando pais ensinam a Palavra de Deus para os filhos, eles são instrumentos
para santificar os filhos. E qualquer pessoa que nos ensine a Bíblia com
fidelidade será instrumento para nossa santificação. Por isso, é importante
“enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de
coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Ef.5.18-19).
Além do Senhor usar pessoas para
nos santificar pelo ensino, Deus utiliza-se da vida delas para trabalhar nosso
caráter indiretamente. Isso acontece porque todas as pessoas possuem defeitos e
diferenças. E quando nos deparamos com esses defeitos e diferenças, somos
exigidos a colocar em prática o amor, a paciência, a correção, o perdão, a
humildade, a mansidão, a obediência, a firmeza, a submissão, o domínio próprio
etc. Ou seja, por meio de nossos relacionamentos somos instigados a pôr em
prática o que aprendemos da Palavra de Deus, a fim de desenvolvermos a salvação
com temor e tremor (Fp.2.12), crescendo “em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo” (Ef.4.15).
Mas, para que você tire o melhor
proveito possível do trabalhar do Senhor em sua vida é necessário estar atento
ao propósito santificador de Deus para seus filhos e estar disposto a ser
trabalhado por nosso Senhor e Salvador. Você precisa fazer do propósito
santificador de Deus seu propósito também, e desejar que a santidade do Senhor
seja vista em seu viver. Você precisa amar mais a Deus do que tudo que Ele pode
nos dar nessa vida.
Afora as pessoas, o Senhor ainda
nos proporciona momentos diversos de angústia, provação e privação por meio dos
quais somos testados e desafiados a agir de forma piedosa, santa e agradável ao
Senhor, colocando em prática o que temos aprendido em Sua Santa Palavra. Nas
privações, devemos confiar no Deus da provisão e mostrar contentamento com
tudo; nas provações, precisamos agir com fidelidade à Escritura não cedendo às
pressões e às tentações do mundo; e nos variados momentos difíceis, nosso amor
a Deus é testado e nossa alegria na salvação em Cristo Jesus pode ser
exercitada.
Portanto, em vez de olhar para as
adversidades como problemas somente, olhe para os desafios como momentos
proporcionados por Deus para que você amadureça na fé (Rm.5.3-5). Em vez de
olhar para as diferenças entre os irmãos como algo negativo, veja na variedade
de pensamentos, dons e modo de ser um instrumento divino para trabalhar seu
caráter exigindo de você o exercício do fruto do Espírito no convívio com os
irmãos (Gl.2.22-23), pois as virtudes são confirmadas quando passamos “pelo
vale da sombra da morte” (Sl.23.4).
Lembre-se de que nossa vida nesse
mundo, o qual jaz no maligno (1Jo.5.19), é passageira e que aguardamos a volta
de Cristo (2Pe.3.13), a fim de que desfrutemos “novo céu e nova terra”
(Ap.21.1) onde “a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem
dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap.21.4). Dessa forma, a esperança
da vida eterna e o desejo pela manifestação da glória de Jesus lhe ajudarão a
ajustar seu foco, a fim de que deseje mais a santificação de sua vida, mesmo
por meio de contrariedades, do que os benefícios passageiros dessa vida. Então,
ame o trabalhar de Deus em você e aproveite bastante cada oportunidade para
amadurecer sua fé (Hb.12).
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