“Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a
árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mt.12.33)
Sou realmente um cristão? Não é incomum que pessoas se
acomodem ao status de cristãs por fazerem parte de alguma igreja local. A
participação em programações evangélicas e o envolvimento com pessoas cristãs trazem
a sensação de conforto e podem iludir diversos membros de denominações. Será
que todo membro de uma igreja local é realmente um cristão? Jesus nos garante
que a resposta é NÃO (Mt.13.24-30). Seria possível alguém enganar a si mesmo
achando-se um cristão? Conforme Jesus, a resposta é SIM (Mt.7.21-23). Em vista
disso, é importante que o cristão faça uma avaliação pessoal para conferir se a
vida confere com uma legítima conversão. Você já tentou encontrar sinais de uma
verdadeira conversão em sua vida? Se você não tem qualquer preocupação com as
marcas da legítima fé cristã ou acha que ser membro de uma denominação já é
suficiente, então pode ser que você realmente não seja um cristão genuíno.
Portanto, queremos instigá-lo a perguntar: Sou realmente um cristão?
Diversas vezes Jesus deixou claro que participar do povo
visível de Deus não é suficiente para garantir que uma pessoa realmente
pertença a Deus e será salva da ira vindoura (Mt.13.24-30):
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no
reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
(Mt.7.21)
Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele,
porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo (Mc.13.13)
Porquanto cada árvore é conhecida pelo seu próprio
fruto. Porque não se colhem figos de espinheiros, nem dos abrolhos se vindimam
uvas (Lc.6.44)
O verdadeiro cristão possui marcas visíveis (e invisíveis: o
testemunho do Espírito – Rm.8.16; Ef.1.14; 1Jo.3.24) que confirmam a conversão
operada pelo Espírito (Jo.3.5) e Palavra de Deus (Jo.8.32), a fim de glorificar
a Deus na presença do mundo. Conforme Paulo, o genuíno cristão possui fé
operosa, amor abnegado e esperança firme (1Ts.1.3); e, segundo João, os três
testemunhos que confirmam a legitimidade de um cristão são: amor, fé e
obediência (1Jo.5.1-5). Portanto, todo cristão deve procurar em si o amor, a fé
e a esperança obediente (Cl.3.1-3), pois essas marcas testemunham não somente a
legítima conversão como também a beleza da santidade daquele que nos propôs uma
vida em acordo com a glória de seu Filho.
Creio que está evidente, então, que o cristianismo bíblico
não é uma religião de palavras e ritos, apenas; nem muito menos de tradições.
Não basta dizer que é cristão nem participar de cultos solenes em alguma
denominação. Não é suficiente ser membro de uma igreja local ou ter cargos
dentro dela (mesmo que seja pastor). O cristianismo propaga a restauração da
criação por meio da justiça de Cristo e do poder restaurador do Espírito Santo
que juntos possibilitam uma vida em acordo com a santa, boa e justa Palavra de
Deus (Rm.8.19-21). Ser cristão, portanto, é viver a nova vida que cristo
inaugurou (Gl.2.20) quando morreu e ressuscitou trazendo “toda sorte de bênção
nas regiões celestiais” (Ef.1.3).
Para lhe ajudar a julgar a si mesmo (1Co.11.31), oferecemos
algumas perguntas que poderão ser pronunciadas diante de um espelho bem límpido:
1)
Você odeia o pecado? Pecado é a transgressão da
lei do Senhor; é fazer o que desagrada a Deus; é rebeldia contra o Criador de
todas as coisas. O cristão deve amar a Deus de todo seu coração (Dt.6.5) e,
consequentemente, deve odiar aquilo que não o agrada (1Jo.3.4). Agora, faça um
teste para verificar se você realmente odeia o pecado e ama a Deus de todo seu
coração: Jogue fora tudo que desagrada a Deus! Deixe de assistir filmes com
cenas e ideias que desagradam a Deus! Lute contra desejos, palavras e ações
pecaminosos de seu coração – maledicência, orgulho, inveja, maldade,
imoralidade etc. Esse despojamento “de toda maldade e dolo, de hipocrisias e
invejas e de toda sorte de maledicências” (1Pe.2.1) ocorrerá durante a
caminhada cristã e contará com o ensino do Senhor Jesus, capacitação do
Espírito Santo e auxílio dos irmãos que deverão motivá-lo a não desistir da
luta contra o pecado.
2)
Você ama o que pertence a Deus? Ou seja, você
ama a Palavra de Deus, a igreja de Jesus, o culto ao Senhor, os momentos de
oração ao Pai, os irmãos que Deus nos dá? Como um cristão poderia amar a Deus e
não amar aquilo que pertence a Deus e vem de Deus. O apóstolo João nos diz que
“se alguém disser: amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele
que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”
(1Jo.4.20). Aquele que ama a Escritura lerá a Bíblia com frequência; aquele que
ama a igreja orará e lutará pela igreja; aquele que ama o culto ao Senhor
participará com alegria sempre; aquele que ama falar com o Pai estará sempre em
oração; aquele que ama os irmãos será bênção para todos eles, desde o pastor
até o congregado mais novo. É necessário, então, pedir a Deus que o ajude a
cultivar o amor que vem de Cristo (Jo.13.24-25), amor este que está fundamentado
na Verdade (2Jo.1.1), não permitindo que a maldade do mundo esfrie o coração do
cristão.
3)
Você anda humildemente com Deus? (Mq.6.8)
Cristianismo não é um momento, mas uma vida. E, tendo em vista que ainda somos
pecadores, a vida cristã deve passar por constante aperfeiçoamento até que
sejamos todos semelhantes a Cristo, o varão perfeito (Ef.4.13). Andar
humildemente com Deus é se deixar ser trabalhado pela Palavra do Senhor; é
ouvir a exposição da Escritura com o coração quebrantado; é receber a disciplina
com vergonha, mas também gratidão; é buscar crescer espiritualmente todos os
dias e se deixar ser ensinado por aqueles que Deus chamou para educar a igreja
por meio do fiel ensino da Escritura. Aquele que endurece seu coração e rejeita
o ensino e a correção do Senhor não tem um novo coração (Ez.36.26-27), pois
aquele que nasceu de novo caminha em processo de santificação diariamente até
ser formado o caráter de Cristo em sua vida (2Co.3.18).
Essas três perguntas são bastante abrangentes e o ajudarão a
procurar a fé, o amor e a esperança obediente em sua própria vida. Além dessas
perguntas, outras questões à luz da Bíblia poderão ser levantadas, a fim de
ajudá-lo a encontrar o fruto do Espírito em seu dia a dia (Gl.5.22-23).
Portanto, coloque sua própria vida sob investigação. Julgue a si mesmo!
Julgamos com tanta facilidade a vida dos outros e temos tanta dificuldade de
julgar a própria vida. Mas, apesar das dificuldades, não desista de analisar seus
pensamentos, palavras e atitudes (e omissões), pois uma profunda e sincera
análise de si mesmo fará com que você descubra se é realmente um cristão.
Mas, o que fazer se você descobrir que não é um cristão?
Arrependa-se profundamente de seus pecados e falso cristianismo. Peça perdão a
Deus por não ter vivido uma vida cristã autêntica, enganando tanto a igreja
quanto a si mesmo. Então, confesse a Cristo como Senhor e Salvador de sua vida
de todo seu coração. Pense nas implicações práticas disso e se entregue a Deus
para uma vida nova real e prática em que o Senhor seja glorificado por meio de
seu viver. Reconheça suas fraquezas e peça ajuda para vencer as lutas contra a
carne (Gl.5.16; Hb.12.4). Então, comece a jornada cristã com um coração humilde
e consciente daquilo que Deus requer de você (Mq.6.8). E mesmo que você
encontre diversos defeitos em si mesmo ao longo da caminhada, estará realmente
pronto para confessar os pecados, receber ajuda, ser trabalhado e mudar de
atitude, pois seu amor a Cristo será muito maior do que qualquer outro
sentimento e Aquele que estará operando em você será muito mais forte do que os
desejos de sua carne e o auxiliará a vencê-los (1Jo.4.4). Isso é ser cristão!
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