“Antes de tudo, vos entreguei o que
também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e
que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1Co.15.3-4)
A fé está em
alta em Hollywood. Fé
na imaginação do homem, nos mitos e lendas, que este cria para alimentar sonhos
adultos e infantis: fada dos dentes, velhinho que anda em trenó voador, coelho
que põe ovos coloridos. O mundo pós-moderno é sentimental e crédulo,
contrapondo a frieza do movimento racionalista. Assim, o homem pós-moderno está
reacendendo a fé nas ficções, para fugir da vida “fria e calculista” das
grandes metrópoles. Todavia, em vez de lançar-se sobre Cristo, pelo qual Deus
mostrou seu grande amor (Rm.5.8), o mundo mergulhou numa vida de ilusões e
crendices, disfarçando o vazio de seu coração e incerteza de seu futuro.
E a Páscoa não foi
poupada pelo mundo pagão. O memorial judaico-cristão que aponta para o mais
importante evento histórico que o homem presenciou (tipificado no Antigo
Testamento e consumado em Cristo) passou de religioso para “fabuloso”, quando o
mundo enche os supermercados de ovos de chocolate (caríssimos), alimentando a
crença no conto do coelho milagroso. Aos poucos, o mundo pagão foi substituindo
as lembranças cristãs pelos ritos lendários pagãos, a fim de conduzir a
sociedade ao completo esquecimento do cristianismo, na tentativa de apagar o
NOME de Cristo, sua vida, morte e ressurreição.
Mitos e lendas
alimentam sonhos, mas não revelam a razão da existência humana; mitos e lendas
distraem o homem por meio dos contos, mas não resolvem o problema do pecado que
destrói a humanidade todos os dias. Não é de mentiras, que entorpecem a mente,
que precisamos e, sim, da verdade que é Cristo Jesus, poderosa para nos
libertar do pecado. Os mitos nos tiram, por um tempo, da realidade para que nos
esqueçamos dos sofrimentos da vida presente, contudo nenhum deles soluciona os
problemas vigentes nem muito menos nos torna melhores, mais justos, amorosos,
fiéis e santos.
O problema do homem
não pode ser resolvido por mitos nem ONGs nem religiões. Nenhum deles tem poder
sobre o coração corrupto do pecador. O ser humano precisa de Cristo, pois só
Ele é: “o Caminho, a Verdade e a Vida”
(Jo.14.6). Jesus é nossa Páscoa, fazendo passar de nós a justa ira do Senhor,
livrando-nos, assim, da merecida morte eterna. Ele nos liga a Deus,
tornando-nos filhos do altíssimo, por meio de Sua santa justiça. Pelo sangue de
Cristo, a ira de Deus foi aplacada e Sua justiça satisfeita: “Justificados,
pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm.5.1). Cristo resolveu
nosso problema: a inimizade contra Deus. Em Jesus somos amados pelo Senhor e
recebemos de Seu amor para amá-lo também (1Jo.4.19; Ez.36.26-27).
Páscoa é morte e
vida. Morte do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e vida para o
pecador arrependido que se achega, humildemente, para receber a justiça do ressurreto
Filho de Deus. Sem a páscoa de Cristo, não teríamos passado da morte para a
vida, pois sem a justiça de Jesus não teríamos acesso a Deus nem muito menos
esperança de vida eterna. Todavia, a páscoa cristã é mais que um dia festivo no
ano. A páscoa judaica anual fora substituída pela Ceia do Senhor, que pode ser
praticada todos os domingos e por meio da qual anunciamos “a morte do Senhor, até que Ele venha” (1Co.11.26). Todas as vezes
que comemos o pão e bebemos o cálice, celebramos a morte e ressurreição de
Cristo, renovando nossa esperança em sua volta e anunciando ao mundo nossa fé.
O rito coletivo
da Ceia do Senhor, a páscoa cristã, é um instrumento gracioso de Deus para
fortalecer o Cristão. Ao olhar para o pão, lembramo-nos do sofrimento de Cristo,
moído por nossas transgressões; ao olhar para o cálice, carmesim como nosso
sangue, lembramo-nos da morte do cordeiro de Deus, entregue na cruz para pagar
os nossos pecados. E, tendo Jesus ressuscitado, somos encorajados a dedicar a
vida a Deus, aguardando a promessa de que ressuscitaremos para a vida eterna,
assim como Cristo ressuscitou e está sentado à direita de Deus. Por isso, Paulo
conclui o capítulo 15 da primeira carta aos coríntios, dizendo: “amados
irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo
que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co.15.58). A esperança da vida eterna e o grande
amor de Deus movem o cristão a trabalhar ardentemente na obra do Senhor.
Na Páscoa cristã, o cristão lembra que o pecado conduz o pecador à morte,
mas o amor e justiça de Deus são perfeitos e eternos e só Jesus pode dá-los ao
pecador arrependido. Na Ceia do Senhor, a igreja é fortalecida, edificada e
motivada a dar a vida pelo Cordeiro pascoal, Senhor de tudo e todos, que
mostrou seu grande amor, tendo morrido por nós morreu naquela cruz. Ao
alimentar-se do pão e vinho, sacramento deixado por Jesus, o povo de Deus
anuncia o evento mais importante ocorrido na história da humanidade: a morte e
ressurreição de Cristo. O que, portanto, poderia ser mais doce do que a participação
na morte e vida de Jesus? Por que, então, você daria chocolates para seus
filhos quando eles podem receber algo sublime: o conhecimento de Cristo? Sendo
assim, eduque seus filhos ensinando-lhes sobre a amarga morte do Cordeiro de
Deus por meio da qual Ele nos presenteou com a doce esperança da vida eterna.
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