“SENHOR,
Deus meu, em ti me refugio” (Sl.7.1)
Há momentos na vida em que nos
sentimos estranhos onde estamos. Não é preciso estar vivendo em outra cidade,
ou mesmo em outro país, para que essa sensação apareça. Basta percebermos que o
mundo ao nosso redor não gosta da gente. Para isso acontecer, não é preciso
haver uma razão clara ou lógica. O fato de amarmos a Deus é motivo suficiente
para o mundo nos odiar e nos perseguir. Nesses momentos da vida, nossa vontade
é ir embora para lugares os mais distantes possíveis. Contudo, não importa para
onde iremos, pois lá, o mundo continuará nos odiando, porque odeia nosso Deus,
Senhor e Salvador de nossa vida. Então, para onde iremos nessas horas?
Davi foi um homem de muitos
inimigos. Desde o dia em que o profeta Samuel o ungiu para ser rei de Israel,
tribulações começaram a cerca-lo. Como ovelha no meio de lobos, ele se
refugiava no Senhor, seu pastor (Sl.23.1), e apesar de nunca ter estado em uma
cidade refúgio de Israel, pois não fazia mal aos cidadãos, Davi precisou
fugir diversas vezes para o deserto, a fim de se esconder em grutas (1Sm.22.1), pois seus
inimigos o perseguiam injustamente. Ao olhar para as grutas que lhe serviam de
abrigo, Davi lembrava-se de seu Deus, exclamando: “SENHOR, Deus meu, em ti me
refugio” (Sl.7.1).
Deus era socorro certo para Davi.
Mesmo sendo homem valente, ele não confiava em suas forças; mesmo tendo amigos
fortes, ele não confiava em seu exército; mesmo sendo inteligente, ele não
confiava em suas estratégias. A certeza de que sua vida seria poupada estava
depositada tão somente no Senhor. Deus lhe havia prometido o trono de Israel
(1Sm.16.13; 2Sm7.1-17) e Davi sabia que as promessas do Senhor não falhavam
jamais. Sua confiança na fidelidade de Deus e no poder do Senhor para cumprir
todas suas promessas possibilitavam descanso ao coração daquele homem atribulado.
Davi amava a Deus, e esta era a
razão de ser tão perseguido pelos ímpios. Todos os servos de Deus foram alvo do ódio do mundo, porque o mundo odeia seu Criador, pois o pecado o tornou inimigo
de Deus. Por essa razão, a caminhada dos filhos de Deus é difícil e árdua. Para
atravessar o deserto deste mundo, os servos de Deus precisaram confiar no
Senhor e focar os olhos no cumprimento de suas promessas. Às vezes em que algum
servo de Deus olhou para as adversidades, teve vontade de desistir, semelhante
a Elias (1Rs.19). Mas, nessas horas, Deus se ergueu graciosamente e estendeu
sua forte mão para levantar e ajudar o prostrado, a fim de coloca-lo no Caminho
outra vez, pois aquele que entregou seu próprio Filho para nos salvar, jamais
nos abandonará (Rm.8.28-39).
Nas horas de tribulação, Jesus é
nosso refúgio. Quando você se sentir estranho à terra, não pergunte para onde
você fugirá, mas em quem você se refugiará, pois nosso refúgio verdadeiro é o
Senhor Jesus. Vendo as multidões pobres, maltratadas e tratadas como estranhas
à terra, Jesus ofereceu-lhes abrigo, dizendo: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos
aliviarei” (Mt.11.28). Em Cristo, podemos nos abrigar da justa ira vindoura
que será derramada sobre os ímpios (Sl.7.11), pois Jesus é nossa justiça, nosso
justificador (Rm.3.26; 5.1). Em Cristo, podemos vencer as tentações do mundo que nos assedia
diariamente (Gl.5.16), pois Jesus nos enche de seu Espírito, fazendo-nos desejar a
vontade do Pai, mais do que qualquer vontade da carne. Em Cristo, podemos nos
refugiar dos inimigos que nos odeia, pois Jesus é nosso escudo e fortaleza, e
nos defende na batalha (Sl.7.10).
Portanto, quando você se sentir
estranho à terra; quando se sentir odiado pelo mundo ao seu redor; quando se
sentir estrangeiro para o mundo, busque em Cristo o abrigo e socorro, pois Ele
estará pronto para te receber. Com sua vida nas mãos do Senhor, você terá paz
no coração (Fp.4.6-7), certo de que o Senhor o guarda. Em paz, Jesus o convida
para se fortalecer nEle, pois a caminhada não chegou ao fim. Para isso, você
deverá meditar na Palavra do Senhor de dia e de noite, e estar continuamente na
presença dEle, em oração. Fortalecido, você se levantará disposto para lutar o
bom combate do Senhor, e mesmo que esteja cercado de inimigos, finalmente você
erguerá sua voz, num grito de guerra: “renderei
graças ao Senhor, segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do SENHOR
Altíssimo” (Sl.7.17).
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