“SENHOR,
como tem crescido o número dos meus adversários!” (Sl.3.1)
O livro de Apocalipse revela-nos o
ódio que Satanás, a antiga serpente, tem contra a igreja (Ap.12.13-18). Durante
toda a história da redenção, o diabo tentou destruir o povo do Senhor, impedindo
a concretização do plano de salvação. Por essa razão, muitos inimigos se
voltaram contra os servos de Deus, e até o filho de Davi tentou tomar o trono
do pai, pois a queda do trono de Davi representaria uma falha divina no
cumprimento das promessas. O diabo usa todos os meios para impedir que Deus
cumpra sua Palavra dada para a igreja; e até os mais próximos podem ser
instrumentos do maligno.
Davi foi um homem muito importante
dentro da história da redenção. Ele foi o instrumento de Deus para trazer paz
sobre Israel, pois venceu os inimigos ao redor (1Rs.4.24; 1Cr.17.8; 22.9); uniu
o povo em torno do trono de Jerusalém (1Cr.11.1-9); planejou e viabilizou a
construção do templo (1Cr.22.1-19); e, tornou-se herdeiro da promessa
redentora, pai do futuro Messias (1Cr.17.1-15). Contudo, todo esse privilégio
não trouxe tranquilidade para Davi, mas tribulações, pois Satanás tentou
mata-lo diversas vezes, a fim de impedir a concretização das promessas divinas
(1Sm.19.1; 2Sm.17.1-26; 21.16). Davi foi um homem de muitas angústias e deixou
as marcas de suas tribulações em seus Salmos: orando, chorando, clamando,
contando seu sofrimento, pedindo ajuda e livramento.
Contudo, as angustias não fizeram
Davi desistir de sua caminhada. Sempre que se via atribulado, Davi orava ao
Senhor, pois o Espírito de Deus dava-lhe certeza ao coração de que suas orações
eram ouvidas (Rm.8.26-28). Desta forma, Davi lançava todas suas angustias na
presença do Senhor e fortalecia o coração lembrando as promessas que Deus lhe
havia feito, encontrando, no Senhor, paz para o coração (Sl.3.5; Fp.4.6-7),
pois sabia que Deus era fiel para cumprir todas as promessas. Por meio da fé,
Davi encontrava forças para lutar e Deus concedia-lhe a vitória sobre os
inimigos; e, ao final da longa jornada no vale da sombra da morte, Davi voltava
vitorioso, glorificando a Deus que em todo tempo esteve ao seu lado
(Sl.23.4-6).
As tribulações de Israel nos dias
do Antigo Testamento estavam relacionadas a Jesus. Satanás estava tentando
impedir o nascimento do Filho de Deus. Mas, não conseguindo, o diabo passou a
perseguir Jesus, procurando impedi-lo de cumprir a obra redentora (Mt.2.13-18;
4.1-11; 14.5; 26.4; Jo.5.18; 7.1; 11.53; Ap.12.1-6). Semelhante a Davi, Jesus
viu seu próprio povo persegui-lo, pois nem os familiares criam nele (Jo.7.5).
Contudo, diferente de Davi, o destino de Cristo era realmente a morte, e mesmo
que soubesse disso, Jesus, também, entregou sua angústia nas mãos do Pai, a fim
de realizar a vontade de Deus (Mt.26.38-39//Sl.22.8). Quando Jesus estava na
cruz, muitos passaram “meneando a cabeça”,
blasfemando e dizendo: “confiou em Deus;
pois venha livrá-lo agora, se de fato lhe quer bem” (Mt.27.39-44). Mas, o
que parecia ser a derrota do Filho de Deus, foi o início de sua vitória. Por
mais que Ele tenha feito somente o bem e pregado somente a Palavra de Deus,
muitos o odiavam. Porém, mesmo na cruz, Jesus confiou sua vida ao Pai, e Deus o
tomou pela mão (Lc.23.46).
A vida do cristão é sofrida por
causa daquele a quem serve: Jesus. O mundo nos odeia porque odeia a Deus
(Jo.15.18). Por isso, enquanto estivermos no mundo, angustias nos alcançarão,
obstáculos serão postos em nosso caminho. Contudo, não estamos sozinhos. Deus
sempre cuida de seu povo (1Pe.5.7) e ouve suas orações (Fp.4.6). Quando seu coração
estiver ansioso, entregue seus problemas nas mãos do Senhor, meditando nas
promessas de Deus, pois Ele é fiel e prometeu voltar para nos buscar (At.1.11).
A esperança da vitória trará, pelo Espírito de Deus, alegria a seu coração e
você poderá repousar sossegado, pois “a
paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa
mente em Cristo Jesus” (Fp.4.7).
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