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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Deus: razão, propósito e esperança

naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.” (Ef.2.12)

Sem o propósito de dar spoiler do ultimo filme de Capitão América, gostaria de lembrar a cena em que um dos vilões conta para o “Pantera Negra” a razão pela qual tentou destruir os super-heróis: vingança. Conforme a fala do vilão, ele havia perdido num só momento: o pai, a esposa e o filho. Tudo o que ele mais amava havia morrido, fazendo com que seu coração perdesse prazer na vida. Desde então, seu propósito de vida passou a ser se vingar daqueles que, sem querer, foram à causa da morte das pessoas que ele amava. Não havia mais outro propósito em sua vida, não havia mais razão para ter alegria, não havia qualquer esperança em seu coração, porque ele trocou o eterno pelo temporário, o Criador pela criatura, amando aquilo que é passageiro mais do que aquele que permanece para sempre.
Apesar de estarmos falando de um filme, o problema traçado nele está presente na vida de muitas pessoas em nossa geração. Nem todas elas desejarão se vingar daqueles que lhes fizeram mal, mas, num mundo sem Deus, o coração do homem está sem sentido, propósito e esperança. Por esta razão, shoppings faturam muito dinheiro com aqueles que tentam preencher o vazio do coração comprando algo, tantas vezes, desnecessário; os consultórios de psicólogos estão cheios de pessoas desesperadas, frustradas e perdidas, tentando encontrar alento, direção e alegria. Problemas da vida, perdas de pessoas amadas e frustação de sonhos levam pessoas ao desespero, perdendo razão, propósito e prazer em viver, pois colocaram o coração sobre coisas passageiras.
Tudo na presente criação é passageiro (Mt.6.19-21). As coisas se gastam, o dinheiro se acaba, as vidas morrem. Colocando o coração nessas coisas, o homem vive um ciclo infeliz de constante angústia pela perda e necessidade de achar outro objeto para ser alvo de amor e devoção, substituindo o anterior que já não existe mais. Portanto, amar as coisas da vida, com um amor demasiado, será sempre um risco ao coração, levando o homem ao vazio e infelicidade. O ser humano precisa amar, de todo seu coração, alguém que permaneça para sempre, alguém imutável, alguém perfeito em todo seu ser, pois mesmo que amemos muitas pessoas e gostemos de muitas coisas, sempre teremos a necessidade de amar alguém acima de todos os demais, alguém que será alvo de toda nossa devoção.
Os mandamentos presentes em Deuteronômio 6.4-5 tanto apontam para a glória única de Deus, e sua singular dignidade em ser amado acima de tudo, como, também, direcionam o homem para o único alvo estável para a dedicação de todo amor: o Criador. Ao amar Deus de todo o coração, o homem entrega sua vida e devoção para aquele que permanece para sempre e não muda pelas circunstâncias da vida; um lugar seguro para repousar os anseios; alguém perfeito para amar e ser por ele amado. Portanto, crer em Deus como único Senhor e amá-lo de todo o coração são graças divina para o ser humano, pois somente nEle o homem encontra total satisfação, plena segurança e felicidade permanente.
Com o amor firmado em Deus, recebemos dele diversas promessas que são fiéis e verdadeiras, pelas quais devemos aquietar o coração. A principal dessas promessas é a certeza da vida eterna para todos os que creem em Cristo (Jo.17.3). Isso significa que os sofrimentos e privações da vida são passageiros. Portanto, não devemos nos desesperar por causa dos problemas e perdas da vida. Deus tem um paraíso para seu povo, um lugar de paz eterna. Um dia, encontraremos nossos irmãos e irmãs na fé, que amamos, de forma que a morte não é uma separação definitiva dos laços fraternos, mas um passageiro distanciamento até o dia da volta de Jesus (1Ts.4.13-18). Um dia, as tribulações serão extintas, e nunca mais haverá sofrimento para o povo de Deus (Ap.21.4). Naquele dia, nosso prazer não será a abundância de bens e a fartura de comida, mas a presença de Cristo. Finalmente, o coração do homem amará plenamente e unicamente ao Senhor, e, por isso, será feliz eternamente, pois Deus será a fonte de toda sua alegria.
Por essas razões, tribulações e perdas da vida não devem abalar os cristãos. Paulo exorta a igreja de Tessalonicenses a não se desesperar por causa da perda de entes queridos, pois a esperança em Cristo deve consolar a igreja pela certeza de que Jesus voltará, e, com Ele, haverá o eterno encontro entre todos os irmãos na fé. A confiança nas promessas do Senhor consola o coração nos dias da angústia; e o amar a Deus de todo coração, alma e força (Dt.6.5) preenche o vazio, trazendo satisfação, razão e propósito à vida, mesmo diante dos maiores desafios da jornada cristã.
Enquanto Deus não for o único Senhor dessa geração, e o amor não for dedicado totalmente a Jesus, a vida das pessoas será marcada por vazios, desconsolos e desesperos. É preciso se desfazer dos ídolos do coração. É preciso parar de amar pessoas ou objetos com aquele amor que deve ser dedicado somente ao Senhor (Mt.6.19-24). É preciso lembrar que enquanto estiverdes no mundo, “passais por aflições” (Jo.16.33), mas aqueles que amam somente a Deus, de todo o coração, sempre encontrarão forças no Espírito do Senhor para seguir em frente sem desanimar (Fp.4.13), pois a graça do Senhor sempre lhes será melhor do que a vida (Sl.63.3). Portanto, troque os ídolos do coração pelo Deus da glória, e verá que mesmo que “caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita” seu coração estará firme e inabalável, pois o Senhor será sua alegria e esperança (Sl.91.7). Não se desespere, pois tudo existe em Cristo e para Cristo, e a pequena vida daquele que crê encontra em Jesus esperança, razão e propósito para existir.

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