“A
mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.” (Rm12.19)
Conforme noticiários, o
grupo de hackers conhecidos como Anonymous atacou recentemente o Estado
Islâmico, bloqueando a comunicação de contas via internet, declarando, assim,
guerra contra os terroristas. A iniciativa foi uma resposta ao ataque
terrorista que deixou pelo menos 129 mortos na cidade de Paris. O grupo usa a
máscara de Guy Fawkes, personagem histórico que inspirou o personagem principal
da série de quadrinhos “V de vingança”. Semelhante ao personagem “V”, o grupo
denominado Anonymous está decidido a fazer vingança com as próprias mãos.
A série de quadrinhos
intitulada “V for Vendetta” (“V de vingaça”) surgiu na década de 80, período
marcado por muitas tensões entre vários países, testemunhando o curso final da guerra
fria que teve seu marco delimitado pela extinção da União Soviética em 1991. Todo
o século XX foi intenso em conflitos que alcançaram o ápice nas duas grandes
guerras mundiais, mas que estiveram presentes até ao fim da guerra fria. Enquanto
nações brigavam para implantar seu governo e ideologia durante toda a guerra
fria[1], a massa descontente e desiludida,
com as promessas de prosperidade e progresso, manifestava sua insatisfação nas
literaturas, nas músicas, na arte, nas ruas[2].
Muitos não deixaram suas marcas em protesto contra o que discordavam, mas se
viam naqueles que tinham coragem e iniciativa para lutar contra as repressões
indesejadas. O mundo passava por período de transformação, lutas e descontentamento
em grande escala. [3]
As duas grandes guerras
foram marcos importantes para a conjuntura ideológica mundial. O homem havia
depositado toda sua esperança na humanidade e em sua razão. E a viva esperança,
antes das guerras mundiais, de que o homem alcançaria dias de glória por meio
das descobertas científicas, encontrou, ironicamente, na tecnologia o
instrumento para viabilizar os massacres realizados nas guerras. Após alguns
séculos de humanização e racionalização, “iluminando” o mundo e fazendo
renascer, das cinzas, as culturas clássicas antigas Greco-romanas, o mesmo homem
“racional maduro” que declarou a morte de Deus em sua filosofia[4]
moderna, por considerar a religião uma expressão da imaturidade humana
primitiva, testemunha os efeitos da razão humana sem o direcionamento da
piedade cristã e seus valores ético-morais, pois se entrega às paixões infames,
destruindo a si mesmo sem qualquer afeição natural (Rm.1.22,28-32). As
promessas políticas e filosóficas de um futuro melhor começaram a ser desacreditadas
e ao término da segunda guerra, o homem ocidental desejava apenas desfrutar de
seu presente com o máximo de liberdade. Os babyboomers[5],
geração concebida em anos pós-guerra, foram o resultado da insatisfação e
cansaço das promessas de um futuro melhor e o desejo de viver o presente a todo
custo. Os anos 50, então, foram marcados pela crise na moralidade da sociedade
ocidental. A geração de jovens declarou rejeição aos valores da geração
conservadora que, na prática, parecia não ter nada proveitoso para oferecer. Essa
geração, babyboom, carregou consigo
os ideais libertinos[6],
fruto da insatisfação com a crise mundial, e, assim, viu nos valores absolutos,
preservados por seus progenitores, inimigos para o desfrute de uma vida de gozo
pleno. Desta forma, alguns simplesmente desprezaram todo e qualquer valor
absoluto enquanto outros lutaram contra os valores, espalhando pelo mundo
ocidental, durante a década de 60, o slogan: “sexo, drogas e rock’n’roll”.
Contudo, as lutas não
haviam acabado com o fim da segunda guerra mundial. As tensões políticas
continuaram ameaçando uma nova guerra enquanto a maioria da massa popular não
aguentava mais brigar pelos interesses de alguns poucos que dominavam a
política internacional. O coração da massa gritava “paz e amor!” enquanto criava uma segunda geração comprometida tão
somente com a subjetividade de seu individualismo relativizado e pronta para
levar adiante a contraditória luta contra os absolutos, pois mantinha no
coração um ideal maior e soberano: não há absolutos.
Alan Moore (1953) e seu
co-autor David Lloyd (1950) são fruto de uma geração pós-guerra que nasceu na
década de 50. Viveram entre os desvarios do movimento hippie e os exageros das exigências totalitárias de um mundo em constante
atrito. Viram conflitos internos e externos e o tão desejado fim da guerra fria.
Como outros, eles deixaram marcas da insatisfação de sua geração e essas marcas
foram expressas por meio da influente obra “V
for Vendetta”.
CONTEXTO HISTÓRICO-IDEOLÓGICO DA OBRA PRIMÁRIA
Mais que um filme, a obra
se tornou porta voz da insatisfação social, tanto positiva quanto negativa, que
se tornou ícone da contracultura, motivando protestos contra abusos de poder,
ou mesmo em defesa da anarquia. Assim, o filme: “V de Vingança” (do original: “V for Vendetta”), “é um filme de ação
[...], dirigido por James McTeigue e produzido por Joel Silver e pelos irmãos
Wachowski, que também escreveram o roteiro”[7].
O filme popularizou e adaptou uma antiga série de romances gráficos criada
originalmente em 1982, pelo britânico Alan Moore, que teve em seu co-autor,
David Lloyd, a criação da afamada máscara, uma caricatura do personagem
histórico, Guy Fawkes (1570-1606) que tentou explodir o parlamento inglês em 05
de novembro de 1605, na Conspiração da Pólvora.
Conforme Alan Moore, em
entrevista à UOL: “Há 30 anos eu estava apenas respondendo à situação da
Inglaterra da minha perspectiva. Não eram premonições do que aconteceria no
futuro.”[8],
e que em certa medida se manifestou em diversos países, afinal o descontentamento
aumentou com o passar dos anos até alcançar o fim da Guerra Fria e do regime
comunista em muitas nações. Por meio do personagem “V”, Alan Moore demonstra
sua insatisfação contra as entidades que detinham o poder político e econômico,
e transmite seu ideal de liberdade plena do indivíduo na formação de uma nação
legislada e governada pelo povo. Sua origem e trajetória, criado numa cidade industrial
pobre, provavelmente ajudou a construir as idéias libertárias que são
transmitidas em super-heróis realistas que não confiam no mundo o qual estão salvando
da tirania[9].
Ironicamente, Alan Moore perdeu todos os direitos autorais de sua obra para
grandes corporações, e conforme disse: “Não tenho uma cópia de V em casa”[10].
Ciente das manifestações ocorridas no mundo, que tem feito uso da máscara,
Lloyde, autor da máscara, afirma: “Gosto de saber que a máscara está sendo
usada como um símbolo de resistência. É para isso que ela foi criada.”[11]
Apesar de se admirar com os ocorridos manifestos e apreciar a dimensão dos
protestos que tem acontecido no mundo, influenciados pelo enredo e ideais da
história de “V de Vingança”, Alan Moore afirma que não se agradou tanto do
filme que atenuou o anarquismo, removendo algumas imagens que foram consideradas
não muito relevantes para o contexto de seu lançamento.
É importante salientar que
não foi sem razão que os autores de “V de Vingança” expressaram a insatisfação
com a política. A década de 70 foi marcada por crises[12],
como a crise do petróleo; por manifestos, como o surgimento da defesa do meio
ambiente; e, por escândalos, como a deposição do presidente norte-americano
Richard Nixon. Diversos conflitos políticos, lutas armadas e repressões de
governos, ocorriam no contexto mundial. O totalitarismo fictício representado
no enredo da história de “V de Vingança” expressa alguns governos ditatoriais desacreditados,
que nos “anos 1970 foram marcados por violência política, luta armada e
terrorismo de esquerda e de direita, bem como pelo endurecimento do aparato
repressivo estatal.”: Espanha, Grécia e países do Cone Sul, bem como o
neo-stalinismo de Brejnev[13]
que conseguiu administrar progressivamente a União Soviética, fortalecendo seu
exército e atemorizando os norte-americanos[14].
Além destes, outros países viviam a crise do regime comunista que estava
próximo do fim.
A década de 80 não foi
muito diferente dos anos anteriores. Diversos conflitos se estabeleceram pelo
mundo, relacionados não apenas com os interesses político-econômicos, mas,
também, envolvendo preconceitos étnicos e religiosos. Os regimes comunistas
estavam em descrédito, pois não cumpriram com a promessa de prosperidade e
igualdade para todos. Desta forma, pleitos entre a massa e o governo se
tornaram inevitáveis. Enquanto isso, a Inglaterra implementava o sistema
Capitalista Neoliberal e desenvolvia seu sistema de monitoramento por câmeras,
além de tornar mais agressiva a política externa contra o regime soviético, por
meio da primeira ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, conhecida, também,
como Dama de Ferro. O enrijecimento inglês, para evitar a entrada do indesejado
sistema político-filosófico-econômico de outros países, não agradou a muitos
que lutavam pelo ideal da plena liberdade, fora das restrições sociais
balizadas e executadas pelo governo nacional.
O CONTEXTO HISTÓRICO-IDEOLÓGICO DO FILME
Vinte e quatro anos depois
(2006) da primeira edição de “V for
Vendetta”, surge nas telas uma adaptação da obra em formato
cinematrográfico. A obra original foi modificada pelos irmãos Wachowski,
conhecidos pela direção da série Matrix, para se adequar melhor ao contexto
atual, mas manteve a idéia original das Histórias em Quadrinhos escritas por
Alan Moore. Assim como Alan Moore, os irmãos Wachowski cresceram vendo
histórias em quadrinhos e adoravam ficção, dentre as quais destacam a trilogia
de Tolkien. O propósito deles em cada uma de suas obras cinematográficas é
mexer com as expectativas dos públicos. Alguns dos temas que marcam presença em
seus trabalhos são: “a natureza inexplicável do universo” e a interconectividade
do tempo e espaço. Lana Wachowski, antes Larry, é transgênero, ou seja,
transitou do gênero masculino para o feminino. “Até 2002, Lana Wachowski viveu
como um homem chamado Larry. Nesse mesmo ano, Wachowski se divorciou de Thea
Bloom e se casou novamente com uma mulher.”[15].
Andrew e Lana Waschowski nasceram em família próspera economicamente, filhos de
um hardcore ateu e uma ex-católica que virou Xamanista[16].
Hoje os Waschowski afirmam ter crenças religiosas não-denominacionais.
Durante o interregno entre
a primeira edição e o filme, o mundo sofreu mudanças, algumas positivas, como o
fim da guerra fria, mas outras negativas, como a aceitação paulatina mundial da
relativização dos valores ético-morais. O processo de humanização alcança
progresso significativo e o mundo se volta para um único valor: o valor da vida
humana livre, que se expressa também na luta pela autosustentabilidade, slogan
que tem marcado as empresas nestes últimos anos, em prol da conservação da vida
humana no mundo. Assim, diversas entidades se voltam para a luta contra os
preconceitos: raça, cor, religião e sexo.
CARACTERÍSTICAS DO PERSONAGEM PRINCIPAL
Sem nome nem rosto, sem
passado nem identidade, o personagem principal do filme é chamado tão somente
pelo codinome “V”, signo este que tanto remete ao número cardinal 5 (cinco), em
algarismo Romano, do quarto do campo de concentração onde ele foi encarcerado para
ser usado em experimentos bioquímicos, quanto a inicial do nome “Vendetta” (Vingança)
que era o propósito para o qual o personagem vivia e morreria, cumprindo assim
seu destino como representante da vox
populi. “V” é mais que um personagem de um enredo, é a personificação de
uma idéia que age ativamente: lutando contra o indesejado governo totalitário;
apreciando o belo na arte feita pelo homem: músicas, filmes, pinturas,
esculturas e poesias; mudando o comportamento daqueles que não tinham coragem de
expor seus pensamentos contra a repressão da liberdade. Desta forma, o
personagem mostra a dimensão do poder da idéia que resiste às intempéries da
história e perpassa o tempo, capaz de implodir os mais poderosos governos e
transformar o mundo.
Mas e quanto ao homem? Sei que seu nome era Guy Fawkes. Sei que, em 1605
ele tentou explodir o Parlamento. Mas quem era ele, realmente? Como ele era?
Falam para nos lembrarmos da idéia, não do homem. Pois um homem pode fracassar.
Ele pode ser preso, morto e esquecido. Mas, 400 anos depois uma idéia ainda
pode mudar o mundo.[17]
Em seu primeiro contato
com Evey, uma funcionária da rede estatal de televisão, que vem ao seu encontro
como uma dádiva do destino, afinal “não existe coincidência, apenas a ilusão de
uma coincidência”[18],
“V” surge numa entrada triunfal repleta de classe e ação. Após matar alguns
representantes do governo, os “homens-dedo”, responsáveis pela ordem nas ruas, e
que ao encontrarem Evey, após o horário de recolher, queriam estuprá-la, “V” se
apresenta com um texto rico em vocabulário e em palavras iniciadas com a letra
“v”, revelando desde o primeiro encontro sua ontologia, o contexto cultural no
qual se encontrava e seu propósito de fazer renascer as chamas do ideal de
liberdade apagado violentamente pelos que detinham a palavra e o poder:
Voilà! À sua vista um humilde veterano do vaudeville trajado com vestes
de vítima e vilão pelas vicissitudes do destino. Este semblante não é um mero
verniz de vaidade, é um vestígio de vox populi, agora vazia e esvaecida. Porém,
esta valorosa visitação de uma vexação passada se encontra vivificada, e fez um
voto de vencer os vermes, venais e virulentos, que se valem do vício e
valorizam a violação violenta depravada e voraz da vontade… O único veredito é
a vingança, a vendetta, tida como volitiva, não por vaidade, pois o valor e a
veracidade de tal devem um dia vindicar o vigilante e o virtuoso. Verdade como
esta vivida verborragia já se torna assaz verboso. Permita-me que eu acrescente
que é uma grande honra para mim conhecê-la, e a senhorita pode me chamar de
"V".[19]
O passado do personagem
principal remonta apenas à sua lembrança como cobaia em experiências bioquímicas,
nas mãos do governo. Não há família nem endereço, não há infância nem qualquer
outra reminiscência de sua juventude. Seu passado é resumido na memória da
razão pela qual se vingará de seus inimigos e libertará o povo do governo opressor
sob o qual estava subjugado pelo medo e iludido por mera verbosidade. Após o
incêndio no campo de concentração, onde “V” esteve encarcerado, resultando em
sua liberdade, o personagem passará seus dias se preparando enquanto planeja
sua vingança contra os responsáveis diretos por todos os abusos que sofreu. Seu
ideal é vingar-se por si e por todos os cidadãos “vítimas e vilões das
vicissitudes do destino”[20]
que estavam nas mãos do tirano governo que monopolizava a nação, impondo o medo
por meio de uma serie de catástrofes forjadas.
“V” assume alguns
caracteres de outros personagens como Edmond Dantes, personagem da obra “O
conde de monte Cristo”. Assim como Edmond Dantes, “V” também é alvo de
injustiça do sistema corrompido, é aprisionado, sai da prisão revoltado, assume
como maior propósito de sua vida se vingar de seus inimigos e alcança o sucesso
de sua empreitada. Este personagem recebe uma alusão direta como influenciador
dos ideais de “V” que, assistindo a obra, afirma apreciar com distinção o filme
“O conde de monte Cristo”. Mas, outras características de “V” o distanciam de
Edmond Dantes e o aproximam do Fantasma da ópera que assim como “V” também
assombrava seus inimigos, tinha um amor impossível de ser vivido, aprisionou
sua amada e usava máscara para esconder suas deformações. Desta forma, o
personagem é rico em analogias que relembram história, arte e filosofia, numa
fria beleza contagiante.
“V” surge entre o povo.
Sua origem remonta àqueles que sofriam os abusos do governo, uma minoria rejeitada
pelos preconceitos quanto: raça, cultura, religião e sexo. Ele foi um entre os
encarcerados. Mas, diferente das demais vítimas do governo, “V” sobrevive a
tudo: aos experimentos, à catástrofe do campo de concentração, ao tempo; e,
enquanto o povo se enfraqueceu pelo medo, “V” se preparou e se fortaleceu para
se expor na hora certa, como uma idéia que aguarda o momento certo para vencer
seu inimigo, matando-o em suas mentiras, revelando suas fraquezas e medos. Como
uma idéia, ele parece não morrer e apesar do fracasso do povo em lutar e
resistir à repressão do governo, “V” resiste aos ataques armados aparentemente
ileso, afinal “idéias são a prova de balas”[21].
Sua morte física não é dramatizada como uma perda, uma derrota, pois é
alcançado seu objetivo ao manter a idéia viva a atuante não somente em Evey,
que dá segmento ao plano de destruir o parlamento, símbolo do poder estatal, mas
também no povo que sai às ruas, caracterizado com vestes e máscara de Guy
Fawkes, incorporando assim a idéia que nasceu no coração de um homem da massa
marginalizada, mas alcança a alma da nação que se dispõe a lutar por ela.
Mesmo contrariando os
padrões ideais, numa visão mais positiva acerca da imagem e destino dos heróis,
“V” surge como salvador do povo contra toda tirania de uma minoria que governa
e monopoliza o sistema. Com marcas de um anti-herói, “V” não tem escrúpulos em
matar friamente sem qualquer julgamento nem desiste da idéia de torturar a
frágil Evey para torná-la fria o suficiente, a fim de resistir às possíveis
ameaças do governo que buscava encontrar o lugar onde se refugiava e planejava
o esperado ataque ao Parlamento. Além disso, seus indefesos protegidos são
marginalizados que contrapõe os valores ético-morais de uma sociedade
cristianizada: homossexuais, prostitutas, drogados etc. “V” luta contra a
imposição de quaisquer valores que reprimam a livre vontade do homem de ser o
que quiser e fazer o que desejar, desde que não fira o outro. Enquanto afirma a
ausência de verdade que norteie de forma absoluta a sociedade, substituindo-a
por meras convenções sociais, “V” contraditoriamente afirma: "Pelo poder
da verdade, eu, ainda vivo, conquistei o universo"[22].
A sociedade, então, deveria ser governada pelo povo respeitando todas as
diferenças, pois vontade do povo é a autoridade máxima que legisla suas próprias
leis e exige a prática delas. “V” abre o caminho para os cidadãos ingleses,
agindo em nome do povo, fazendo o que a população não tinha coragem. Conforme
Evey: “Ele era Edmont Dantès. Era meu pai, minha mãe, meu irmão, meu amigo. Ele
era eu, era você, era todos nós.”[23]
A COSMOVISÃO SUBJACENTE À OBRA
A obra primária, editada
em 1982, descreve “um distópico futuro de 1997 no Reino Unido, em que um
misterioso Revolucionário tenta destruir o Estado, através de ações diretas.”[24]
O filme altera a data em que a trama será desenrolada para o final da década de
2020.
Ainda que Alan Moore
afirme não ter como propósito fazer “premonições do que aconteceria no futuro”[25]
a leitura que ele fez de seu presente em 1982 o conduziu a imaginar o
consequente futuro catastrófico de algumas nações como os Estados Unidos e a
Inglaterra. Um dia a massa que sustenta o poder dos governos se revoltaria
contra os abusos, e, conforme ambas as produções, este dia não estaria tão longe.
Tanto Alan Moore quanto os irmãos Wachowskis, refletem gerações cansadas de
viverem debaixo da máscara por muitos anos, como minorias dentro de um sistema
de plausibilidade contrário a seus desejos e convicções. Conforme as palavras
do personagem Gordon Deitrich: "Você usa a máscara tanto tempo que esquece
quem você é."[26]
Por causa da forte
influencia dos ensinos cristãos, dominantes no ocidente pelo cristianismo
medieval e o protestantismo reformado, aqueles que não foram expurgados viveram
enrustidos, guardando no coração seus desejos proibidos enquanto outros
praticavam seus pecados no recônditos de seus aposentos “sagrados”. “V de Vingança”
reflete a revolta da minoria reclusa contra o sistema que impõe os valores
absolutos. Todavia, o enredo vai além e induz à idéia de que na verdade a
minoria pode expandir-se e tornar-se a massa que cansada dos poucos que detêm o
poder e a palavra, impondo seus ideais político-religiosos, terá poder
suficiente para lutar por seus objetivos libertários. O homem é um ser livre e
as leis são meras convenções instituídas pela liderança que quer tirar proveito
do povo.
O filme aponta para três grupos
de pessoas que constituem o mundo: Poucos homens que governam nações; uma grande
massa que, em vista da falta de conhecimento, se acomoda e é conduzida pela
liderança manipuladora; e, uma minoria que não se adéqua aos padrões
instituídos e é marginalizada. Dentre esta minoria pode-se encontrar aqueles
que não reagem às reprimendas se escondendo em máscaras, fingindo ser o que não
são enquanto um grupo menor ainda se dispõe a lutar por seus ideais. O homem,
fruto do meio, é essencialmente bom e no gozo de sua liberdade pode construir
um mundo melhor. Contudo, contrariando tal conceito surgem dentre estes homens
os tiranos que buscam sobrepor os demais e com ímpeto conseguem convencer o
restante da massa a deixá-los governá-los.
A caricatura bastante
hostil do governo totalitário do filme reflete a imagem monstruosa que seus
autores e roteiristas têm do mundo político revestido de valores absolutos. A
imagem política associada à religião, prática ainda vigente na Inglaterra,
acusa com certa razão algumas práticas abusivas do governo em nome da fé, mas
também reflete sua completa descrença e antagonia à religião cristã como expressão
autentica da vontade de Deus revelada na sagrada Escritura bem como a
necessidade do homem de ser regido por leis absolutas que estão gravadas no
coração do homem criado, não somente para interagir com o próximo, mas também
com o próprio Criador, a quem deve prestar conta de tudo.
O absolutismo é retratado pejorativamente
em diversas esferas da sociedade: Na política o governo é ditatorial e tanto
legisla em benefício próprio quanto executa sua vontade a seu bel-prazer para
satisfazer os propósitos pessoais de seus representantes. Desta forma, a
economia também é manipulada pelo governo que forja eventos para desestabilizar
a economia, e se apresenta posteriormente como salvador do problema, trazendo
soluções eficazes, a fim de que o povo deposite toda confiança no mesmo, além
de enriquecer seus proponentes. Para a difusão dos propósitos do governo, a
mídia escraviza as mentes encobrindo a verdade e criando mentiras que
amedrontam o povo que pouco a pouco começa a não mais acreditar no que se diz. O
entretenimento é vazio e os apresentadores não têm nenhum compromisso com a
verdade. Uns poucos ícones que se comprometem a fazer uso de sua função para
entreter o povo e transmitir a verdade são coibidos.
Ademais, a religião é o
alicerce que dá força para tudo que é feito pelo governo que a proclama como
crença obrigatória isenta de qualquer questionamento a despeito de estar
fundamentada tão somente na autoridade de um homem que domina tudo. Há uma
relação de troca onde o governo é fortalecido pela religião e a religião
protegida pelo governo. Tudo é feito em nome da fé e por esta se comete as mais
diversas barbaridades: O chanceler domina como líder absoluto, experimentos são
realizados em pessoas, se exige apoio às causas arbitrárias do governo,
confisca-se obras de artes, músicas etc., e contraditoriamente se pratica a
prostituição. Nas palavras de “V”: "Eis que me fiz de santo quando na
verdade era o demônio". Desta forma, a religião é tratada pejorativamente
como um instrumento para monopólio da massa, transmitindo, assim, a idéia de Karl
Marx, em sua Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel, de que “a religião é o ópio do povo”[27].
Palavras como “Deus” e “Jesus Cristo” são pronunciadas tanto na imposição
tirana dos ideais do ditador quanto no momento ultimo no qual os vigorosos
líderes se encontram face a face com a morte e revelam, contraditoriamente,
medo. A divindade é invocada na boca de ex-militar que coordenou o massacre
bioquímico e de um religioso lascivo, ridicularizando a imagem clerical. Assim,
o divino é vulgarizado como uma idéia enfraquecida usada pelos manipuladores do
sistema. Enquanto isso, “V” realiza sua vingança com eficácia em nome da livre
razão humana e se torna cada vez mais forte no coração do povo ao lutar pelo
ideal de justiça, igualdade e liberdade.
ANÁLISE TEO-REFERENTE DA OBRA
O presente tópico pretende
avaliar a obra “V de Vingança”, tendo como referencia o tema central da
Escritura Criação-Queda-Redenção e os pressupostos escriturísticos decorrentes
dele. A fim de conhecer a cosmovisão por trás da obra, serão respondidas as
sete perguntas sugeridas por James Sire em seu livro “Dando nome ao elefante”[28]:
1. Qual é a realidade primordial – o realmente real? Diz Lewis Prothero, um dos
personagens, pela TV: “Deus existe”, e faz menção aos eventos catastróficos
passados como instrumentos de juízo, quando na verdade foram manipulações do
partido tirano, pondo em dúvida a verdade sobre a afirmação: “Deus existe”. No
restante do filme, Deus é o “totalmente outro” que paira como idéia universal,
ora transcendendo a criação ora sendo confundido com a mesma[29],
mas nunca interferindo realmente ou sendo invocado para este fim. Contudo, em
certos momentos a divindade parece ser identificada com o termo Destino que
aparece conduzindo algumas situações sobre as quais “V” acredita serem mais que
acasos, elas eram construções propositais para se alcançar um fim desejado. As
Escrituras afirmam que Deus é um ser pessoal e em todo tempo Ele se revela como
acessível e graciosamente se dispõe a se relacionar com aqueles que o buscam em
verdade. Deus é o realmente real, a realidade primordial de quem tudo procede.
Ele afirma: “Eu Sou o que Sou”. (Jr.29.13; Sl.25.14; Jo.1.14; Sl.145.18;
Ex.3.14; Jo.14.6).
2. Qual é a natureza da realidade externa, isto é, do mundo
à nossa volta? O
ambiente naturalista é retratado nas experiências científicas que expõe a
crença na possibilidade das mutações genéticas. A natureza é o berço da
humanidade e sua casa permanente, o único mundo real, e que estava passando por
uma séria crise, por causa das ambições humanas. Essa idéia expressa bem o
contexto do autor que assistia na década de 80 as expectativas do círculo
acadêmico quanto aos resultados de experiências nucleares. No entanto, as
Escrituras afirmam que a criação é obra do Criador e sua essência boa vem
daquele que a criou para Sua glória. A natureza não tem um fim em si mesmo, mas
tem como propósito glorificar a Deus. Ao criar o homem, Deus entregou-lhe a
criação para que a desenvolve-se por mandato cultural. Assim, tudo existe para
revelar a glória do Senhor e, portanto, tem começo, meio e fim determinado por
Deus (Gn.1-2; Rm.11.33-36; Ap.4.11).
3. Que é um ser humano? A forma como as cobaias eram tratadas no campo de
concentração assemelha a raça humana com os demais seres vivos, conceituando-o
como uma mera espécie desenvolvida. Por ser uma simples espécie viva
desenvolvida, o homem não possui alma e sua relação é simplesmente natural,
pois faz parte da natureza. A moralidade é um fenômeno social, não ontológico. A
desvalorização do homem torna a existência humana uma mera busca pela
sobrevivência e satisfação dos instintos naturais, o que justificaria o
homossexualismo e outras práticas consideradas pecaminosas pelas Escrituras
cristãs. Todavia, a Palavra de Deus é clara ao conceituar o homem um ser religioso,
ou seja, feito a imagem e semelhança de Deus para se relacionar com Ele. Desta
forma, o ser humano é distinto de todas as demais obras da criação, um ser integral
formado de corpo e alma, que existe para a eternidade (Gn.1.26-28; Mt.10.28).
4. O que acontece às pessoas quando morrerem? Toda esperança revelada no filme diz
respeito à mudança do curso da história humana. Os mortos são lembrados quanto
ao importante papel que desempenharam enquanto vivos e a vida é celebrada como
a expressão máxima da existência humana. Por isso, deve ser desfrutada ao
máximo sem, contudo, perder o mais importante: a integridade, a preservação do
eu. A lembrança, após a morte, cumpre papel importante como instrumento para a
preservação dos ideais que não morrem, pois sobrevivem no espírito humano. Mas,
conforme disse o apóstolo Paulo: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a
esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1Co.15.19). A esperança cristã
aponta para a vida após a morte, afinal o Senhor não é Deus de mortos e sim de
vivos (Mt.22.32). A morte, portanto, não é o fim, mas um estado intermediário
enquanto se aguarda a ressurreição para a vida eterna ou castigo eterno
(Mt.25.31-46). Tal esperança é fundamental para o viver do homem, pois o conduz
em suas escolhas e no uso que deverá fazer de sua vida (Ec.11.9).
5. Por que é possível conhecer de fato alguma coisa? Uma série de trocadilhos é feito acerca
da verdade que em todo tempo existe, apesar de ser deturpada pelo partido
tirano, ocultada por “V” em vários diálogos e desconhecida do povo cativo pela
ignorância. Mas, como é possível encontrar a verdade? Pela razão limpa de toda
influencia externa. Quando o povo se desfaz do medo imposto e de suas
crendices, então percebe a verdade acerca de quem é e do que deveria fazer. Essa
verdade é o humanismo. Entretanto, a Bíblia afirma que a Verdade é mais que um
conceito é o próprio Deus (Jo.14.6) de quem todas as coisas procedem
(1Cr.29.14). O conhecimento é possível porque Deus fez um mundo objetivo,
passivo de ser conhecido, fundamentado em leis que não mudam, e concedeu ao
homem a razão para conhecer de forma objetiva (1Cr.16.30; Sl.93.1; Ec.3.14,15).
Não apenas o conhecimento do mundo foi dado ao homem, mas também o próprio Deus
se revelou de forma objetiva para que o homem o conhecesse como Ele é (Ex.34.6-7;
Dt.29.29; Jr.9.24).
6. Como sabemos o que é certo e o que é errado? O homem é um ser neutro que pelas
vicissitudes do destino pode trajar-se de vítima ou vilão, afirma “V” em sua
apresentação. Ou seja, a sociedade é quem corrompe o homem. Contraditoriamente,
é a atitude de um indivíduo quem altera o curso social e mobiliza todo o povo a
lutar por seu direito de liberdade de expressão. O certo e o errado dizem respeito
apenas às relações sociais. O homem não tem o direito de fazer mal ao próximo,
ainda que em casos de tirania a violência possa ser útil. Não havendo um Ser
Absoluto, Criador de tudo ao qual o homem deve dar satisfação, então o homem é
livre para realizar sua vontade. A única regra, necessária para a preservação
do próprio homem, é o respeito ao próximo, que é uma convenção social. Mas,
como o homem sabe que há o certo e o errado? Para o naturalismo, o certo e o
errado são definidos na necessidade de autopreservação. Mas, conforme as
Escrituras, assim como um pai dá regras para o filho, o Criador de todas as
coisas instituiu leis para serem obedecidas. Somente com bases na criação do
homem a imagem de Deus se explica a lei gravada em seu coração (Rm.2.15). Sendo
criatura, o homem deve prestar contas a Deus que julgará a todos (Rm.2.16;
Sl.96.13). Assim, o certo e o errado são definidos objetivamente pelo Criador
de todas as coisas a quem o homem deve obediência.
7. Qual é o significado da história humana? A vida humana possui fim em si mesmo,
não apenas como indivíduo que deve gozar a vida em sua plenitude, mas o homem
tem um dever para com a humanidade, por ser parte dela, e, portanto, encontra
propósito de vida, também, sendo instrumento para possibilitar o desfrute
abundante da vida nas futuras gerações. Essa interconexão entre os humanos
parece também ligá-los ao Destino, uma expressão do divino. Não há menção de
sua origem nem de seu fim como destino último da humanidade. A história humana
parece, então, seguir os moldes clássicos, de uma história circular que se
perpetua pelo tempo sem qualquer direcionamento objetivo ou fim determinado. Segundo
as Escrituras, a história humana é o palco para a manifestação da glória de
Deus (Sl.139.16; Sl.115.3), tanto da justiça quanto da graça revelada aos
pecadores que o buscam (Jo.3.16; Rm.9.17). Assim, o homem encontra o sentido
para a vida cumprindo o propósito de glorificar a Deus, fonte da plena alegria,
a felicidade e realização na vida (Sl.51.12; 67.2; 119.174; At.20.24; Fp.4.4).
Com as respostas às sete
perguntas de James Sire, é possível se detectar o tema Criação-Queda-Redenção[30]
nos pressupostos filosóficos da obra, pois a natureza humana é intrinsecamente
religiosa, afinal “numa visão bíblica, somos todos religiosos, presos
inevitavelmente a um deus ou outro.”[31]
Em “V de Vingança”, a criação é tratada em termos naturalistas e a história é
centrada no homem como fim de todas as coisas. Deus não se manifesta, tornando
vaga a Sua relação com a criação, e os homens precisam fazer justiça com as
próprias mãos. As únicas leis absolutas vigentes são as leis universais, impossíveis
de serem transgredidas, ainda que contradigam a teoria da evolução, e o homem
nenhuma conta tem a prestar a não ser a si mesmo. A criação, então, é a mesma
de sempre, imperfeita por natureza.
A queda, então, é vista
como a corrupção do homem dentro do contexto social. O problema humano não é o
pecado que está dentro dele, fazendo o transgredir a lei de Deus em sua relação
inevitável com o Criador. Como fruto do meio, o homem é corrompido de acordo
com a influencia que recebe da sociedade e essa corrupção diz respeito a perda
da integridade pessoal, ou seja, sua virgindade humana, que é estado neutro no
qual nasce e é a expressão máxima de seu ser, sem qualquer imposição ou
influencia externa. O problema do homem é social e não individual. Por isso, o
mal é visto nos governos e em todos os absolutos que impõe ao homem regras que
interfiram em sua liberdade de ser o que é.
Sendo o problema do homem
um mal social, a solução também estará relacionada com uma intervenção na
sociedade, desfazendo toda instituição que reprime o homem privando-o de sua
liberdade. Por isso, a luta de “V” não era contra o pecado no coração do homem
que deveria ser combatido pela Verdade que é a Palavra de Deus, mas ele luta
contra um sistema e por isso faz uso da força bruta para se livrar a qualquer
custo das ervas daninhas que danificavam o perfeito jardim do homem: uma
sociedade formada por indivíduos livres.
Contudo, o plano objetivo
de Deus, revelado nas Escrituras, aponta para uma criação feita muito boa para
revelar a glória do Senhor. Foi o pecado, que habita agora no coração do homem,
que o direcionou a amar a si mesmo se satisfazendo em seus ídolos e que trouxe
a morte ao mundo que sofre as angústias deste pecado. Por isso, a redenção da
criação é providenciada por meio da satisfação da justiça de Deus e pelo operar
regenerador do Espírito Santo, dando ao homem uma nova vida para crer e andar
com Deus. A solução para o mundo não é a vingança do homem, mas a redenção em
Cristo Jesus.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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máscara sobre protestos no Brasil. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/26/eu-tambem-iria-as-ruas-diz-criador-de-mascara-sobre-protestos-no-brasil.htm.
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[1]
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Disponível em: http://guerrasportalprofessor.wordpress.
com/grandes-guerras/guerra-fria/ Acesso em 19 de dezembro de 2013, às 22h30min.
[2]
CRUZ, Maria Aparecida Souza. A guerra
fria e a contracultura. Disponível em: http://www.historia.uff.br/nec/materia/grandes-processos/guerra-fria-e-contracultura
. Acesso em 15 de dezembro de 2013, às 15h.
[3]
Ibid.
[4]
SCHILLING, Voltaire. A morte de Deus.
Disponível em: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/ artigos/nietzsche_deus.htm
. Acesso em 18 de dezembro de 2013, às 23h.
[5]
Babyboom, literalmente explosão de bebês, é a denominação dada à geração que
nasceu entre 1945 e 1964. Após o fim da segunda grande guerra mundial, com a
volta dos maridos para casa e retorno de diversos jovens solteiros também,
muitos filhos nasceram aumentando consideravelmente a população de muitos
países. Esta geração marca o início de um novo rumo do mundo. Os conflitos
continuaram no mundo dividido entre os Estados Unidos e a União Soviética, mas a
população mundial começava a expressar seu descontentamento de forma mais
expressiva. Em 1969 ocorreu o primeiro festival Woodstock, considerado a maior
manifestação de paz de todos os tempos, ainda que não tenha sido o primeiro
manifesto entre os hippies.
[6] O
termo libertino aqui tanto carrega consigo o sentido mais positivo, livre de
qualquer empecilho, quanto o mais negativo: dissoluto, licencioso, devasso,
lascivo. A geração que nasce após a guerra voltou-se em grande medida contra a
disciplina e autoridades, cansada das guerras e suas conseqüências, procurou se
entregar a uma vida livre de “qualquer regra”. Contudo, alguns estavam
simplesmente cansados da tirania dos governos e procuraram tirar de sobre os
ombros o peso da opressão.
[7]
WIKIPÉDIA. V de Vingança (filme).
Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/V_de_Vingança_(filme) Acesso em 20 de
dezembro de 2013, às 16h32min.
[8]
MEDEIROS, Estefani. Criador de "V
de Vingança", Alan Moore diz que "é maravilhoso o que está
acontecendo" no Brasil. Disponível em:
http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/
2013/06/29/o-que-estao-fazendo-e-maravilhoso-diz-allan-moore-sobre-protestos-no-brasil.htm.
Acesso em 20 de dezembro de 2013, às 16h15min.
[9]
JUSTINO, Lucas. Escritores que você
deveria conhecer. Disponível em: http://manualdatecnologia.
com/cantinho-hq/escritores-que-voce-deveria-conhecer-alan-moore/ Acesso em 19
de dezembro de 2013, às 09h.
[10]
MEDEIROS, op. cit.
[11]
CIRNE, Pedro. Eu também iria às ruas,
diz criador de máscara sobre protestos no Brasil. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/26/eu-tambem-iria-as-ruas-diz-criador-de-mascara-sobre-protestos-no-brasil.htm.
Acesso em 20 de dezembro de 2013, às 15h50min.
[12] Crise Mundial dos Anos 70. In:
infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2014. Disponível em: www.infopedia.pt/$crise-mundial-dos-anos-70;jsessionid=GrbnQpbdpPJ2KJjgEy+VEA__.
Acesso em 20 de dezembro de 2013, às 18h.
[13]
Leonid Brejnev foi um estadista soviético, o mais proeminentes de seu partido e
chegou a assumir o cargo de chefe do estado.
[14] Leonid Brejnev. In:
UOL. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387,194-biografia-9,00.jhtm.
Acesso em 20 de dezembro de 2013, às 16h40min
[15] Lana Wachowski, diretora de Matrix, fala
pela 1ª vez sobre a sua mudança de sexo. In: Revista Monet. Editora Globo,
2012. Disponível em: http://revistamonet.globo.com/coluna/blog/
cinema/lana-wachowski-diretora-de-matrix-fala-pela-1%C2%AA-vez-sobre-a-sua-mudanca-de-sexo/.
Acesso em 20 de dezembro de 2013, às 16h50min.
[16]
Praticante de Xamanismo, busca por interagir com o mundo espiritual, energias
que transcendem este mundo. O xamã é uma pessoa considerada como tendo acesso e
influência no mundo dos espíritos benevolentes e malevolentes.
[17]
Diálogo entre Evey e o investigador-chef, Eric Finch.
[18]
Frase citada por “V” para expressar a perfeita sincronia de fatos que não
surgem por acaso.
[19]
Auto-apresentação do personagem “V” para Evey após livrá-la dos Homens-Dedo que
tentaram estuprá-la.
[20]
Trecho do filme no qual o personagem “V” faz sua auto-apresentação em seu
primeiro encontro com Evey, após ter libertado-a das mãos dos “homens-dedo” que
queriam estuprá-la, ironicamente ao lado de um cartaz do governo que dizia:
“Força através da pureza, pureza através da fé”.
[21]
Frase referida por “V” em diálogo final com o Sr. Creedy em estação de metrô.
[22]
Frase dita por “V” em discurso para Evey.
[23]
Resposta dada ao inspetor-chef Finch que perguntou para Evey: “Quem era ele?”
[24]
WIKIPÉDIA. V for Vendetta.
Disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/V_for_Vendetta. Acesso em 20 de dezembro
de 2013, às 16h23min
[25]
MEDEIROS, Estefani. Criador de "V
de Vingança", Alan Moore diz que "é maravilhoso o que está
acontecendo" no Brasil. Disponível em:
http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/
2013/06/29/o-que-estao-fazendo-e-maravilhoso-diz-allan-moore-sobre-protestos-no-brasil.htm.
Acesso em 20 de dezembro de 2013, às 16h15min.
[26]
Frase citada pelo personagem Gordon Deitrich, um homossexual enrustido e
apresentador de TV, em conversa com Evey.
[27]
MARX, Karl. Crítica da filosofia do
direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2010, p.145
[28] SIRE, James W. Dando nome ao elefante:
cosmovisão como um conceito. Brasília: Editora Monergismo, 2012. p.138
[29]
“Deus estava na chuva”, diz a carta de Valerie relatando a forma como a avó se
referia aos tempos chuvosos.
[30] PEARCEY, Nancy. Verdade absoluta: libertando o
cristianismo de seu cativeiro cultural. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.33-70
[31] POWLISON, David. Ídolos do coração & feira das vaidades: vida
cristã, motivação individual e condicionamento sociológico. Brasília: Refúgio,
1996, p.
Ótima informação! Nossa sociedade está em crise, Deus seja convosco.
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