“agora, sem
lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas;
justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que
creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”
(Rm.3.21-23)
Eles estão em todos os lugares. Fazem
parte das cortes e parlamentos, mas também estão em meio aos lixões. Uns
desfrutam a vida tranquila do campo enquanto outros estão imersos na agitação
frenética das metrópoles. Há os casados e, também, os solteiros; os sadios e os
doentes. Alguns deles fizeram nome e discursam nas grandes universidades
apresentando suas confabulações para doutores. Mas, outros pescam à beira dos
rios e multiplicam sua descendência sem preocupações, sorrindo a simplicidade
da vida com os poucos dentes que lhes restam. Portanto, eles estão em todos os
lugares, vivendo as mais díspares vidas entre os extremos das castas sociais.
Mesmo tão distintos, com variadas aparências e diversos modos de se viver,
todos possuem a mesma necessidade gritante: ELES PRECISAM DE JESUS!
O sorriso não esconde a miséria do
coração nem a lágrima é sinônimo de arrependimento para a salvação. Eles querem
pão para saciar o ventre vazio e fortalecer as mãos cansadas da luta diária da
vida. Contudo, o que eles precisam mesmo é da Palavra do Senhor que alimenta a
alma daquele que tem sede de Deus, pois “não
só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR”
(Dt.8.3). Alguns se regalam largamente com os manjares que este mundo pode
oferecer, esquecendo que para o túmulo nada se levará e que as maravilhas
prometidas por Jesus são demasiadamente melhores do que tudo que aqui se pode
conquistar. As multidões trabalham duro para sobreviver, se fatigando debaixo
do sol escaldante, dormindo tarde e acordando cedo para comer o pão que
penosamente granjearam (Sl.127), pois lhes está oculto dos olhos a maravilhosa
promessa do Senhor Jesus: “buscai, pois,
em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt.6.33). Assim, os homens correm atrás de dinheiro como se
fosse o salvador do mundo, a fim de comprar poder, prazer e bens sem perceber
que nada disso lhes aproveitara quando, enfim, a morte chegar. Enganando e
sendo enganados tentam comprar a vida sem atentar que o preço de nossa redenção
já foi pago não com prata ou ouro que se dissipam com o tempo e se tornam
inúteis com a morte, “mas pelo precioso
sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”
(1Pe.2.18-19). Essas pessoas não sabem, mas dentre todas as suas necessidades
vitais a maior delas é Jesus.
Foi esse mesmo triste contexto que Jesus
encontrou no primeiro século, quando começou seu ministério. As multidões o
seguiam, contudo não compreendiam quem Ele era. Elas “estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor”
(Mt.9.36), mas não conseguiam ver que a fonte de água viva estava presente
(Jo.4.10). Olhando para essas pessoas, Jesus teve compaixão delas e dedicou seu
ministério à pregação da Palavra de Deus, poder de Deus para a salvação, a fim
de que os pecadores fossem libertos da escravidão do pecado (Mc.1.38; Jo.8.32).
Jesus também atendeu a diversas necessidades das multidões carentes, porém Ele
não apenas alimentou o ventre delas, antes saciou a alma dos famintos com a
Palavra de Deus; Ele não somente curou as feridas do corpo, mas, principalmente,
sarou a alma; ele não somente ressuscitou os mortos, mas, sobretudo, concedeu
nova vida por meio do Espírito Santo, para aqueles que estavam mortos em seus
delitos e pecados. E em acompanhar Jesus durante seus anos de ministério, os
discípulos foram movidos a ter compaixão das ovelhas perdidas, e aprenderam que
somente a Palavra de Deus poderia salvá-las.
Paulo também tinha forte desejo de ver
as pessoas serem salvas, e, para isto, ele se esforçava bastante, fazendo “tudo para com todos, com o fim de, por todos
os modos, salvar alguns” (1Co.9.22). O apóstolo Paulo foi alvo da compaixão
do Senhor e tendo sido alcançado graciosamente, por causa do grande amor de
Jesus, passou a dedicar sua vida à pregação da Palavra de Deus na convicção de
que ela é o “poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê” (Rm.1.16), afinal “como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem
nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm.10.14). Por isso,
indo de uma cidade para outra, ele procurava um lugar adequado para expor as
Escrituras, “pregando o reino de Deus, e,
com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas reverentes ao
Senhor Jesus Cristo” (At.28.31).
Há muita gente precisando da compaixão
daqueles que conhecem o evangelho. Mas, o que eles precisam não é apenas de
pão, roupa e teto. A maior necessidade das pessoas é o evangelho de Jesus
Cristo que tem poder para salvar suas vidas e, também, fazê-las desfrutar do
Reino de Deus que já está entre nós. Portanto, você deve ajuda-las todos os
dias testemunhando o poder do evangelho da graça de Deus. Para isso, você não
precisará de dinheiro, pois basta abrir a boca e pregar a Palavra do Senhor.
Contudo, você precisará dedicar tempo em oração e estudo das Sagradas
Escrituras, a fim de que você esteja cheio do Espírito Santo e de conhecimento
de Deus para transmitir o evangelho com precisão, firmeza e excelência. Mas,
lembre-se: seu papel não é salvar vidas, e sim anunciar o evangelho salvador,
pois somente o Espírito de Deus pode converter o coração do pecador, a fim de que
o coração seja como boa terra onde a Palavra do Senhor germinará e frutificará
para Deus (Ez.36.26-27; Mt.13.1-23; Jo.3.1-10).
O mundo não conhecerá Jesus sozinho. É
preciso que os cristãos abram a boca e anunciem o evangelho. O mundo não sabe
quem é Deus, mas o cristão conhece o caminho para o Pai: Jesus Cristo
(Jo.14.6). O mundo não sabe viver de forma agradável ao Senhor, mas o cristão
pode lhe ensinar a “boa, agradável e
perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2). As pessoas querem paz, mas só o
cristão a possui em seu coração, por meio da justificação recebida do Senhor
Jesus (Rm.5.1), e pode lhes mostrar o meio para alcança-la. Portanto, você,
cristão, é o único que pode mostrar ao mundo o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo.14.6) para que as pessoas possam encontrar
a “paz de Deus que excede todo
entendimento” (Fp.4.7). Então, assuma seu lugar como agente de
transformação no mundo e desenvolva os potenciais dados por Deus com o objetivo
de glorificar ao Senhor perante as pessoas, apontando para Cristo, “o Autor da vida” (At.3.15) e “Consumador da fé” (Hb.12.2).
Sendo assim, comece a evangelizar hoje
mesmo. O cristão deve ser uma seta apontando constantemente para Cristo. Você
pode começar pela sua casa, ensinando a Palavra do Senhor para seus filhos,
irmãos ou pais. Ao viver o fruto do Espírito (Gl.5.22-23), as pessoas ao seu
redor serão impactadas com a vida do Reino de Deus. Você deve mostrar para os
vizinhos a transformação que o Senhor Jesus operou em sua vida, para que “vejam as vossas boas obras e glorifiquem a
vosso Pai que está nos céus” (Mt.5.16), convidando-os para desfrutar da
nova vida, também. Seu trabalho será uma excelente oficina onde você poderá
trabalhar o evangelho do Reino, pregando as Escrituras enquanto demonstra em
seu exercício profissional e relação com os colegas de trabalho que “o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm14.17).
A vida cristã não se desenrola
fortuitamente, sem direcionamento objetivo. Na plena dependência de Deus, o
cristão procura dominar a vida para que cada esfera dela glorifique a Deus
apontando para Cristo Jesus. Portanto, faça planos para usar seu tempo, bens,
dinheiro e competências, a fim de viabilizar a pregação do evangelho. Se
envolva com a sociedade de forma ativa para que todas as esferas da vida social
sejam sujeitadas ao governo de Cristo que é Senhor de tudo, conforme disse
Abraham Kuyper, na Universidade Livre de Amsterdã: “não há um milímetro
quadrado em todo o domínio da nossa existência humana a respeito do qual
Cristo, que é soberano sobre tudo, não brade ‘MEU!’”. Atraia os pecadores para
Jesus, brilhando a luz de Cristo no meio deles e, semelhante a Jesus, esteja
entre os pecadores para conduzi-los a Deus. As pessoas precisam de Jesus e você
é o instrumento escolhido por Deus para apontar Cristo ao mundo.
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