“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum
do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como
parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros
da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.” (1Pe.3.7)
O
pai de Peppa Pig não somente é um porco, mas é um bobão. Ele é atrapalhado e
faz muita besteira. Além disso, a própria filha o chama de: “papai bobinho”. O
mesmo acontece com Homer Simpson (Os Simpsons), Julius Rock (Todo mundo odeia o
Chris), Peter Griffin (Uma família da pesada), Seu Madruga (Chaves), Alan
Harper (Two and a Half man), Lineu Silva (A Grande Família), Joe Kingman
(Treinando o papai) e muitos outros pais da TV. Esses são alguns dos pais que
possuem uma imagem negativa e fazem o maior sucesso exatamente por serem bobos,
imaturos, inseguros, desengonçados e incapazes de liderar a própria família. A
lista de pais com essas características não termina por aqui. Há muitos outros
filmes, seriados e desenhos nos quais o homem possui uma imagem jocosa, sempre
inferior à mulher descrita como madura, independente, forte, inteligente etc. A
TV não é a única transmissora dessa imagem ridícula do masculino. Alguns livros
didáticos também propagam essa imagem, como pude constatar em um livro de
inglês repleto de diálogos que ajudam a desenvolver a audição e fala da língua.
Esses diálogos estão espalhados pelo livro e a maioria deles contém um homem e
uma mulher conversando. O impressionante é que a imagem que o livro transmite
sobre os homens é sempre negativa, pois eles são bobos, amostrados, inferiores,
carentes etc. Desta forma, essa é a imagem que o mundo pós-moderno tem dos
homens. Esse fenômeno faz parte da tentativa de se feminizar a sociedade,
inculcando nas pessoas a ideia de que o homem é inferior à mulher.
Em
2001, Margareth Rago[1]
publicou um artigo de título: “Feminizar é preciso: por uma cultura filógina” e
apesar de ter mais de uma década, o artigo ainda expressa muito bem os anseios
e práticas da sociedade vigente. Neste artigo, Margareth propõe a luta por uma
imagem positiva do feminismo, uma cultura amante da mulher (filo: amor + gina:
mulher). Para isso, a autora traça um histórico das “conquistas” das mulheres
em diversas áreas da sociedade, sobretudo o fato de que “colocou uma de suas
principais bandeiras, as “políticas do corpo””. Além disso, conforme a autora,
o feminismo trouxe conquistas que beneficiaram as mulheres e os homens,
melhorando a vida social em geral. Margareth conclui que “ninguém duvida de que
o mundo se tornou mais feminino”, e que ele está mais “feminista” nestes
últimos 30 anos. Diante do que Margareth dissertou, é necessário levantar
algumas questões: A valorização da mulher é uma conquista do feminismo? Por que
o homem se tornou alvo de constantes sátiras, se o feminismo foi benéfico para
ambos os sexos? Seria o feminismo a resposta à necessidade de se valorizar a
mulher?
Não
é possível negar que a história da humanidade testifica os sofrimentos da
mulher por causa do cruel domínio do homem. As angústias femininas são tão
antigas quanto a história do homem desde a queda (Gn.3.16). Contudo, atribuir
ao feminismo a conquista da valorização da mulher é um erro histórico, pois o
cristianismo, testificado pelos livros do Novo Testamento, deu à sociedade a
ciência de que a mulher é ontologicamente igual ao homem perante Deus
(1Co.11.11-12) e deveria ser tratada com amor e respeito (Ef.5.25-28; 1Pe.3.7).
O cristianismo valorizou a mulher oferecendo para esta uma vida digna e feliz
em Cristo, sem desvalorizar o homem nem denegrir seu papel. Ao contrário disto,
o paganismo sempre errou em sua forma de tratar os assuntos, conduzindo o homem
para medidas extremas que prejudicam o bom andamento da sociedade: escravidão,
prostituição, tirania, feminização etc. Para supervalorizar a mulher, o
feminismo desvaloriza o homem satirizando sua imagem perante a sociedade,
criando uma geração de homens bobos, desajeitados, imaturos e incapazes,
gerando uma guerra entre os sexos e o abandono de todo e qualquer valor
absoluto. Qual o benefício que o feminismo trouxe para a sociedade como um
todo, ao distorcer a imagem tanto do homem quanto da mulher? Nenhum! Na luta
entre paganismos “machistas” e feministas, o resultado final foi o direito das
mulheres tirarem a roupa para protestarem por sua dignificação se
autodenominando de “Vadias”, conforme recentes protestos em nosso país.
No
mundo feminista, o homem está desvalorizado, as famílias estão sem mães, o
divórcio está em alta, a prostituição cresce desenfreadamente e os filhos estão
sem controle, educação e paradigmas adequados para uma boa formação psicológica
e moral. Os valentes que lutavam pela nação e por sua família foram
substituídos por homens bobos e afeminados que não sabem conduzir a própria
vida. As grandes mulheres que lutavam pelo lar, educando os filhos no bom
caminho do Senhor foram substituídas por profissionais atarefadas e sem tempo
para constituir um lar saudável onde gerariam e educariam filhos para a boa
preservação da sociedade, vivendo a beleza de uma família sólida. Sem pais para
liderar nem mães para cuidar dos filhos, a nova geração denominada de “geração
z” é caracterizada como incontrolável. Desta forma, nossos dias são “tempos difíceis, pois os homens [são] egoístas, avarentos, jactanciosos,
arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,
desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos
do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos
de Deus” (2Tm.3.1-4).
O
caminho para a valorização da mulher não é o feminismo, mas o cristianismo. O
feminismo luta por “direitos” egoístas das mulheres, ignorando a importância de
seu papel dentro da família e da sociedade; o feminismo busca a
supervalorização do feminino desqualificando o masculino. No feminismo não há
certo ou errado, somente a vontade humana que deve ser atendida a qualquer
custo; no feminismo não há temor de Deus, pois se houvesse seus mandamentos absolutos
seriam obedecidos e a mulher buscaria a vontade do Senhor prescrita em Sua
Palavra. O feminismo grita contra Deus em alto e bom som: “rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas”
(Sl.2.3), lutando contra toda estipulação divina. A mídia propaga a imagem de
que as mulheres feministas são poderosas, independentes, felizes, capazes e
autônomas. Mas, enquanto isso a sociedade vive uma série de contradições
doentias, com gestantes que lutam pelo direito ao aborto enquanto a criança no
ventre delas não tem o direito à vida.
Margareth
não ponderou no fato de que foi o cristianismo quem resgatou a imagem da mulher
na sociedade. A mulher segundo as Escrituras Sagradas é igual ao homem em
essência, portanto em nada inferior ao mesmo perante Deus. As mulheres aparecem
no Novo Testamento servindo a Deus com vigor, elogiadas pelos apóstolos
(Rm.16.6,12), ainda que proibidas de exercer o ministério pastoral e
presbiteral, pois o Senhor confiou ao homem a liderança familiar, social e
religiosa desde os dias do Éden (Gn.2.18-25; 3.16-17; Sl.128; 1Co.11.2-16;
14.32-37; 1Tm.2.8-15). Contudo, isso não denigre a imagem da mulher. Cada qual
recebeu de Deus seu papel social, e em obedecê-lo estaremos sendo fiéis ao
Senhor. A mulher cristã é livre para ser ela mesma, ou seja, para viver aquilo
para o qual ela foi criada. A mulher cristã tem o amor e proteção do marido que
viverá para cuidar dela, buscando sua felicidade em Cristo, para a glória de
Deus. No cristianismo o homem é modelo para toda a família, exemplo em
maturidade, amor e sabedoria, conduzindo o lar por meio das Escrituras
Sagradas. A liderança masculina, conforme a Palavra de Deus não é egoísta nem
tirana nem autoritária, mas amorosa, firme, altruísta e capaz de guiar aqueles
que estão sobre seus cuidados, por um bom caminho e para o bem de todos.
O
que devemos fazer diante desse cenário conturbado? Combater o bom combate da fé
(1Tm.1.18; 6.12). Há duas respostas da igreja à feminização: A primeira é não
deixar que esse fenômeno entre no povo de Deus, não somente lutando contra o
ministério pastoral feminino, mas, sobretudo, educando as “mais novas” para que “se
casem, criem filhos” (1Tm.5.14) no temor do Senhor e sejam “sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas,
sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada” (Tt.2.5).
Uma igreja formada de mulheres cristãs maduras estará pronta para resistir às
tentações impostas pelo feminismo. Todavia, não acaba aqui, pois como segunda
resposta, é preciso que os homens sejam líderes conforme o ensino das
Escrituras (Cl.3.19), guiando a família pelas Escrituras, protegendo o lar das
influencias do mundo, lutando como valentes contra tudo que se levanta contra a
Palavra de Deus (Jd.3; Tg.4.7). É necessário que os jovens sejam educados a
assumir o papel de liderança com amor, firmeza e dedicação, buscando em Deus a
sabedoria necessária para cumprir esse mandato divino. Onde há homens que
lideram conforme o ensino da Palavra do Senhor, as mulheres descansam sossegadas,
sabendo que há alguém que cuida de tudo por elas. Portanto, a igreja precisa de
homens segundo as Escrituras e mulheres que busquem a vontade do Senhor.
Somente assim, teremos uma sociedade melhor e pessoas felizes em Cristo Jesus.
[1]
RAGO, Margareth. Feminizar é preciso:
por uma cultura filógina. São Paulo: São Paulo em Perspectiva, vol.15 no.3
July/Sept. 2001
Nenhum comentário:
Postar um comentário