“Esta é
a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu
Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Zc.4.6)
Ainda que a igreja visível pertença ao
Senhor, ela é composta de pecadores tanto convertidos quanto não convertidos.
Isso acontece por duas razões: Primeiramente, a santificação não é uma obra instantânea
como a justificação. O processo de santificação leva a vida toda e, muitos, se
acomodam pelo caminho, se acostumando com pecados como a maledicência. Em
segundo lugar, nem todas as pessoas dentro de uma igreja local são crentes de
verdade. Jesus alertou que haveria joio no meio do trigo (Mt.13.24-30). Essas pessoas
se dizem crentes, no início parecem com crentes, mas depois começam a mostrar a
maldade do coração, se rebelando contra a Palavra de Deus. Por isso,
encontramos diversos pecados que precisam ser combatidos no meio da igreja:
inveja, insubordinação, soberba, imoralidades, maledicência, desejo por poder, preguiça,
espírito de divisão, falta de amor, mentiras, intrigas, glutonarias e bebedice
etc.
Como pastorear uma igreja assim? Não adianta
ser um bom administrador de empresa, pois a igreja não é uma máquina nem um
prédio, mas o corpo de Cristo, um organismo vivo que precisa do verdadeiro
alimento. Aqueles que veem a igreja como uma empresa costumam matá-la sem
perceber, ao tratá-la como uma máquina sem vida. Preocupam-se com o dinheiro
que entra e o que sai, com o prédio e com algumas programações. As pessoas são
tratadas como funcionários e não percebem que mesmo que haja certa organização,
todos estão mortos, pois não foram alimentados com a Verdade nem estão cheios
do Espírito de Deus que é o agente da vida. Nessas igrejas, organizadas por
fora, mas mortas por dentro, as pessoas não conseguem vencer os pecados. Elas
se preocupam com a extrema organização das sociedades internas, com a hora do
culto, com a manutenção de tradições, mas não conseguem vencer pecados como a
maledicência, tão comum no meio de muitos cristãos. Elas não foram pastoreadas,
apenas administradas.
A igreja não precisa de administradores, ela
precisa de pastores. Deus não está preocupado com a aparência da igreja, mas
com seu coração. Por isso, mesmo quando Israel estava fazendo os cultos, aparentemente,
de forma correta, Deus disse: “Tomara
houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o
fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei
da vossa mão a oferta” (Ml.1.10). Deus quer o coração do homem, de onde
procedem tanto as coisas boas quanto as coisas ruins (Mt.15.17-20): “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus
olhos se agradem dos meus caminhos” (Pv.23.26). Por esta razão, Deus não
chama administradores para cuidar de sua igreja, mas pastores para pastorearem
o coração do povo de Deus. É o coração que precisa ser confrontado e conduzido
pelo bom caminho. O coração precisa ser dominado e também alimentado com a
Verdade.
Portanto, a igreja precisa ter maturidade na
escolha daqueles que irão pastoreá-la. Amizade, familiaridade e aparência não
fazem um bom presbítero nem pastor. As Escrituras dizem que é necessário ser homem
cheio do Espírito Santo e da Verdade. Tudo que é necessário para se pastorear
uma igreja vem do Espírito de Deus e da Escritura:
1) Amor
e zelo pelas Escrituras – A
igreja é alimentada com a Verdade e a Palavra de Deus é a Verdade. Como uma
pessoa pode pastorear bem a igreja se não conhece a Verdade que a alimenta? A
falta de conhecimento e maturidade pode levar a igreja à ruina. Deus não está
interessado em ter uma igreja cheia de pecadores não convertidos. Ele quer uma
igreja saudável (Ef.5.25-27), que anda nos caminhos do Senhor (Sl.119.4), que
tem prazer na lei do Senhor (Sl.1.2), que batalha pela Verdade que nos foi
entregue por Deus (Jd.3). Afinal a igreja é coluna e baluarte da Verdade (1Tm.3.15).
2) Verdadeira
Piedade – A piedade não se
orgulha de si mesmo, pois uma das características da verdadeira piedade é a
humildade. A piedade é alcançada por meio de uma vida íntima com Deus. Ninguém
consegue verdadeira piedade sem uma vida de oração e meditação. Jamais alguém
poderá ser presbítero ou pastor se não tem uma vida profunda de oração e
meditação nas Escrituras Sagradas. Piedade abrange o negar a si mesmo, zelar
pela Verdade, saber ensinar a Escritura, buscar a paz e impedir a divisão,
falar com sabedoria e graça lutando contra a maledicência, se relacionar com
terno amor sem, contudo, tolerar os pecados no meio da igreja.
3) Ser
guiado pelo Espírito de Deus –
O líder deve ser um homem visionário, guiado pelo Espírito de Deus. O que
significa isso? Os grandes homens da história conseguiam perceber as consequências
de atitudes do presente. Por exemplo: Neemias advertiu o povo quanto ao perigo
do casamento misto, pois sabia que isso desviaria o coração da nação como
aconteceu com Salomão e muitos outros (Ne.13.23-27). O povo não pensa nas consequências
para o futuro, mas o líder precisa estar atento a tudo, a fim de adverti a
igreja quanto aos perigos que ela não consegue ver. O que parece ser apenas uma
brincadeira pode se tornar uma porta para o pecado. Foi o que aconteceu com o
homossexualismo de nossos dias. As muitas piadas sobre homossexualismo foram
acostumando as pessoas com o tema de forma que, aos poucos, as pessoas que eram
completamente contrárias estavam mais maleáveis ao assunto. O líder precisa
prever isso.
4) Firmeza
alicerçada em Deus – Por ultimo
gostaria de falar da firmeza que Deus exigiu de Josué: “sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a
lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita
nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares”
(Js.1.7). A vida de pastor é demasiadamente maltratada. O pastor precisa lutar
contra lobos que querem entrar no rebanho para arrastas as ovelhas, e contra o
joio que começa a se revelar, querendo desviar o trigo com mentiras adornadas
de falsa piedade (At.20.29-30). Para muitos, o pastor é a pessoa que menos sabe
dentro da igreja. Uns acham que sabem mais, outros acham que pastoreiam melhor,
mulheres querem mandar no pastor e muitos reclamam sem parar, semelhante ao que
fazia Israel no deserto (Ex.15.24; 16.2,6-9; 17.3). Diante de tudo isso, o
pastor precisa estar firme, bem alicerçado na Palavra de Deus e com o coração
nas mãos do Senhor. Será necessária muita paciência e perseverança para não
desanimar nem deixar que o povo atrapalhe o bom pastoreio do rebanho. O bom
pastor não é aquele que ouve e atende ao que o povo pede, mas aquele que guia o
povo pelo caminho do Senhor mesmo que esse não queira, assim como deve fazer um
pai com seu filho (Sl.23.1-4).
Diante de tudo isso, exclamamos quão
necessário é o Espírito do Senhor no pastoreio da igreja. Portanto, se você não
irá pastorear a igreja pelo poder do Espírito e da Palavra é melhor que não
comece, pois Deus pedirá contas por não teres cuidado da igreja dEle da forma
correta. E vocês que vão escolher alguém para pastorear, pensem com mais
maturidade, pois amizade, familiaridade e aparência não fazem o pastor ou
presbítero, mas o estar cheio do Espírito de Deus para pastorear a igreja de
Jesus como Ele quer.
Faz tempo que queria ouvir isso!
ResponderExcluirGraças a Deus!
O Senhor te abençoe!
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