“Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, senão na sua terra,
entre os seus parentes e na sua casa.” (Mc.6.4)
Grandes
eventos, no meio cristão protestante, ocorrem ao nosso redor o ano inteiro.
Alguns sem nenhum proveito, mas outros são abençoadores. Ao ser anunciada a
presença de uma “celebridade” evangélica, seja cantor ou pregador, multidões
afluem deixando suas igrejas de origem para se encontrar com tais destaques.
Todos querem marcar presença naquele momento tão singular, quando aquela pessoa
notória estará presente. Contudo, qual a razão para tamanho entusiasmo? Eles
estão atrás da mensagem que será deixada com excelência e fidelidade por estas
pessoas ou da novidade que são?
Quem mais
célebre que Jesus? Ninguém! Contudo, Cristo foi desprezado pelos seus entes
mais próximos, mesmo pregando a Palavra de Deus com excelência e fidelidade. De
forma semelhante, muitos profetas no Antigo Testamento e muitos pastores da era
cristã também foram desprezados por suas nações. As multidões não queriam a
mensagem pregada por Cristo, mas a novidade que Ele proporcionava nos
arredores. E você, está atrás de que? O que realmente chama sua atenção? A
pregação fiel das Escrituras, ou a simples novidade de um rosto novo, ou mesmo
a emoção de estar diante de uma “celebridade” cristã evangélica?
Se for pela
Palavra pregada, então, leia com mais frequência a Palavra de Deus. Dê mais
crédito ao pastor local que expõe com excelência e fidelidade as Escrituras
Sagradas. Valorize mais as reuniões de doutrina e a Escola Bíblica Dominical
onde a Palavra do Senhor é estudada com dedicação, para que todos conheçam
melhor o Deus de toda glória que se revelou graciosamente ao homem para que Seu
povo tenha doce e profunda comunhão com Ele. E, então, atrás de quem você está?
A partir do
versículo 35 de Marcos capítulo 4, o evangelista nos mostrará uma série de
momentos nos quais Jesus revelará sua superioridade sobre tudo e todos.
Primeiramente, ele acalma a tempestade, declarando estar acima de toda a
criação (Mc.4.35-41). Em seguida, navega para a região de Decápolis, onde
mostrará seu poder sobre os principados e potestades (Mc.5.1-20). Ao voltar
para a região da Galiléia, Jesus será solicitado por um chefe de sinagoga, pois
a filha deste estava doente e quando eles se dirigiam para a casa de Jairo, o
chefe da sinagoga, uma mulher desenganada por sua doença, pois médico algum
conseguiu curá-la, tem sua saúde restaurada num simples toque em Cristo, pois
dEle saíra poder que instantaneamente a curou (Mc.5.25-34). Assim, Jesus mostrou
seu poder sobre todas as enfermidades. Depois disto, Cristo segue o caminho
para a casa do chefe da sinagoga, que a esta altura recebeu a notícia de que
sua filha já estava morta. Jesus vai ao encontro da menina e revela seu poder
sobre a morte, ressuscitando-a e devolvendo-a aos pais. Este amplo e glorioso
trajeto de Jesus termina com a multidão se maravilhando de sua doutrina que é
de uma sabedoria sem igual, afinal Sua Palavra é Palavra divina. Assim, o
evangelista Marcos chama a atenção do leitor para a glória de Jesus. Todas as
pistas levam o leitor a responder à pergunta que os discípulos fizeram no
início da jornada: “Quem é este?” (Mc.4.41). Então, você dirá: É o Deus de toda
glória!
No entanto, no
fim da jornada, mesmo estando as multidões admiradas com a sabedoria de Jesus,
os conterrâneos dEle o desprezam, não crendo em Suas Palavras nem
em Seu poder. Cristo, então, é desonrado em sua própria terra, diante das
pessoas mais próximas. O problema não estava em Jesus, ou em sua mensagem, pois
tanto o Senhor era perfeito em seu viver e poderoso em seus feitos, quanto Sua
pregação era excelente e fiel às Escrituras. O problema estava no coração de Seus
conterrâneos, pois Jesus não era novidade para eles.
Cuidado para
não cometer o mesmo erro. Muitos desprezam grandes homens de Deus somente por
estarem acostumados com eles. Já ouvi pastores se queixarem das igrejas que
pastoreiam. Eles pregam a Palavra do Senhor, mas não são ouvidos com interesse,
contudo quando alguém de fora prega a mesma Palavra, então, estes são elogiados
e acreditados. Você está desprezando aquele que Deus colocou diante de você
para dirigi-lo no caminho do Senhor. Seu interesse por um novo e “célebre”
pregador não está em sua paixão pela Palavra de Deus, mais na motivação pela novidade.
A paixão pela
novidade é muito comum nos arredores evangélicos. Há um número crescente de
“cristãos” sem igreja. Já ouvi alguns dizerem que vivem apenas do “ministério
de casais”. Eles gostam da novidade promovida a cada final de semana e dificilmente
estão presentes numa igreja local. A velha Palavra de Deus não chama a atenção
do coração deles. Portanto, isto não é sinal de espiritualidade, mas de um
coração carnal querendo satisfazer-se à moda gospel. O primeiro sinal de
avivamento e espiritualidade proveniente do Espírito de Deus é o amor à Palavra
de Deus. No livro de Salmos, os diversos autores declararam seu intenso amor a
Deus e Sua Palavra, pois eles estavam cheios do Espírito Santo. Assim, disse o
salmista: “Quanto amo a tua Lei! É a
minha meditação, todo o dia!” (Sl.119.97).
O velho
evangelho é o prazer do novo coração. Ao regenerar o coração do homem, o
Espírito Santo o torna novo e o faz ter amor por uma antiga Palavra: a Palavra
de Deus. Desta forma, sua busca não deve ser por pessoas, pois o Senhor não
chamou ninguém para ser “pop star”, afinal Deus não divide sua glória com
ninguém quer sejam homens, seres celestiais ou ídolos (Is.42.8).
É atrás de
Deus que você deve ir. Ele é o único com poder sobre a criação, sobre os
principados e potestades, sobre as enfermidades e sobre a morte. É atrás de sua
Palavra Santa que você deve correr, não apenas pregada pelas “celebridades”,
mas por todos que a expõe com excelência e fidelidade. As multidões que queriam
novidade terminaram por rejeitar o próprio Senhor da glória que veio humilde e
simples, mas pregou com poder e sabedoria de Deus. E você, está buscando a
Palavra de Deus? Ela está mais perto do que você imagina.
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