“Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, e a sua
misericórdia dura para sempre.”
(Sl.107.1)
As Escrituras contam os feitos heróicos de
grandes homens que venceram obstáculos, alguns intransponíveis, ao buscarem e
confiarem no poder de Deus. Após a vitória, eles contam com gratidão as bênçãos
do Senhor, reconhecendo que toda boa dádiva vem de Deus, criador e sustentador
da criação, pois “desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos
se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele
que nele espera.” (Is.64.4).
O cristão deve dar graças pelo pão de cada
dia, pela água que alivia a sede, pelas roupas que cobrem a nudez, pela casa
que abriga do temporal, pela cama que torna as noites confortáveis, pelas vezes
em que o Senhor o livrou do mal etc. Mas, as bênçãos do Senhor são incontáveis,
pois permeiam toda a vida, da fecundação à morte, de uma a outra manhã e
acompanham a vida do cristão por toda a eternidade. Muitas provisões divinas
passam despercebidas e algumas delas somente são notadas quando o cristão pára
para refletir na providência divina que cerca todas as áreas da vida humana.
“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de
Deus em Cristo Jesus
para convosco” (1Ts.5.18).
Um simples gesto de gratidão reflete alguns valores como a humildade e a fé. A
humildade, para reconhecer o auxílio recebido, admitindo a bondade e poder
divinos que atuam na vida daqueles que o buscam, ou seja, a aceitação da não
autossuficiência da vida humana, tão frágil e carente. A fé, convicção de que a
vida não é obra do acaso nem as conquistas frutos da própria força, mas tudo
vem do Senhor, “pois Ele é benigno até
para com os ingratos e maus” (Lc.6.35).
Porém, qual a melhor forma de agradecer a
Deus pelos muitos benefícios que dispensa ao Seu povo? Como Deus quer que Seu
povo o agradeça por todas as bênçãos derramadas cotidianamente (Sl.116.12)?
Palavras nem sempre revelam a sinceridade do
coração. Por isso, diz o livro de Eclesiastes: “Melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (Ec.5.5). As
palavras devem ser acompanhadas de ações que revelem a veracidade dos
sentimentos e pensamentos. Perguntou Jesus aos escribas e fariseus: “E que vos
parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai
hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se
ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois,
arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo” (Mt.21.28-31). Desta forma, o cristão
agradece ao Pai não somente em suas orações, mas em gestos diários que revelam
sua gratidão permeada de amor pelo Senhor que em tudo o tem abençoado.
No entanto, os gestos de gratidão não devem
ser meramente obrigatórios. Tenha prazer em Deus, alegria de estar em sua
presença, desejo pelo encontro com o Senhor. O culto é o espaço do agradecido,
que tem em seu coração as alegres lembranças de tudo que Deus tem feito em seu
favor. Os cultos são mais que rituais mecânicos repetidos todas as semanas para
aglomerar os membros da igreja. O culto é momento de adoração, de encontro com
Deus que graciosamente se faz presente no meio de Seu povo para com ele ter
comunhão, assim como no Éden Deus saía ao encontro de Adão e Eva pela viração
do dia (Gn.3.8). O cristão diz a si mesmo, com veemência: “Bendize,
ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.
Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus
benefícios.” (Sl.103.1,2).
Além do reconhecimento tributado em forma de
culto sincero ao Senhor, a gratidão se expressa em serviço àquele que livra a
alma humana da morte eterna. Com prontidão e satisfação, o cristão responde ao
chamado de Deus, dizendo: “Eis-me aqui,
envia-me a mim” (Is.6.8). Após ofertar seus bens para o Templo de Deus, Davi
disse ao Senhor: “Bem sei, meu Deus, que tu provas os corações e que
da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, dei
voluntariamente todas estas coisas” (1Cr.29.17). Seu coração grato diz: “Quero Te servir, Senhor, quero
mostrar minha eterna gratidão por Teu amor demonstrado na cruz do calvário
quando Teu Filho aceitou morrer em meu lugar. Quero fazer toda a Tua vontade,
pois sei que meu amor é fruto de Teu amor por mim, pois me amaste primeiro”.
Certo de que nem todas as palavras do mundo
serão suficientes para agradecer a Deus por todos os benefícios dispensados, o
cristão procura demonstrar seu grato amor em serviço diário e constante
realizado com alegria. Enquanto demonstra sua gratidão, os lábios se regozijam
em louvá-lo, contando a todos as maravilhas divinas e o imensurável amor de
Deus demonstrado por Seu Filho Jesus que viveu, morreu e ressuscitou pelo Seu
povo. E mesmo que a vida seja cercada de trevas e “ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da
oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam
arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado” (Hc.3.17), o cristão louva a Deus, pois Sua graça é melhor
que a vida (Sl.63.3) e como Habacuque ele se alegra no SENHOR e exulta no Deus
de sua salvação.
Sendo assim, hoje mesmo “rendei
graças ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus
feitos. Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; narrai todas as suas maravilhas. Gloriai-vos
no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR.” (Sl.105.1-3)
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