“Como suspira a corça pelas correntes
das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede
de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”
(Sl.42.1-2)
(Sl.42.1-2)
É proclamado
um jejum na igreja e todos concordam em passar um período se abstendo de
alimentos enquanto oram por questões bem definidas. Neste período, um dos
irmãos, meditando nas Escrituras, abre a Palavra de Deus no texto de Isaías,
capítulo 58, versículos 5 a
7 que diz: “Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma,
incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza?
Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao SENHOR? Porventura, não é este o
jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras
da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não
é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres
desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?”
(Is.58.5-7). E, querendo fazer a vontade do Senhor, o irmão se pergunta: Por
que, em pleno jejum, Deus fala de repartir o pão?
O jejum em
Israel tinha se tornado uma simples tradição, um ritual não refletido. Eles viviam
em pecado, sendo injustos, imorais, violentos, desprezando os necessitados etc.
e quando precisavam de livramento divino praticavam o jejum ritual sem,
contudo, abandonar o pecado, pois a mente estava cauterizada. Fizeram a
associação errada: “Para agradar a Deus, basta cumprirmos os rituais que Ele
nos mandou e, então, tudo estará bem”. Quando eram castigados, associavam o
castigo à falta de rituais e não conseguiam ver neles mesmos os pecados que
afrontavam vergonhosamente o Senhor. Deus exorta Israel a buscar a santidade,
uma vida consagrada completamente a Deus em sentimentos, palavras, pensamentos
e ações. Como diz o profeta Miquéias: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o
que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e
andes humildemente com o teu Deus” (Mq.6.8).
Jejum é SEDE e
FOME de Deus. É Desejo intenso pela presença do Senhor é busca insaciável pelo
Deus vivo, anelo por estar diante dEle, pois “na tua presença há plenitude de
alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (S.16.11). O
apaixonado perde a fome diante da amada, pois tão grande é sua aspiração pela
presença da querida e sua vontade de desfrutar de cada minuto com ela que a
comida é esquecida e a bebida ignorada. Nada mais importa para os apaixonados,
pois tudo o que eles mais querem é estar um com o outro se alegrando com as
delícias do amor. Jejum é SEDE e FOME por Deus. Desejo ardente de corações
apaixonados pelo Deus vivo. Jejum é preferir um só dia na presença do Senhor
que mil em qualquer outro lugar (Sl.84.10). E, na presença do Senhor, quem
pensará em comida ou bebida? Como ter fome estando diante do Deus da glória que
alimenta nossa alma com Sua Palavra e nos sacia a sede eterna por meio de Seu
Espírito? Nada mais importa quando se desfruta da graciosa presença do Senhor e
se regozija nas delícias de seu eterno amor.
Proclame um
jejum para a igreja, para a família, para o coração: Todos devem ter fome e
sede de Deus! Todos devem buscá-lo insaciavelmente nas Escrituras, nas orações,
nos cultos! Que todos larguem seus afazeres e se dirijam à presença de Deus,
que disse: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”
(Mt.18.20). Deixem que o corpo não sinta vontade de comer, que a mente despreze
naturalmente as coisas desta vida, por tão grande desejo de andar com Deus,
ouvir Sua doce voz e derramar a alma na presença do Senhor. Pois, que adianta
passar 40 dias e noites sem comer nem beber, mas permitir que o coração sacie
seus desejos carnais com os pecados deste mundo que jaz no maligno (1Jo.5.19)? O
verdadeiro jejum é abstinência deste mundo pecador, é movimento em direção a
Deus. O saciar da alma com a Palavra de Deus e o enchimento do Espírito Santo
produzem um jejum do pecado, distanciando o pecador do mundo enquanto o
aproxima de Deus: “andai no Espírito e jamais satisfareis à
concupiscência da carne” (Gl.5.16).
Deus te convoca
para um santo jejum: “Buscai a minha
presença” (Sl.27.8). Então, amando “o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda
a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt.27.37) dirás: “A minha
comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”
(Jo.4.32) e ainda preferirás “estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer
nas tendas da perversidade” (Sl.84.10), pois o verdadeiro jejum é
ter SEDE e FOME do DEUS VIVO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário