"Porque eles,
testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram
voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da
assistência aos santos" (2Co.8.3-4)
Ouve-se um grito de socorro vindo
de uma das ruas da cidade. Alguém está em apuros! Então, aparece o super-herói
para livrar a cidadã inocente das mãos do vilão. E mesmo que o vilão seja muito
mais forte que o super-herói, este não volta atrás, disposto a dar a vida para
salvar qualquer cidadão de sua nação. Assim, os super-heróis trazem sempre as
virtudes da perseverança, abnegação e disposição para servir, revelando que
mesmo o homem natural traz em seu coração a lei do Senhor.
Se o homem natural tem em seu
coração a noção de amor ao próximo e retrata este conhecimento em filmes e
quadrinhos, o que esperar daqueles que receberam nova vida por meio de Cristo e
são guiados pela Palavra e Espírito de Deus (Gl.2.20)? Diferente do mundo,
mesmo consciente do certo, os cristãos são “sal da terra” e “luz do mundo”
(Mt.5.13-16; Ef.5.8), enviados às ruas para ensinar e testemunhar o amor e santidade
do Senhor, e tem a obrigação de glorificar a Deus por meio de uma vida pronta
para servir com satisfação.
Em todas as suas cartas, o apóstolo
Paulo fala do amor divino que é dado à igreja para que esta revele a glória de
Deus e se deleite em suas bênçãos. Este amor é misericordioso e também justo, é
bondoso e também santo. Ele provem de Deus, por meio do Espírito Santo
(Gl.5.22), e reflete atributos divinos como: misericórdia, bondade, paciência,
benignidade, justiça e pureza. Portanto, o amor não fala mal do próximo nem
tolera o pecado, pois além de ser bom também está fundamentado na Verdade que é
a Palavra de Deus.
Foi exatamente este amor que
invadiu o coração de Paulo. Aquele que perseguiu a igreja de Jesus recebeu um
novo coração disposto a dar a vida pelos irmãos na fé. E, em seu ministério,
ele não mediu esforços para alcançar vidas e não poupou energia para edificar a
igreja, por meio da pregação da Palavra de Deus. Em suas cartas estão sempre
presentes o amor, a fé e a esperança, porém Paulo não hesita em dizer que “o
maior destes é o amor” (1Co.13.13). Sua dedicação decorria de seu amor,
primeiramente, a Deus e, também, à igreja do Senhor Jesus, razão pela qual
fazia tudo com alegria e satisfação (1Co.9.17).
Por isso, a unidade da igreja é um
dos temas mais trabalhados por Paulo e os demais apóstolos, “pois quem ama o
próximo tem cumprido a lei” (Rm.13.8b). Mas, esse amor não era uma
expressão subjetiva, ainda que Deus o tenha colocado no sujeito. O amor vivido e ensinado pelo
apóstolo está fundamentado tanto nos mandamentos do Antigo Testamento (Lv.19.18;
Dt.10.19) quanto no novo mandamento dado por Jesus, a fim de que a igreja esteja
sempre adornada de verdadeiro amor que glorifica a Deus (“Novo mandamento
vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos
ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se
tiverdes amor uns aos outros” - Jo.13.34-35), pois conforme o apóstolo
Paulo, toda a lei se resume em apenas uma palavra: amor (Rm.13.9; Gl.5.22-23); primeiro,
segundo e terceiro grande mandamento (Mt.22.34-40; Jo.13.34-35).
Este amor havia brotado, pelo
Espírito Santo e Sua Santa Palavra, na alma de cada um dos membros das igrejas
da Macedônia. No coração daqueles irmãos pulsava a satisfação em servir e,
mesmo com poucos recursos, eles estavam enviando suprimentos para as igrejas
que passavam por dificuldades. Conforme Paulo, os irmãos pediram, “com
muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos” (2Co.8.4)
e se colocaram como voluntários, doando “acima de suas posses”
(2Co.8.3). O amor, portanto, não era expresso apenas em palavras, mas,
sobretudo, em ações que refletiam o agir do Espírito de Deus em seus corações.
Amados, não esqueçamos as palavras
do Senhor Jesus, que após lavar os pés de cada um dos discípulos, disse: “Ora,
se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os
pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais
vós também” (Jo.13.14-15). Enquanto no mundo os grandes dominam sobre os
pequenos, no Reino de Deus quanto maior a maturidade cristã mais profundo é o
amor e serviço ao próximo, pois Deus nos criou e chamou para as boas obras
(Ef.2.10) e nos libertou do pecado e do império das trevas para vivermos a
beleza de uma nova vida segundo Cristo. Por isso diz o apóstolo: “irmãos,
fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à
carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se
cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
(Gl.5.13-14).
Amar, portanto, não apenas é bom,
mas, sobretudo, é um mandamento do Senhor e deve ser praticado como expressão
da nova vida recebida DELE, pois “o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus” (1Jo.4.7). E, como fomos chamados para amar, devemos nos
esforçar para viver o amor com o fim de agradar a Deus e glorificá-lo perante
todos os homens, não somente em palavras, mas, também em atitudes, lembrando
sempre que é importante “socorrer os necessitados e recordar as palavras do
próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber” (At.20.35). Desta
forma, ame com seu falar, não maldizendo, e com suas atitudes, não se negando,
agindo, assim, por conhecimento da Verdade, a fim de glorificar Cristo em sua
vida.
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