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sábado, 17 de outubro de 2015

É preciso desfeminizar a sociedade

Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.” (1Pe.3.7)

O pai de Peppa Pig não somente é um porco, mas é um bobão. Ele é atrapalhado e faz muita besteira. Além disso, a própria filha o chama de: “papai bobinho”. O mesmo acontece com Homer Simpson (Os Simpsons), Julius Rock (Todo mundo odeia o Chris), Peter Griffin (Uma família da pesada), Seu Madruga (Chaves), Alan Harper (Two and a Half man), Lineu Silva (A Grande Família), Joe Kingman (Treinando o papai) e muitos outros pais da TV. Esses são alguns dos pais que possuem uma imagem negativa e fazem o maior sucesso exatamente por serem bobos, imaturos, inseguros, desengonçados e incapazes de liderar a própria família. A lista de pais com essas características não termina por aqui. Há muitos outros filmes, seriados e desenhos nos quais o homem possui uma imagem jocosa, sempre inferior à mulher descrita como madura, independente, forte, inteligente etc. A TV não é a única transmissora dessa imagem ridícula do masculino. Alguns livros didáticos também propagam essa imagem, como pude constatar em um livro de inglês repleto de diálogos que ajudam a desenvolver a audição e fala da língua. Esses diálogos estão espalhados pelo livro e a maioria deles contém um homem e uma mulher conversando. O impressionante é que a imagem que o livro transmite sobre os homens é sempre negativa, pois eles são bobos, amostrados, inferiores, carentes etc. Desta forma, essa é a imagem que o mundo pós-moderno tem dos homens. Esse fenômeno faz parte da tentativa de se feminizar a sociedade, inculcando nas pessoas a ideia de que o homem é inferior à mulher.
Em 2001, Margareth Rago[1] publicou um artigo de título: “Feminizar é preciso: por uma cultura filógina” e apesar de ter mais de uma década, o artigo ainda expressa muito bem os anseios e práticas da sociedade vigente. Neste artigo, Margareth propõe a luta por uma imagem positiva do feminismo, uma cultura amante da mulher (filo: amor + gina: mulher). Para isso, a autora traça um histórico das “conquistas” das mulheres em diversas áreas da sociedade, sobretudo o fato de que “colocou uma de suas principais bandeiras, as “políticas do corpo””. Além disso, conforme a autora, o feminismo trouxe conquistas que beneficiaram as mulheres e os homens, melhorando a vida social em geral. Margareth conclui que “ninguém duvida de que o mundo se tornou mais feminino”, e que ele está mais “feminista” nestes últimos 30 anos. Diante do que Margareth dissertou, é necessário levantar algumas questões: A valorização da mulher é uma conquista do feminismo? Por que o homem se tornou alvo de constantes sátiras, se o feminismo foi benéfico para ambos os sexos? Seria o feminismo a resposta à necessidade de se valorizar a mulher?
Não é possível negar que a história da humanidade testifica os sofrimentos da mulher por causa do cruel domínio do homem. As angústias femininas são tão antigas quanto a história do homem desde a queda (Gn.3.16). Contudo, atribuir ao feminismo a conquista da valorização da mulher é um erro histórico, pois o cristianismo, testificado pelos livros do Novo Testamento, deu à sociedade a ciência de que a mulher é ontologicamente igual ao homem perante Deus (1Co.11.11-12) e deveria ser tratada com amor e respeito (Ef.5.25-28; 1Pe.3.7). O cristianismo valorizou a mulher oferecendo para esta uma vida digna e feliz em Cristo, sem desvalorizar o homem nem denegrir seu papel. Ao contrário disto, o paganismo sempre errou em sua forma de tratar os assuntos, conduzindo o homem para medidas extremas que prejudicam o bom andamento da sociedade: escravidão, prostituição, tirania, feminização etc. Para supervalorizar a mulher, o feminismo desvaloriza o homem satirizando sua imagem perante a sociedade, criando uma geração de homens bobos, desajeitados, imaturos e incapazes, gerando uma guerra entre os sexos e o abandono de todo e qualquer valor absoluto. Qual o benefício que o feminismo trouxe para a sociedade como um todo, ao distorcer a imagem tanto do homem quanto da mulher? Nenhum! Na luta entre paganismos “machistas” e feministas, o resultado final foi o direito das mulheres tirarem a roupa para protestarem por sua dignificação se autodenominando de “Vadias”, conforme recentes protestos em nosso país.
No mundo feminista, o homem está desvalorizado, as famílias estão sem mães, o divórcio está em alta, a prostituição cresce desenfreadamente e os filhos estão sem controle, educação e paradigmas adequados para uma boa formação psicológica e moral. Os valentes que lutavam pela nação e por sua família foram substituídos por homens bobos e afeminados que não sabem conduzir a própria vida. As grandes mulheres que lutavam pelo lar, educando os filhos no bom caminho do Senhor foram substituídas por profissionais atarefadas e sem tempo para constituir um lar saudável onde gerariam e educariam filhos para a boa preservação da sociedade, vivendo a beleza de uma família sólida. Sem pais para liderar nem mães para cuidar dos filhos, a nova geração denominada de “geração z” é caracterizada como incontrolável. Desta forma, nossos dias são “tempos difíceis, pois os homens [são] egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” (2Tm.3.1-4).
O caminho para a valorização da mulher não é o feminismo, mas o cristianismo. O feminismo luta por “direitos” egoístas das mulheres, ignorando a importância de seu papel dentro da família e da sociedade; o feminismo busca a supervalorização do feminino desqualificando o masculino. No feminismo não há certo ou errado, somente a vontade humana que deve ser atendida a qualquer custo; no feminismo não há temor de Deus, pois se houvesse seus mandamentos absolutos seriam obedecidos e a mulher buscaria a vontade do Senhor prescrita em Sua Palavra. O feminismo grita contra Deus em alto e bom som: “rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas” (Sl.2.3), lutando contra toda estipulação divina. A mídia propaga a imagem de que as mulheres feministas são poderosas, independentes, felizes, capazes e autônomas. Mas, enquanto isso a sociedade vive uma série de contradições doentias, com gestantes que lutam pelo direito ao aborto enquanto a criança no ventre delas não tem o direito à vida.
Margareth não ponderou no fato de que foi o cristianismo quem resgatou a imagem da mulher na sociedade. A mulher segundo as Escrituras Sagradas é igual ao homem em essência, portanto em nada inferior ao mesmo perante Deus. As mulheres aparecem no Novo Testamento servindo a Deus com vigor, elogiadas pelos apóstolos (Rm.16.6,12), ainda que proibidas de exercer o ministério pastoral e presbiteral, pois o Senhor confiou ao homem a liderança familiar, social e religiosa desde os dias do Éden (Gn.2.18-25; 3.16-17; Sl.128; 1Co.11.2-16; 14.32-37; 1Tm.2.8-15). Contudo, isso não denigre a imagem da mulher. Cada qual recebeu de Deus seu papel social, e em obedecê-lo estaremos sendo fiéis ao Senhor. A mulher cristã é livre para ser ela mesma, ou seja, para viver aquilo para o qual ela foi criada. A mulher cristã tem o amor e proteção do marido que viverá para cuidar dela, buscando sua felicidade em Cristo, para a glória de Deus. No cristianismo o homem é modelo para toda a família, exemplo em maturidade, amor e sabedoria, conduzindo o lar por meio das Escrituras Sagradas. A liderança masculina, conforme a Palavra de Deus não é egoísta nem tirana nem autoritária, mas amorosa, firme, altruísta e capaz de guiar aqueles que estão sobre seus cuidados, por um bom caminho e para o bem de todos.
O que devemos fazer diante desse cenário conturbado? Combater o bom combate da fé (1Tm.1.18; 6.12). Há duas respostas da igreja à feminização: A primeira é não deixar que esse fenômeno entre no povo de Deus, não somente lutando contra o ministério pastoral feminino, mas, sobretudo, educando as “mais novas” para que “se casem, criem filhos” (1Tm.5.14) no temor do Senhor e sejam “sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada” (Tt.2.5). Uma igreja formada de mulheres cristãs maduras estará pronta para resistir às tentações impostas pelo feminismo. Todavia, não acaba aqui, pois como segunda resposta, é preciso que os homens sejam líderes conforme o ensino das Escrituras (Cl.3.19), guiando a família pelas Escrituras, protegendo o lar das influencias do mundo, lutando como valentes contra tudo que se levanta contra a Palavra de Deus (Jd.3; Tg.4.7). É necessário que os jovens sejam educados a assumir o papel de liderança com amor, firmeza e dedicação, buscando em Deus a sabedoria necessária para cumprir esse mandato divino. Onde há homens que lideram conforme o ensino da Palavra do Senhor, as mulheres descansam sossegadas, sabendo que há alguém que cuida de tudo por elas. Portanto, a igreja precisa de homens segundo as Escrituras e mulheres que busquem a vontade do Senhor. Somente assim, teremos uma sociedade melhor e pessoas felizes em Cristo Jesus.




[1] RAGO, Margareth. Feminizar é preciso: por uma cultura filógina. São Paulo: São Paulo em Perspectiva, vol.15 no.3 July/Sept. 2001

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