“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.” (Sl.51.10)
Há duas grandes dificuldades para os
corações. A primeira é reconhecer a glória de Deus, ou seja, o senhorio divino
sobre tudo e todos. A segunda é reconhecer a profunda miséria humana,
reconhecer que, na verdade, o homem não é senhor da própria vida. Por isso, o
evangelho ofende tão profundamente os ouvintes.
Ter uma religião, inclusive cristã, é
relativamente fácil para as pessoas. Em linhas gerais, a religião massageia o
ego do pecador, pois lhe dá a sensação de ser uma pessoa boa. Todos os
assassinos dos profetas, e até do próprio Filho de Deus, eram religiosos.
A grande diferença entre ser religioso e
ser verdadeiramente cristão, pode ser vista no salmo 51, um salmo de confissão
de Davi. O rei pecou contra Deus. E quando o profeta Natã o exortou através da
Palavra do Senhor, o Espírito Santo quebrantou profundamente o coração de Davi,
fazendo-o reconhecer sua miséria e dependência.
O salmo 51 é uma dupla confissão de Davi.
O rei reconhece seu pecado, na esperança de receber o perdão divino, pois
somente Deus é Justo e Justificador do pecador. Davi reconhece que seus cultos
e sacrifícios não poderiam livrá-lo de seus pecados, e nem mesmo a religião
poderia lhe garantir a salvação, pois somente “ao SENHOR pertence a salvação”
(Jn.2.9).
O segundo importante reconhecimento de
Davi é a incapacidade de se santificar. Mesmo perdoado de seus pecados, ele não
vê em si a esperança de viver uma vida santa. Somente Deus poderia transformar
seus pensamentos, purificar seu coração e lhe dar nova vida, um viver realmente
agradável aos olhos do Senhor. Assim, tanto a justificação quanto a
santificação somente poderiam ser adquiridas pela graça divina.
Portanto, não deixe que a religiosidade
engane você. Ainda hoje, pessoas matam e roubam em nome de religiões.
Denominações estão cheias de toda hipocrisia e fingimento, orgulho e vaidade,
injustiça e maldade. Ser cristão é ter a justiça de Cristo e a santificação do
Espírito; é ter um coração quebrantado, no qual Deus opera poderosamente pela
Palavra, transformando o pecador na imagem de Jesus (2Co.3.18).
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