“se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Rm.13.9)
Você
já viu o amor? Não é possível ver o amor, porque ele é uma virtude. Mas, é
possível ver um motorista parando em frente à faixa para um pedestre passar.
Todos os anos, muitos projetos de leis são apresentados para as Câmaras
municipais, estaduais e federal. Com certa frequência, até mesmo igreja criam
novas leis para emoldurar a denominação. Mas, porque olhamos para a sociedade e
não encontramos melhoras nas relações? Por que tantas leis? Porque onde não há
amor, é preciso haver leis.
Um
fenômeno social interessante nos ajuda a exemplificar a questão. O caxiense não
é modelo de respeito no trânsito. Muitos motoristas de Caxias do Sul, passariam
por cima de um pedestre sem nem olhar para trás. Para isso não acontecer,
existem os muitos semáforos e guardas de trânsito espalhados pelas ruas.
Todavia, há apenas 60 km de distância, existe uma cidade sem guardas de
trânsito e sem semáforos, e, mesmo assim, basta pisar na faixa de pedestre que
qualquer motorista para instantaneamente. A atmosfera turística cultural da
cidade, sem lei alguma, é capaz de exigir o respeito que todo motorista deveria
ter, e esse respeito é uma implicação do amor.
Portanto,
a grande necessidade da sociedade não é a criação de mais leis. As pessoas
estão mortas por dentro e estão apenas cheias de si mesmas. Até as denominações
cristãs estão se tornando um cemitério de rituais, por isso elas criam e
quebram suas próprias leis de acordo com a conveniência. Uma denominação rica e
cheia de leis, que exige o dízimo de todos os membros, tem uma dívida comigo,
mas depois de quatro meses nem mesmo deu satisfações, quanto mais aquilo que é
meu. Não é falta de leis, é falta de amor, afinal leis não foram feitas para
mortos, mas para vivos.
Por
essa razão, a maioria dos cristãos não servem, mas querem ser servidos; querem
ser procurados, mas não buscam o outro; reclamam de seus direitos, mas não
querem ter deveres; cobram que todas as suas vontades sejam feitas, mas
esquecem da vontade alheia; exigem dedicação do próximo, mas não abrem mão de
si mesmo. Quem ser valorizados, mas nem mesmo respeito o outro. E nesses
trancos e barrancos, criam mais leis incapazes de dar vida aos mortos.
O
amor não pode ser visto nem ouvido, mas suas obras são belíssimas. Ele não
encontra-se em poemas ou canções, mas se faz ouvir por toda a terra no silêncio
de um Santo Homem Puro crucificado por pecadores. Contudo, não pense que o amor
encontra-se em grandes coisas apenas. São as pequenas atitudes diárias que
tornam o amor parte da vida social. Sãos gestos, tantas vezes, imperceptíveis
que fazem o amor divino ser conhecido.
Portanto,
não procure o amor nos jovens apaixonados, mas nos velhos que lutaram a vida
toda e permaneceram firmes. O amor pode ser visto num pai que acorda cedo para
dar comida para seus filhos; o amor se revela em alguém que se esforça para não
deixar outras pessoas esperando; o amor se manifesta no prazer em servir uma
janta aos amigos; o amor se mostra na dedicação de um cristão oferecendo seu
melhor aos irmãos.
A sociedade não precisa de mais leis. Ela precisa de uma única coisa: AMOR, “porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl.5.14). Pois, enquanto cada um estiver lutando apenas por si mesmo, enquanto cada pessoa buscar apenas os seus interesses, enquanto você achar que o mundo gira a seu redor, nem mesmo todas as leis que o homem possa criar serão suficientes para dar vida às relações sociais.
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