“sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1Co.1.10)
O
que é comunhão?
Não
é estar em um mesmo lugar, apenas. Pessoas podem conviver em um mesmo ambiente,
por pouco ou muito tempo, e não ter comunhão. Isso costuma acontecer com
prédios residenciais em que os moradores dividem a mesma construção, mas nem
mesmo se conhecem direito.
Então,
o que é comunhão?
Comunhão
é ter uma vida em comum (At.2.42-47). Segundo o apóstolo Paulo, a comunhão da
igreja se expressa em sua unidade, pois “conquanto muitos, somos um só corpo
em Cristo e membros uns dos outros” (Rm.12.5), pois “há somente um corpo
e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;
há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é
sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef.4.4-6).
Portanto,
comunhão é ter o mesmo Espírito, o Espírito de Deus, operando em você e em mim
(1Co.3.16). É ter a mesma esperança, a esperança da vida eterna, certos de que
“estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts.4.17). É perseverar na mesma
doutrina, “a doutrina dos apóstolos” (At.2.42), por meio da qual podemos
nos exortar e confortar mutuamente (Hb.3.13), “de modo que penseis a mesma coisa,
tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento”
(Fp.2.2).
Logo,
essa unidade não deve ser apenas teórica nem mesmo de caráter unicamente simbólico,
lembrada somente na celebração da Ceia do Senhor. A comunhão da igreja diz
respeito ao viver uma vida em comum, a vida cristã, como uma grande família, a
família de Deus (Ef.2.19), na qual Deus opera seu gracioso querer e é
glorificado perante o mundo. O culto deve ser o momento em que todos se unem
para professar verdadeira comunhão, adorando em só coração e uma só mente
Àquele que nos uniu pelo precioso sangue de Seu Filho, o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo (1Pe.1.19), a fim de sermos o povo de Deus (1Pe.2.9).
A
comunhão da igreja, então, deve ser constante e prática. Significa que você
deve falar sempre a verdade para os irmãos, mesmo que doa, com o propósito de
preservar a unidade na Palavra de Deus. Você deve cultivar a comunhão por meio do
amor abnegado, fazendo tudo o que for possível para abençoar cada irmão. A
verdade e o amor são alicerces fundamentais para a preservação da comunhão do
Corpo de Cristo, pois Deus, que nos une, é Verdade e Amor, e nEle jamais haverá
qualquer engano.
Por
isso, a comunhão da igreja é também uma separação do mundo, pois “Ele nos
libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor” (Cl.1.13). Logo, é necessário abandonar as obras da carne
(Gl.5.19-21), de modo que, “deixando a mentira, fale cada um a verdade com o
seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef.4.25). A vida comum
da igreja é uma nova vida, um novo relacionamento proporcionado por Deus.
Portanto,
a comunhão da igreja é sempre boa, pois tudo que é feito dentro do Corpo de
Cristo deve vir do próprio Cristo que nos deu seu Santo Espírito para nos guiar
em toda Verdade (Jo.16.13). Por essa razão, o apóstolo Paulo exorta todas as
igrejas a viverem no amor de Deus. Então, cultive a santa comunhão por meio de
um viver abnegado, transparente e verdadeiro com cada irmão. Tenha o mesmo
propósito de edificar a igreja e glorificar a Cristo. Faça de sua vida um
instrumento para abençoar. Sempre que possível, abra mão de suas vontades para
abençoar os irmãos. Esforce-se para estar junto, para ajudar, para servir, para
abençoar. Seja instrumento para a edificação, correção, fortalecimento e
conforto de cada irmão.
E
sempre que você perceber que algo ruim quer aparecer para destruir a comunhão
da igreja, aja com firmeza e rapidez. Se homens maus aparecessem em sua casa
para ameaçar sua família, você reagiria com prontidão, expulsando-os da forma
necessária, para não deixar o mal entrar em sua casa. Então, não deixe que o
pecado de seu coração destrua a comunhão, como diz o apóstolo: “Não nos
deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos
outros” (Gl.5.26). Nem deixe que outras pessoas, “que vos perturbam e
querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl.1.7), transtornem a igreja,
pois tudo o que o diabo quer é destruir o Corpo de Cristo (Ap.13).
Se
você quiser testar a amplitude de sua comunhão com a igreja, veja o quanto você
se preocupa com ela e está disposto a dar sua vida por ela, pois “ninguém
tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus
amigos” (Jo.15.13). Sabemos que a comunhão dos irmãos é real e profunda
quando um cristão é capaz de dizer a verdade para o outro, mesmo que não seja
agradável, exortando para a edificação, corrigindo para a salvação e se
esforçando para ajudar cada irmão a andar fielmente com Jesus (Tg.5.20), em
amor. Afinal, se você não é capaz de me dizer a Verdade que me salva, então
você ama mais a si do que a mim.
E,
por fim, bem alicerçado na Palavra de Deus, pois a igreja é “coluna e
baluarte da verdade” (1Tm.3.15), “tende amor intenso uns para com os
outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pe.4.8). O amor é sempre
bom e tem sua expressão máxima no sacrifício de si mesmo. Qualquer bom pai ou
mãe se sacrificaria para dar vida a seus filhos. Isso é amor! E todas as
pessoas sabem disso. Então, é esse o amor que Cristo espera da comunhão da
igreja, pois foi esse o amor que Ele manifestou a todos nós na cruz do
Calvário, e é esse mesmo amor que Ele mandou que tivéssemos uns pelos outros: “Novo
mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que
também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo.13.34-35).
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