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quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

O que é comunhão?

 


sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer” (1Co.1.10)

 

O que é comunhão?

Não é estar em um mesmo lugar, apenas. Pessoas podem conviver em um mesmo ambiente, por pouco ou muito tempo, e não ter comunhão. Isso costuma acontecer com prédios residenciais em que os moradores dividem a mesma construção, mas nem mesmo se conhecem direito.

 

Então, o que é comunhão?

Comunhão é ter uma vida em comum (At.2.42-47). Segundo o apóstolo Paulo, a comunhão da igreja se expressa em sua unidade, pois “conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros” (Rm.12.5), pois “há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef.4.4-6).

 

Portanto, comunhão é ter o mesmo Espírito, o Espírito de Deus, operando em você e em mim (1Co.3.16). É ter a mesma esperança, a esperança da vida eterna, certos de que “estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts.4.17). É perseverar na mesma doutrina, “a doutrina dos apóstolos” (At.2.42), por meio da qual podemos nos exortar e confortar mutuamente (Hb.3.13), “de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento” (Fp.2.2).

 

Logo, essa unidade não deve ser apenas teórica nem mesmo de caráter unicamente simbólico, lembrada somente na celebração da Ceia do Senhor. A comunhão da igreja diz respeito ao viver uma vida em comum, a vida cristã, como uma grande família, a família de Deus (Ef.2.19), na qual Deus opera seu gracioso querer e é glorificado perante o mundo. O culto deve ser o momento em que todos se unem para professar verdadeira comunhão, adorando em só coração e uma só mente Àquele que nos uniu pelo precioso sangue de Seu Filho, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (1Pe.1.19), a fim de sermos o povo de Deus (1Pe.2.9).

 

A comunhão da igreja, então, deve ser constante e prática. Significa que você deve falar sempre a verdade para os irmãos, mesmo que doa, com o propósito de preservar a unidade na Palavra de Deus. Você deve cultivar a comunhão por meio do amor abnegado, fazendo tudo o que for possível para abençoar cada irmão. A verdade e o amor são alicerces fundamentais para a preservação da comunhão do Corpo de Cristo, pois Deus, que nos une, é Verdade e Amor, e nEle jamais haverá qualquer engano.

 

Por isso, a comunhão da igreja é também uma separação do mundo, pois “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl.1.13). Logo, é necessário abandonar as obras da carne (Gl.5.19-21), de modo que, “deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros” (Ef.4.25). A vida comum da igreja é uma nova vida, um novo relacionamento proporcionado por Deus.

 

Portanto, a comunhão da igreja é sempre boa, pois tudo que é feito dentro do Corpo de Cristo deve vir do próprio Cristo que nos deu seu Santo Espírito para nos guiar em toda Verdade (Jo.16.13). Por essa razão, o apóstolo Paulo exorta todas as igrejas a viverem no amor de Deus. Então, cultive a santa comunhão por meio de um viver abnegado, transparente e verdadeiro com cada irmão. Tenha o mesmo propósito de edificar a igreja e glorificar a Cristo. Faça de sua vida um instrumento para abençoar. Sempre que possível, abra mão de suas vontades para abençoar os irmãos. Esforce-se para estar junto, para ajudar, para servir, para abençoar. Seja instrumento para a edificação, correção, fortalecimento e conforto de cada irmão.

 

E sempre que você perceber que algo ruim quer aparecer para destruir a comunhão da igreja, aja com firmeza e rapidez. Se homens maus aparecessem em sua casa para ameaçar sua família, você reagiria com prontidão, expulsando-os da forma necessária, para não deixar o mal entrar em sua casa. Então, não deixe que o pecado de seu coração destrua a comunhão, como diz o apóstolo: “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl.5.26). Nem deixe que outras pessoas, “que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl.1.7), transtornem a igreja, pois tudo o que o diabo quer é destruir o Corpo de Cristo (Ap.13).

 

Se você quiser testar a amplitude de sua comunhão com a igreja, veja o quanto você se preocupa com ela e está disposto a dar sua vida por ela, pois “ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo.15.13). Sabemos que a comunhão dos irmãos é real e profunda quando um cristão é capaz de dizer a verdade para o outro, mesmo que não seja agradável, exortando para a edificação, corrigindo para a salvação e se esforçando para ajudar cada irmão a andar fielmente com Jesus (Tg.5.20), em amor. Afinal, se você não é capaz de me dizer a Verdade que me salva, então você ama mais a si do que a mim.

 

E, por fim, bem alicerçado na Palavra de Deus, pois a igreja é “coluna e baluarte da verdade” (1Tm.3.15), “tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados” (1Pe.4.8). O amor é sempre bom e tem sua expressão máxima no sacrifício de si mesmo. Qualquer bom pai ou mãe se sacrificaria para dar vida a seus filhos. Isso é amor! E todas as pessoas sabem disso. Então, é esse o amor que Cristo espera da comunhão da igreja, pois foi esse o amor que Ele manifestou a todos nós na cruz do Calvário, e é esse mesmo amor que Ele mandou que tivéssemos uns pelos outros: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo.13.34-35).

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