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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

É preciso confiar

Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade” (Sl.37.3)

Confiança é uma palavra difícil. O pecado tornou o homem não confiável, ou seja, que muitas vezes falha em seus relacionamentos e compromissos. E, também, alguém extremamente desconfiado de tudo e todos, incluindo de Deus. Praticamente, podemos dizer que o homem só confia em si mesmo e naquilo que ele mesmo planeja ou pode experimentar por seus olhos, sua boca, seu nariz, suas mãos e seus ouvidos.

O homem confia em seus próprios sentidos. Se ele vê, então acredita; se ele houve, então mostra convicção; se ele toca, então confia. Assim, o homem não consegue crer e confiar naquilo que não possa provar pelos sentidos nem possa garantir com suas próprias forças. O homem tem uma necessidade de achar-se no controle da própria vida, a fim de que possa sentir-se tranquilo. Assim, quando tudo foge dessa sensação de controle, as pessoas ficam bastante apreensivas. Confiança, então, é uma palavra muito difícil de ser posta em prática para o ser humano pecador.

A ansiedade é um problema decorrente da falta de confiança naquilo que não se pode perceber pelos sentidos. A paz do coração pecador está intimamente relacionada a essa necessidade de “ver para crer”. Quando tudo está bem; quando há dinheiro nas mãos; quando há comida na despensa; quando o trabalho está progredindo; quando a família está em harmonia; quando aquilo que se deseja é alcançado, então o coração do homem consegue “descansar em paz” vendo que tudo parece estar debaixo de seu controle, tudo está como ele gostaria que estivesse.

Portanto, promessas não são suficientes para apaziguar o coração ansioso do ser humano. Promessas não podem ser vistas nem tocadas pelo homem. Promessas não podem ser controladas por aqueles que as recebem, pois dependem completamente, e somente, daqueles que fizeram tais promessas. Por isso, em sua incredulidade, o pecador não consegue confiar e descansar em promessas. É o que acontece com os filhos que recebem promessas de seus pais, mas, mesmo conhecendo-os, continuam ansiosos até o cumprimento das promessas feitas.

AS PROMESSAS DE DEUS ACALMAM SEU CORAÇÃO? VOCÊ DESCANSA A MENTE NAS PROMESSAS DO SENHOR? É imperativo que o povo de Deus confie nas promessas do Criador (Fp.4.4-7). Não é por acaso que somos conduzidos para situações difíceis de privação e para problemas os quais não somos capazes de solucionar. Deus quer que sua amada igreja aprenda a confiar totalmente nEle, principalmente quando nada parece favorecer o cumprimento das promessas do Senhor.

Após a libertação do Egito, Deus conduziu o povo de Israel pelo deserto para ver se os israelitas confiariam nEle e o obedeceriam (Dt.8.1-6). Eles receberiam do céu, diariamente, a comida necessária para as famílias, tendo que confiar que o Senhor mandaria no dia seguinte o mesmo alimento (Ex.16), até que entrassem na terra prometida. Não havia conta em banco nem despensa nem celeiros nem aposentadoria. A Palavra de Deus era a única garantia de que não faltaria o sustento para o povo (Sl.37). Eles deveriam aprender a confiar no Senhor.

Davi também precisou aprender a confiar em Deus, pois foi conduzido, diversas vezes, ao “vale da sombra da morte” (Sl.23.4), onde só as promessas do Senhor lhe dariam a certeza de que Deus estaria com ele para o proteger. Se Davi não confiasse no Senhor se desesperaria diante de tantas lutas que precisou travar contra adversários demasiadamente numerosos (Sl.18). Após ter sido ungido para ser o rei de Israel (1Sm.16.13), Davi foi perseguido incansavelmente por Saul que intentava mata-lo. Davi, então, lançava-se diante do Senhor segurando-se nas promessas de Deus, pois o Senhor não poderia falhar (Sl.52.8-9).

O mesmo ocorreu com os apóstolos que receberam de Cristo a promessa de que sempre estaria com eles (Mt.28.20) e que o Espírito de Deus habitaria neles capacitando-os a fazerem a vontade do Senhor (Jo.14.16; At.1.8). Eles passaram por inúmeras e profundas tribulações (2Co.11.23-28) e diversas vezes foram postos em situações extremas (2Tm.4.16). Em tudo isso, precisaram aprender a confiar em Deus para descansarem no Senhor (2Co12.9; Fp.4.11), conservando o coração e a mente com a paz de Cristo que excede todo o entendimento (Fp.4.6-7).

É preciso confiar em Deus, principalmente quando nada contribui para isso. A paz do Senhor não deve ser associada a condições favoráveis, pois ela não depende de circunstâncias. A paz do Senhor provém da plena confiança em Deus, a despeito de todas as mais intensas aflições que venham acometer o cristão. Foi essa confiança nas promessas do Senhor que confortou e moveu o povo de Deus de todas as gerações diante das mais profundas tribulações (Hb.11), fazendo-os perseverarem na fé. Sem tal confiança, nenhum deles teria suportado as aflições que lhes sobrevieram nem se mantido firmes na jornada proposta por Deus a eles.

Portanto, para seu coração e sua mente ficarem em paz, você não precisa que a vida melhore, mas que sua alma confie plenamente nas promessas de Deus reveladas em Sua Palavra (Ap.21.1-7). Essa confiança gera a plena convicção de que não importa o que aconteça, Deus, o Criador, o ama (Rm.5.8), está no total controle de tudo (Rm.11.33-36) e para sempre se colocará ao seu lado (1Pe.5.7). Logo, que mais é necessário (Rm.8.31-39)? Se Deus garante sua graciosa presença conosco até, e principalmente, nos mais profundos abismos em que nos encontrarmos, então nosso coração poderá descansar em paz, na certeza de que não importa quão adversa seja a situação, ela é exatamente o lugar em que devemos estar para glorificarmos o nome do Senhor através do exercício da plena confiança em Deus.

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