“Confia
no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade” (Sl.37.3)
Confiança é uma palavra difícil. O
pecado tornou o homem não confiável, ou seja, que muitas vezes falha em seus
relacionamentos e compromissos. E, também, alguém extremamente desconfiado de
tudo e todos, incluindo de Deus. Praticamente, podemos dizer que o homem só
confia em si mesmo e naquilo que ele mesmo planeja ou pode experimentar por
seus olhos, sua boca, seu nariz, suas mãos e seus ouvidos.
O homem confia em seus próprios
sentidos. Se ele vê, então acredita; se ele houve, então mostra convicção; se
ele toca, então confia. Assim, o homem não consegue crer e confiar naquilo que
não possa provar pelos sentidos nem possa garantir com suas próprias forças. O
homem tem uma necessidade de achar-se no controle da própria vida, a fim de que
possa sentir-se tranquilo. Assim, quando tudo foge dessa sensação de controle,
as pessoas ficam bastante apreensivas. Confiança, então, é uma palavra muito
difícil de ser posta em prática para o ser humano pecador.
A ansiedade é um problema
decorrente da falta de confiança naquilo que não se pode perceber pelos
sentidos. A paz do coração pecador está intimamente relacionada a essa
necessidade de “ver para crer”. Quando tudo está bem; quando há dinheiro nas
mãos; quando há comida na despensa; quando o trabalho está progredindo; quando
a família está em harmonia; quando aquilo que se deseja é alcançado, então o
coração do homem consegue “descansar em paz” vendo que tudo parece estar
debaixo de seu controle, tudo está como ele gostaria que estivesse.
Portanto, promessas não são suficientes
para apaziguar o coração ansioso do ser humano. Promessas não podem ser vistas
nem tocadas pelo homem. Promessas não podem ser controladas por aqueles que as
recebem, pois dependem completamente, e somente, daqueles que fizeram tais
promessas. Por isso, em sua incredulidade, o pecador não consegue confiar e
descansar em promessas. É o que acontece com os filhos que recebem promessas de
seus pais, mas, mesmo conhecendo-os, continuam ansiosos até o cumprimento das
promessas feitas.
AS PROMESSAS DE DEUS ACALMAM
SEU CORAÇÃO? VOCÊ DESCANSA A MENTE NAS PROMESSAS DO SENHOR? É imperativo
que o povo de Deus confie nas promessas do Criador (Fp.4.4-7). Não é por acaso
que somos conduzidos para situações difíceis de privação e para problemas os quais
não somos capazes de solucionar. Deus quer que sua amada igreja aprenda a
confiar totalmente nEle, principalmente quando nada parece favorecer o
cumprimento das promessas do Senhor.
Após a libertação do Egito, Deus
conduziu o povo de Israel pelo deserto para ver se os israelitas confiariam nEle
e o obedeceriam (Dt.8.1-6). Eles receberiam do céu, diariamente, a comida
necessária para as famílias, tendo que confiar que o Senhor mandaria no dia
seguinte o mesmo alimento (Ex.16), até que entrassem na terra prometida. Não
havia conta em banco nem despensa nem celeiros nem aposentadoria. A Palavra de
Deus era a única garantia de que não faltaria o sustento para o povo (Sl.37). Eles
deveriam aprender a confiar no Senhor.
Davi também precisou aprender a
confiar em Deus, pois foi conduzido, diversas vezes, ao “vale da sombra da morte”
(Sl.23.4), onde só as promessas do Senhor lhe dariam a certeza de que Deus
estaria com ele para o proteger. Se Davi não confiasse no Senhor se desesperaria
diante de tantas lutas que precisou travar contra adversários demasiadamente
numerosos (Sl.18). Após ter sido ungido para ser o rei de Israel (1Sm.16.13),
Davi foi perseguido incansavelmente por Saul que intentava mata-lo. Davi, então,
lançava-se diante do Senhor segurando-se nas promessas de Deus, pois o Senhor não
poderia falhar (Sl.52.8-9).
O mesmo ocorreu com os apóstolos
que receberam de Cristo a promessa de que sempre estaria com eles (Mt.28.20) e
que o Espírito de Deus habitaria neles capacitando-os a fazerem a vontade do
Senhor (Jo.14.16; At.1.8). Eles passaram por inúmeras e profundas tribulações
(2Co.11.23-28) e diversas vezes foram postos em situações extremas (2Tm.4.16). Em
tudo isso, precisaram aprender a confiar em Deus para descansarem no Senhor (2Co12.9;
Fp.4.11), conservando o coração e a mente com a paz de Cristo que excede todo o
entendimento (Fp.4.6-7).
É preciso confiar em Deus,
principalmente quando nada contribui para isso. A paz do Senhor não deve ser
associada a condições favoráveis, pois ela não depende de circunstâncias. A paz
do Senhor provém da plena confiança em Deus, a despeito de todas as mais
intensas aflições que venham acometer o cristão. Foi essa confiança nas
promessas do Senhor que confortou e moveu o povo de Deus de todas as gerações
diante das mais profundas tribulações (Hb.11), fazendo-os perseverarem na fé. Sem
tal confiança, nenhum deles teria suportado as aflições que lhes sobrevieram nem
se mantido firmes na jornada proposta por Deus a eles.
Portanto, para seu coração e sua
mente ficarem em paz, você não precisa que a vida melhore, mas que sua alma confie
plenamente nas promessas de Deus reveladas em Sua Palavra (Ap.21.1-7). Essa
confiança gera a plena convicção de que não importa o que aconteça, Deus, o Criador,
o ama (Rm.5.8), está no total controle de tudo (Rm.11.33-36) e para sempre se colocará
ao seu lado (1Pe.5.7). Logo, que mais é necessário (Rm.8.31-39)? Se Deus
garante sua graciosa presença conosco até, e principalmente, nos mais profundos
abismos em que nos encontrarmos, então nosso coração poderá descansar em paz,
na certeza de que não importa quão adversa seja a situação, ela é exatamente o
lugar em que devemos estar para glorificarmos o nome do Senhor através do exercício
da plena confiança em Deus.
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