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domingo, 1 de dezembro de 2019

Os dois braços da igreja

Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef.6.17-18)

Podemos fazer muitas coisas com um braço, e com dois chegamos mais longe do que se pode imaginar. Podemos desenvolver diversos trabalhos com um braço, e com dois construímos uma sociedade inteira. Com os dois braços que o Senhor nos deu, somos capazes de ir mais longe e produzir muito mais. Com um braço podemos lutar bravamente contra os adversários, mas com os dois braços estamos completos e prontos tanto para atacar quanto para se defender.

Deus concedeu à igreja dois importantes braços, pelos quais ela deve realizar a vontade do Senhor: ESCRITURA e ORAÇÃO. Por meio desses dois braços, a igreja do Senhor Jesus tem servido e lutado, tem crescido e amadurecido ao longo de seus dois mil anos de história. Através desses dois braços, a igreja vive uma relação completa, na plena dependência de Deus, falando e ouvindo ao Senhor.

Não deveríamos, em hipótese alguma, pensar que um braço é mais importante que o outro. A Palavra de Deus é a voz do Senhor ecoando poderosa a todos que podem ouvi-la, dirigindo a igreja conforme sua santa vontade. Enquanto isso, a oração é o meio gracioso de Deus pela qual os filhos mantêm comunhão com o Pai e podem testemunhar a manifestação da ação divina no meio de seu povo. Esses dois braços da igreja são fundamentais e devem sempre andar juntos. Quando se prioriza apenas um dos braços, a igreja torna-se deficiente e sofre o prejuízo da limitação decorrente disso.

Em Efésios 6.10-20, o apóstolo Paulo ensina a igreja a lutar contra principados e potestades fazendo uso da Verdade, que é a Palavra de Deus, como instrumento de ataque e defesa, mantendo uma vida de oração pela qual Deus opera no meio de sua igreja em seu favor. No versículo 19, Paulo pede aos irmãos que orem para que “seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho” (Ef.6.19).

Podemos dizer que estudar a Escritura Sagrada sem uma vida de oração é tornar a Palavra de Deus em um livro qualquer, um livro comum. A presença da oração como parte da vida de meditação na Escritura Sagrada é fundamental para que o cristã receba entendimento do Senhor, a fim de que aplique à própria vida tudo aquilo que compreende da Bíblia (Cl.1.9). Além disso, se a leitura da Palavra de Deus não estiver movendo o coração do cristão a uma vida de comunhão com Cristo por meio da oração, então a voz do Senhor não está ecoando para o coração.

Também devemos considerar que sem o necessário entendimento de quem é Deus com que se fala; de quem é Cristo por meio do qual se achega a Deus; de quem é o Espírito Santo que age na vida do cristão conduzindo-o à intimidade com Deus; e de quem é o próprio cristão que recebeu a graça para se achegar à presença do Criador, toda oração será superficial e vazia, como palavras lançadas ao ar.

Escritura e oração sempre andam unidas como dois braços trabalhando juntos. Oração sem conhecimento da Palavra de Deus levará ao misticismo e às crendices. Enquanto estudo da Escritura Sagrada sem uma devida vida de oração conduzirá o homem ao academicismo orgulhoso e infrutífero. Somente juntas, Escritura e oração, proporcionarão ao cristão uma caminhada saudável com Deus, de conhecimento e plena dependência do Senhor.

Portanto, não separe a Palavra de Deus de uma vida de oração. Leia a Bíblia, participe da Escola Bíblica Dominical, estude a Escritura Sagrada e leia livros que o ajudem a compreender a Palavra do Senhor. Todavia, não esqueça de orar em todo tempo, tanto sozinho em casa quanto junto à igreja de Jesus. Participe das reuniões de oração e vá às vigílias de oração. Desse modo, você não apenas terá conhecimento sobre quem é Deus, mas, também, andará com o Senhor, assim como Enoque andou (Gn.5.24).

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