“Levanta-te,
SENHOR; não prevaleça o mortal. Sejam as nações julgadas na tua presença. Infunde-lhes,
SENHOR, o medo; saibam as nações que não passam de mortais.”
(Sl.9.19-20)
Há várias causas para o elevado número de pessoas com
depressão em nossos dias. Uma dessas causas é a falta de esperança diante dos
problemas da vida, unido ao amor demasiado a si mesmo. Mas, é possível uma
pessoa ter alegria e esperança no coração em dias maus? Agradecer a Deus e
louvá-lo mesmo diante de sofrimentos? Sim! Pois, a segurança daquele que teme
ao Senhor encontra-se na justiça do Rei de toda a Terra. O Salmo 9 nos revela que
Davi esperava em Deus e nEle punha sua confiança mesmo em dias maus quando seus
inimigos pareciam prevalecer.
A nobreza de Davi não se encontrava em sua realeza, mas em
sua plena confiança no Reinado do SENHOR, o Deus de toda a Terra. Ele tinha
valentes em sua guarda pessoal e um grande exército a seu dispor, mas sua
segurança estava no poder e justiça de Deus que “permanece no seu trono
eternamente” e “julga o mundo com justiça; administra os povos com retidão”
(Sl.9.7,8). Portanto, Davi não olhava para si mesmo nem confiava em sua força;
ele não vivia para si mesmo nem olhava apenas para as circunstâncias a seu
redor. Por essa razão, Davi encontrava ânimo, esperança, força e alegria mesmo
nos piores dias de sua vida, pois seus olhos estavam sempre fitos em Deus, sua
rocha e fortaleza.
Com o coração em Deus, Davi encontrava razões de sobra para
glorificar o Senhor, oferecendo graças e louvores ao Criador; firmado sobre a
rocha, Davi esperava naquele que é “refúgio e fortaleza, socorro bem presente
na tribulação” (Sl.46.1). Com esta confiança, Davi venceu Golias e muitos
outros adversários e aguardava pacientemente o dia do Senhor quando este traria
juízo sobre os inimigos de Deus e plena salvação para todos os que esperavam a redenção
de Israel.
A confiança e a esperança em Deus são características
fortemente presentes nos salmos de Davi. Boa parte de seus 73 salmos revelam as
muitas aflições a que sujeitaram o ungido do Senhor. Seu clamor, em grande
medida, prefigurou o sofrimento de Cristo que se humilhou e se sujeitou a este
mundo para ser nosso redentor. Assim como Davi, Jesus era odiado por muitos de
sua geração; e semelhante ao filho de Jessé, Cristo teve que lutar contra
muitos adversários para trazer paz sobre o povo de Deus.
Mas, não apenas o sofrimento davídico tipificava as
angústias do servo sofredor (Is.53). A confiança daquele servo de Deus, também,
nos remete à firmeza de Cristo que viveu para dar glórias ao Pai (Sl.9.11; Jo.4.34).
Em suas orações, Jesus sempre dava graças a Deus (Mt.11.5; 15.36; 26.27; Jo.6.11;
11.41) e mesmo diante de seus inimigos, Ele esteve pronto para perdoar (2Sm.19.16-23//Lc.23.34).
Sua alegria era fazer a vontade do Pai (Jo.5.30) mesmo quando esta o colocou em
aperto diante de seus adversários (Mc.14.36), pois sabia que do Senhor é “o
reino, o poder e a glória para sempre” (Mt.6.13), “porque Tu, SENHOR, não
desamparas os que Te buscam” (Sl.9.10).
Tal confiança e alegria no Senhor, mesmo em dias maus,
provêm do Espírito de Deus que habita em seu povo. Jesus foi cheio do Espírito
do Senhor (Lc.4.1) e nos deu de Seu Espírito para que sejamos cheios, também
(Jo.20.22; At.4.8; Ef.5.18). Por isso, os apóstolos louvavam a Deus mesmo em
cadeias (At.16.25) e não desistiram da fiel pregação da Escritura mesmo diante
das muitas ameaças sofridas (At.5.40-42). E quando se viam diante das muitas
ameaças do mundo ao redor, a igreja clamava a Deus, confiante, pois sua
segurança estava no governo do Senhor da glória (At.4.29). Desta forma, a
igreja seguia, corajosamente, pregando o Evangelho da graça de Cristo Jesus
(At.4.31).
Jesus é nossa rocha sobre a qual firmamos nossa fé
(1Co.10.4); Ele é nosso Rei eterno que governa o mundo com “cetro de ferro”
(Sl.2.9); Cristo é nosso resgatador que nos livrou do império das trevas
(Cl.1.13); Ele é o Senhor de tudo que fará separação entre as ovelhas e os
bodes, a fim de que seu povo tenha paz eterna (Mt.25.31-46). Pois, em Jesus,
Deus manifestará tanto sua poderosa e graciosa salvação quanto seu justo e
santo juízo, para que em tudo o Senhor seja glorificado (Sl.9.19-20). Diante
disso, espere nEle com perseverança, alegria e esperança; e “não vos vingueis a
vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence
a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm.12.19)!
Mantenha seu olhar fito sobre Cristo, então, em dias maus,
você encontrará, nEle, ânimo e alegria, força e sabedoria para enfrentar as
adversidades sem se abalar. Lembre-se que o Senhor é o juiz de toda a Terra e “fará
Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça
demorado em defendê-los” (L.c.18.7). Aguarde em Jesus, pois Deus não desamparará
seu povo jamais, então “regozijai-vos na esperança, sede pacientes na
tribulação, na oração, perseverantes” (Rm.12.12).
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