“O SENHOR é rei eterno: da sua terra somem-se
as nações. Tens ouvido, SENHOR, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o
coração e lhes acudirás, para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de
que o homem, que é da terra, já não infunda terror.” (Sl.10.16-18)
Há dias em que temos a sensação de que tudo está perdido,
não há mais solução. Você olha para um lado e vê a política nacional submersa
em corrupção; olha para o outro e se depara com a cultura da ignorância, tão
imoral e vazia. Então, tenta desviar o olhar de ambas e se depara com a ciência
caminhando qual cego diante de uma linda paisagem, pois “o perverso, na sua
soberba, não investiga; que não há Deus são todas as suas cogitações”
(Sl.10.4).
Contudo, não é o fim para quem conhece a Cristo. Mesmo
diante de períodos tão caóticos, o cristão deve ter esperança como o autor do
Salmo 10. Tudo estava muito ruim e a maior parte do Salmo é dedicada a
descrever os problemas daqueles dias. Durante a leitura do Salmo, temos a
impressão que o autor está sem esperança e que o mal havia dominado sobre tudo,
sem haver mais quem pudesse livrar os justos das mãos dos ímpios. Todavia,
mesmo diante de tamanho problema, o Salmista clama a Deus por auxílio e justiça,
então seu coração encontra, nEle, consolo, relembrando o Reinado sempre eterno
do Senhor dos senhores e Rei dos reis.
Cristo também sofreu a sua geração. Por onde Ele andou
encontrou incredulidade, dureza de coração e maldade. Por ser justo, muitos o
perseguiram até a morte; por amar a Deus, pessoas o humilharam e maltrataram;
por ser o Filho de Deus, sua geração o desprezou e não fez caso de seu ensino.
Então, “Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei
convosco? Até quando vos sofrerei?” (Mt.17.17). A perplexidade do salmista
diante da perversidade de sua geração assemelha-se ao espanto de Jesus por
causa da dureza de coração encontrada em seus dias.
Todavia, Jesus não apenas veio contemplar a maldade do
homem, mas trazer a justificação de Deus para seu povo. Ele é o “Rei eterno”
(Sl.10.16), que socorre os humildes (Mt.11.28) e fortalece o coração dos que
esperam em Deus (Jo.14-17). Ele é a justiça de seu povo (Rm.5.1) e o vingador
que há de julgar o mundo com retidão e defender os mansos (Ap.12.5; 19.15).
Ele, portanto, é a viva esperança que o salmista aguardava ver; a resposta a
todas as orações dos aflitos vilipendiados pelos ímpios; a perfeita intervenção
divina em favor de seu povo que dia a noite clama por socorro diante de um
mundo que jaz no maligno (Ap.6.9-11).
Portanto, devemos lembrar, no dia a dia, que antes de Jesus
ser nosso amado amigo e Senhor, Ele foi, e sempre será, nosso auxílio, socorro
e libertador (Rm.5.8; Cl.1.13; Hb.4.16). Assim como o salmista, também temos a
impressão que o mundo está tomado pela maldade de tal forma que não parece mais
haver solução. Mas, se por um momento olharmos para o Senhor da glória, o Deus
da criação, o redentor do pecador, então contemplaremos seus atos redentores
operados no decurso dos séculos, a fim de conduzir o homem ao único e perfeito
salvador, o restaurador de toda a criação: Jesus (Rm.8).
Foi exatamente isso que Jesus fez, já próximo de sua
crucificação (Mt.26.39). Ele contemplou a glória do Pai e descansou diante de
sua perfeita vontade, certo de que assim como Ele havia glorificado a Deus por
meio de suas obras, também o Pai o glorificaria por meio da vitória na cruz (Jo.17).
De forma semelhante, tenha seus olhos sempre fitos em Cristo, a fim de que,
nEle, seu coração encontre esperança e forças para continuar a jornada proposta
por Deus, pois, mesmo que pareça demorado (Lc.18.7), Ele jamais nos deixará, e “vem,
vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, consoante a sua
fidelidade” (Sl.96.13).
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