“Próxima está a sua salvação dos
que o temem, para que a glória assista em nossa terra.” (Sl.85.9)
Por
mais orgulhoso que seja o homem, as tribulações da vida comprovam sua fraqueza
e dependência. Mas, quando este resolve prostrar-se humildemente diante do
Senhor, encontra nas misericórdias de Deus socorro bem presente nas horas de
aflição, salvação para sua alma e glorificação para o bondoso Redentor.
Com
essa imensurável graça, Deus acudiu Adão e Eva após a transgressão da Lei do
Senhor (Gn.3). Banidos do jardim, mas não lançados para fora da presença de
Deus, o homem e a mulher encontraram esperança no Senhor, pois a graça de Deus superabundou
diante do pecado deles, prometendo-lhes redenção futura e cobrindo a nudez que
expunha a transgressão cometida (Gn.3.15,21).
Naquele
dia, Adão e Eva conheceram a amplitude do amor de Deus e a profundidade da
misericórdia do Senhor. Ainda no Éden, eles viviam cercados pela sabedoria de
Deus expressa em sua criação; adornados pela bondosa providência do Criador manifesta
em todo sustento e satisfação. Porém, somente vieram a conhecer a imensurável
beleza do amor de Deus por meio da manifestação da grandeza da misericórdia do
Senhor, que lhes fora dispensada quando se viram merecedores de todo castigo.
Deus
não desamparou aqueles que ele amou. Como filhos desobedientes, Adão e Eva
foram castigados e como filhos amados receberam o auxílio em tempo oportuno.
Então, com a promessa de redenção vívida no coração, Eva exclamou: “- Adquiri
um varão” (Gn.4.1).
A
gravidez de Eva estava adornada de esperança. Estaria ela carregando em seu
ventre o redentor prometido? Eva alegrou-se, não apenas por ser mãe, mas pela
esperança redentora em seu coração. E mesmo frustrada em sua expectativa
apressada (Gn.4.8), seus filhos lembravam-lhe que Deus cumpriria sua promessa
de salvação (Gn.4.4). Esta promessa alimentou o desejo de dar à luz filhos, na
esperança de que, um dia, um deles fosse o Redentor (Gn.4.25-26).
Alguns
milhares de anos se passaram até que a promessa do Senhor se cumprisse trazendo
Jesus, o Filho bendito, para viver como um de nós e morrer em nosso lugar,
alcançando-nos a salvação. Essa distância temporal demonstrou que Deus jamais se
esquece de suas promessas, pois é fiel para cumprir sua Palavra. Muitos
empecilhos surgiram pelo caminho; diversos inimigos opuseram-se ao plano
divino; o caos moral-espiritual devastou o povo de Deus diversas vezes. Contudo,
Deus revelou-se poderoso para cumprir sua Santa Palavra, apesar de todos os
obstáculos postos diante dEle.
Durante
a longa história da redenção, Deus revelou-se ao homem pouco a pouco,
anunciando-lhe como se daria a salvação enquanto guiava seu povo, preparando-o
para dar à luz ao Filho de Deus. E, em toda a jornada de seu povo, Deus esteve
presente com graça e misericórdia, garantindo o curso da história. Em Israel,
vemos a fraqueza do pecador, a graciosa salvação do Senhor e a grandeza da glória
de Deus. Nada foi por acaso; nada fugiu do controle, até que chegasse a plenitude
do tempo para o advento de Cristo (Gl.4.4; Ap.12.1-5).
A
história redentora não acabou. Cristo também nos deixou promessa, pois voltará
para buscar os que são seus (Mt.25.31-46), a fim de consumar a eterna salvação.
Devemos, então, lembrar que tudo que “foi
escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela
consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm.15.4).
Semelhante
a Adão e Eva, somos impelidos a viver pela esperança que nos foi deixada por Jesus.
Olhando para a criação ao nosso redor, contemplamos a sabedoria de Deus;
desfrutando do sustento diário, alegramo-nos na providência divina. Contudo, é
em nossa fraqueza que se torna mais evidente a graça do Senhor e experimentamos
o tão grande amor de Deus que provou “seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores” (Rm.5.8).
Nossas
fraquezas, então, não são sinais de vergonha, mas instrumentos para mostrar ao
mundo o amor e o poder de Deus que manifesta na vida daqueles que se achegam
humildemente a ele, a fim de encontrar auxílio divino em tempo oportuno. Por
essa razão, Paulo disse que sentia “prazer
nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias,
por amor de Cristo” (2Co.12.10).
Diante
de nossas debilidades, somos compelidos a clamar com humildade, a fim de
encontrarmos a manifestação da graça e poder de Deus que nos socorre, ajudando-nos
a percorrer a jornada cristã. Com o auxílio do Senhor, vencemos obstáculos;
triunfamos sobre os inimigos; produzimos frutos de justiça; e, guardamos a fé
em Jesus. Em tudo isso, Deus manifesta seu amor, graça e glória.
Portanto,
não considere a fraqueza um sinal de derrota. Por meio da fé em Cristo, você é
um instrumento do Senhor para manifestar ao mundo a glória de Deus (Rm.9.23).
Onde o mundo vê fraqueza, Deus vê o ambiente para a manifestação de sua
salvação; onde o mundo vê derrota, Deus demonstra sua glória operando suas
maravilhas para que em tudo, seja Ele glorificado na vida de seu povo.
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