“SENHOR,
não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.” (Sl.6.1)
Mesmo que nem todos os problemas da
vida sejam consequência de nossos erros, a Escritura nos diz que os males do
mundo tem no pecado sua raiz, por isso “toda
a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” (Rm.8.22).
Contudo, Cristo é o restaurador de tudo, pois a redenção tanto livrou nossa
alma do inferno quanto nos deu acesso ao novo céu e nova terra, onde todo nosso
ser será restaurado e glorificado para uma vida plena com Deus por toda a
eternidade.
Pecado, angústias e esperança
também são encontrados nos Salmos de Davi. Em diversos de seus salmos, ele
mostra um profundo senso de natureza pecaminosa, associada a seus sofrimentos,
pois, ao apresentar-se diante de Deus, a luz da glória do Senhor revelava as
falhas e fraquezas de Davi. Por ter sido bastante perseguido e atribulado, Davi
clamava com frequência, pedindo ajuda ao Senhor. Contudo, antes, ou durante,
seu clamor, ele demonstrava consciência de que sua oração não provinha de
lábios perfeitos, mas de um pecador que precisa da graça e da misericórdia do
Senhor.
Mesmo dentro de Israel, Davi tinha
muitos inimigos, e, por conhecerem um pouco da lei do Senhor, esses inimigos
sabiam que os pecados eram castigados por Deus, de acordo com a Lei de Moisés
(Dt.28). Desta forma, muitos torciam para ver a queda de Davi, da mesma forma
como os adversários de Daniel procuravam razão para acusá-lo (Dn.6). Nesses
momentos difíceis, Davi clamava a Deus para que seus inimigos não prevalecessem
sobre ele, pois nas mãos do Senhor estava o poder para perdoar a todo o que o
buscasse de todo o coração (Sl.130.4). Portanto, enquanto seus adversários
ansiavam pela queda de Davi, a fim de que o Senhor o castigasse, Davi confiava
na superabundante graça de Deus, e humildemente rogava para que Deus o livrasse
de todo mal. Por isso, sabendo que era merecedor de castigos provenientes de Deus,
Davi roga por misericórdia e perdão, pois sua esperança estava depositada na
graça do Senhor (Sl.6.4).
Cristo aplacou a ira de Deus que
estava sobre nós, cancelando o “escrito
de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era
prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os
principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando
deles na cruz” (Cl.2.14-15). Por meio de sua vitória na cruz do Calvário,
Jesus expulsou “o acusador de nossos
irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus”
(Ap.12.10). Desta forma, todos os que confiam na justiça de Cristo encontram em
Jesus alívio para a alma (Mt.11.28-30) e vitória sobre os inimigos (1Co.15.25).
Por causa de Cristo, não somos repreendidos segundo nossos pecados nem
castigados pelo furor do Senhor, pois “temos
paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm.5.1). Davi confiou
na promessa redentora, e Cristo a cumpriu perfeitamente, dando-nos graciosa e
poderosa salvação.
Não olhe para seus pecados, mas
para a santidade de Cristo; não confie em suas obras, mas na justiça de Jesus;
não se vingue de seus inimigos, mas descanse no poder de Deus. Quando seus
inimigos se levantarem contra ti, clame ao Senhor, pois nEle há poderosa
redenção. Seus pecados podem trazer-lhe lutas e angústias, mas Cristo é
poderoso para nos socorrer e livrar-nos de todas elas, pois enquanto o mundo
intenta mal contra nós, Deus o transforma em bem, para nossa edificação
(Gn.50.20), pois “todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo
o seu propósito” (Rm.8.28).
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