“Porque dele, e por meio dele, e para
ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
(Rm.11.36)
Após a queda
de Adão e Eva, Deus prometeu graciosa redenção. Mas, o pecado se multiplicou
entre os homens, então Deus trouxe juízo sobre os ímpios e dispensou graça para
a família de Noé. Mais à frente, o Senhor chama Abraão, Isaque e Jacó,
fazendo-lhes promessa sobre a terra de Canaã e o descendente que abençoaria as
nações. Depois de 430 anos, Moisés liberta o povo de Israel do Egito e passa 40
anos caminhando no deserto até morrer toda a velha geração. Josué é escolhido
para fazer a nova geração de Israel entrar na terra prometida e recebe de Deus
a vitória sobre os inimigos. Mais à frente, Rute, uma gentia, revela fé no Deus
de Israel, assim como Tamar e Raabe o fizeram anteriormente, e recebe a benção
de entrar na linhagem messiânica. Algumas gerações depois, Davi, descendente de
Boas e Rute, vence um gigante, recebe a vitória sobre os inimigos e se torna o
maior rei de Israel. Estas são algumas das histórias relatadas pela Bíblia. Os
relatos são bastante distintos quanto ao tempo, personagens e enredo. No
entanto, estas e todas as demais passagens Bíblicas têm um tema e propósito em
comum: A GLÓRIA DE DEUS.
Há muito
tempo, estudiosos do Antigo e Novo Testamento sugerem temas centrais para estas
porções da Palavra de Deus. Os mais comuns são: o Messias, as promessas
divinas, o Reino de Deus, as alianças, os ofícios (profeta, sacerdote, rei). A
grande dificuldade de se firmar qualquer um desses temas como centrais é o fato
de que nem todas as passagens apontam para eles. Por esta razão, a discussão
permanece até hoje entre os estudiosos da Bíblia. Contudo, em todas as
passagens das Escrituras é possível se encontrar outro tema que direciona o leitor
na compreensão de cada texto, como uma chave hermenêutica: A GLÓRIA DE DEUS. Os
membros da assembléia de Westminster compreenderam que o propósito da Palavra
de Deus é glorificar o Senhor e, na Confissão de Fé de Westminster, disseram: “o escopo do seu todo [...] é dar a Deus toda a glória” (CFW I, V);
ou, como afirmam no Catecismo Maior de Westminster: o “propósito do seu conjunto, [...]
é dar a Deus toda a glória” (pergunta 4). Todos os temas propostos pelos
estudiosos servem ao mesmo objetivo: A GLÓRIA DE DEUS; que pode ser percebido
tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, unindo os textos Sagrados que apesar
de diversificados possuem um único autor sobre todos os autores: DEUS.
Assim, fica
mais fácil de se compreender os diversos textos das Escrituras, da criação de todas
as coisas até o apocalipse. As batalhas não foram lutas quaisquer, entre
pessoas ou nações, mas guerras travadas para defender a glória de Deus, pois o
povo do Senhor carregava o NOME daquele que o escolheu. As bênçãos derramadas
por Deus sobre Seu povo também são mais que dádivas graciosas, são instrumentos
para glorificar o NOME do Senhor, mostrando que “a bondade de Deus dura para sempre” (Sl.52.1) e a “sua
misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem”
(Lc.1.50). Da mesma forma, servirão ao propósito de dar a Deus toda a glória
tanto o novo céu e a nova terra, para onde irão os “vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão”
(Rm.9.23), quanto o inferno para onde vão os rebeldes, “os vasos de ira, preparados para a
perdição” (Rm.9.22).
A presente
geração cristã tem um grande desafio: deixar de olhar para si mesma e buscar a
glória de Deus. Ou seja, precisa abandonar o humanismo pagão e centrar toda sua
cosmovisão na glória de Deus. A vida cristã gira em torno da glória do Senhor:
as orações, as ações, as pregações, as programações, a evangelização, a
teologia, os relacionamentos. Como Paulo, “assim falamos, não para que agrademos a homens, e
sim a Deus, que prova o nosso coração” (1Ts.2.4), mostrando ao mundo
que tudo foi criado para a glória de Deus.
Desta forma,
gostaria que você, leitor da Palavra de Deus, lê-se a Bíblia sempre pensando em
como o texto quer conduzir você até A GLÓRIA DE DEUS, lembrando sempre que “somos
feitura dele, criados em
Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou
para que andássemos nelas” (Ef.2.10), afinal tudo fora feito por
Ele, “porque dele, e por meio dele, e para ele
são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”
(Rm.11.36)
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