“Mas,
irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e
de sabedoria” (At.6.3)
A missão de pastorear aqueles que foram
alcançados pelo poder da Palavra e do Espírito de Deus, não pode ser dada a
qualquer um. Por isso, não poderiam ser menos exigentes os vários requisitos
Bíblicos para ser pastor (presbítero) ou mesmo diácono (At.6.3; 1Tm.3.1-13;
4.12; Tt.1.5-9), afinal não se entrega os bens mais valiosos nas mãos de homens
inexperientes e incapazes para administrá-los, nem muito menos a própria filha
para ser cuidada por qualquer pessoa.
O chamado não consiste apenas na
administração da vida comum do povo de Deus: bens, programações, liturgia... O
Senhor chama homens para cuidar de cada uma de suas ovelhas, lutando e se
esforçando para que estejam sempre sadias e felizes, preparadas para a volta do
sumo pastor: Jesus. São instrumentos de Deus no propósito de edificar Sua
igreja, transformando-a de glória em glória por meio do Espírito Santo, na
imagem daquele que por ela morreu e ressuscitou (2Co.3.18). E, para contribuir
nesta excelente obra, é necessário que sejam homens cheios do Espírito e de
sabedoria, modelos do rebanho pela graça do Senhor.
Não são homens perfeitos, mas buscam a
perfeição; não sabem tudo, mas mergulham no conhecimento profundo das
Escrituras; não são infalíveis, mas humilde e persistentemente recomeçam após
cada erro; não possuem o poder de tocar nos corações, mas clamam veementemente
àquele que pode salvar e transformar todo pecador. São homens guiados pelo
Espírito de Deus, que anseiam a vontade do Senhor mais que todas as coisas que
a vida possa oferecer, pois em nada consideram a vida preciosa, para si mesmos,
contanto que completem o ministério de testemunhar o evangelho da graça de Deus
(At.20.24).
A presença abundante do Espírito Santo na
vida do cristão é expressa no caminhar santo, em piedade e devoção a Deus. Este
caminhar, cheio do Espírito, é visto no temor e comunhão dos irmãos da igreja
em Jerusalém (At.2.42-47); na ousadia e firmeza de Pedro e João em pregar o
evangelho (At.4.19); no amor e dedicação de Barnabé pela igreja de Jesus
(At.4.36-37; 9.27); no testemunho de Estevão perante os judeus (At.6.8); na
evangelização da igreja a todas as pessoas (At.11.20); na dedicação do apóstolo
Paulo na obra do Senhor (At.20.24); e, é descrito em 1 Timóteo 3.1-13 na lista
de requisitos para que um homem se torne presbítero ou diácono.
Aqueles que o Senhor chamou para pastorear o
“rebanho de Deus [...] não por constrangimento, mas espontaneamente, como
Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores
dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1Pe.5.2-3), são escolhidos a fim de dar
testemunho vivo do poder de Deus para transformar o pobre pecador à santa
imagem de Cristo, nosso Senhor. Não como os fariseus que “atam fardos
pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens;
entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los” (Mt.23.4), aos quais Jesus repreendeu por
serem hipócritas e soberbos, dominadores e gananciosos (Mt.23), que louvavam
Deus com os lábios, mas tinham o coração longe do Senhor (Mt.15.8). Mas, como
exemplos em tudo, ensinando a Palavra e vivendo-a pelo Espírito, para que a
igreja tenha clareza na compreensão e prática de toda vontade de Deus que é “boa, agradável e perfeita” (Rm.12.2).
Por amor à igreja de Jesus, não podemos impor
as mãos precipitadamente sobre homens que não atendem a todos os requisitos
impostos pelas Escrituras para que sejam presbíteros (pastor) ou diáconos (1Tm.5.22;
Tt.1.5-9). A igreja precisa de homens dispostos a dar a vida pelas ovelhas
(Jo.10.11; 1Ts.2.8), pastoreando “não
para agradar a homens e sim a Deus, que prova o nosso coração” (1Ts.2.4).
Homens que sirvam com alegria, de livre vontade (1Co.9.17), tendo prazer na
obra do Senhor; dispostos a fazer tudo por causa do evangelho, a fim de se
tornarem cooperadores com ele (1Co.9.23), sendo “padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na
pureza” (1Tm.4.12), fazendo o melhor na obra, enquanto aguardam de Deus a
recompensa (1Co.3.14).
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