“Reinou, pois, Davi sobre todo o
Israel; julgava e fazia justiça a todo o seu povo.” (2Sm.8.15)
Crianças descalças e famintas, hospitais superlotados,
colégios maltratados, professores mal pagos, violência nas ruas, cidade mal
estruturada e suja... São alguns dos problemas que temos enfrentado em boa
parte dos municípios em nosso país.
O cidadão, ao observar essa vergonhosa realidade, se
dirige para o governo responsabilizando-o por toda negligência em sua
administração. Contudo, a raiz do problema, da sociedade brasileira, não está
em cima, e sim em baixo, na base, como boa parte das raízes das árvores estão.
Os problemas da sociedade são sintomas da má educação,
ou mesmo falta dela. “O coração enganoso
mais que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr.17.9), e “os pés ligeiros para derramar sangue”
(Rm.3.15) são potencializados durante anos pela má educação familiar e social.
Desde cedo, a criança vê os pais vendendo o voto, ambicionando riquezas,
mentindo um para o outro, buscando somente seus próprios interesses, tolerando
pecados, dizendo uma coisa e fazendo o oposto dela. Essa é a educação do
brasileiro; é também a educação dos políticos de nosso país.
Por isso, vai ano e vem ano e mudamos apenas a cara do
político, mas as ações continuam bastante semelhantes. Troca-se um pecador por
outro, e por isso não ocorre nenhuma diferença significativa. E, a razão de
tudo isso é o pecado presente no coração do cidadão que não consegue vê os
males que faz a si mesmo ao agir errado.
No entanto, a Palavra de Deus diz que “feliz a nação cujo Deus é o Senhor”
(Sl.33.12a). É preciso, então, que o governo dessa nação esteja aos pés de
Cristo, submissa à vontade de Deus, administrando o país de acordo com a
santidade do Senhor; e, assim, abençoando toda a nação. Para isso, é preciso
que cristãos abracem o propósito de se dispor a servir o país por meio da
política, não com ganância, como quem sobe ao poder em benefício próprio, mas
com humildade, piedade e propósito bem definido de servir o Senhor na
administração da nação.
É triste vê evangélicos vendendo o voto para políticos
que se revelam claramente corruptos na própria compra destes, com tentações
enganosas, como a serpente fez com Eva. Desta forma, os evangélicos se mostram
tão cegos e gananciosos quanto qualquer outra pessoa da sociedade. E, por essa
cegueira e ganância, o evangelicalismo tem se revelado desunido e sem propósito
definido, que deveria ser o de glorificar Deus. Há poucos cristãos, sérios, que
se propõe a servir o Senhor na política e quando aparece um, os evangélicos não
apóiam, nem oram, nem muito menos votam nele. Porém, todos estes querem um país
melhor, mas são os primeiros a pecar contra Deus, ao desprezar a atuação da
igreja em servir o Senhor na política.
Davi reinou com equidade, pois governava na presença
de Deus, e a Palavra do Senhor lhe dava direção para fazer justiça a todos,
conforme aquele “que não faz acepção de
pessoas, nem aceita suborno” (Dt.10.17), “julga o mundo com justiça e
administra os povos com retidão” (Sl.9.8). Davi era o rei, mas Deus era o
soberano, Senhor de toda a nação, conduzindo o povo por Sua Palavra. Israel
teve uma oportunidade única na história da humanidade: ter uma nação regida
pela Palavra de Deus, governada pelo próprio Senhor, por meio de seu servo, o rei.
Para que esta bênção se concretize em nossa nação, é
preciso que os cristãos usem “a prática
de súplicas, orações, intercessões, ações de graças em favor de todos os
homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade,
para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito”
(1Tm.2.1-2). E, além de orar, é necessário também que se pregue a Palavra de
Deus para que haja conversões de pecadores, pelo poder do Espírito Santo, em
cada área e classe da sociedade, tanto ricos quanto pobres; tanto grandes
quanto pequenos.
Se você está convencido de que pode atuar na
sociedade, como político, servindo o Senhor neste papel social, faça-o com
temor, em oração e dependência constante de Deus, e o Senhor da glória
conduzirá seus passos. Mas, se não é este o seu chamado, sirva a Deus apoiando
aqueles que foram chamados para este serviço, orando e ajudando-os para que
sejam bênçãos na função que irão desempenhar. E, assim, Deus será glorificado;
e, então, poderemos um dia dizer: “feliz
a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl.33.12).
Nenhum comentário:
Postar um comentário