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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O cristão e a política


Reinou, pois, Davi sobre todo o Israel; julgava e fazia justiça a todo o seu povo.” (2Sm.8.15)

Crianças descalças e famintas, hospitais superlotados, colégios maltratados, professores mal pagos, violência nas ruas, cidade mal estruturada e suja... São alguns dos problemas que temos enfrentado em boa parte dos municípios em nosso país.
O cidadão, ao observar essa vergonhosa realidade, se dirige para o governo responsabilizando-o por toda negligência em sua administração. Contudo, a raiz do problema, da sociedade brasileira, não está em cima, e sim em baixo, na base, como boa parte das raízes das árvores estão.
Os problemas da sociedade são sintomas da má educação, ou mesmo falta dela. “O coração enganoso mais que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr.17.9), e “os pés ligeiros para derramar sangue” (Rm.3.15) são potencializados durante anos pela má educação familiar e social. Desde cedo, a criança vê os pais vendendo o voto, ambicionando riquezas, mentindo um para o outro, buscando somente seus próprios interesses, tolerando pecados, dizendo uma coisa e fazendo o oposto dela. Essa é a educação do brasileiro; é também a educação dos políticos de nosso país.
Por isso, vai ano e vem ano e mudamos apenas a cara do político, mas as ações continuam bastante semelhantes. Troca-se um pecador por outro, e por isso não ocorre nenhuma diferença significativa. E, a razão de tudo isso é o pecado presente no coração do cidadão que não consegue vê os males que faz a si mesmo ao agir errado.
No entanto, a Palavra de Deus diz que “feliz a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl.33.12a). É preciso, então, que o governo dessa nação esteja aos pés de Cristo, submissa à vontade de Deus, administrando o país de acordo com a santidade do Senhor; e, assim, abençoando toda a nação. Para isso, é preciso que cristãos abracem o propósito de se dispor a servir o país por meio da política, não com ganância, como quem sobe ao poder em benefício próprio, mas com humildade, piedade e propósito bem definido de servir o Senhor na administração da nação.
É triste vê evangélicos vendendo o voto para políticos que se revelam claramente corruptos na própria compra destes, com tentações enganosas, como a serpente fez com Eva. Desta forma, os evangélicos se mostram tão cegos e gananciosos quanto qualquer outra pessoa da sociedade. E, por essa cegueira e ganância, o evangelicalismo tem se revelado desunido e sem propósito definido, que deveria ser o de glorificar Deus. Há poucos cristãos, sérios, que se propõe a servir o Senhor na política e quando aparece um, os evangélicos não apóiam, nem oram, nem muito menos votam nele. Porém, todos estes querem um país melhor, mas são os primeiros a pecar contra Deus, ao desprezar a atuação da igreja em servir o Senhor na política.
Davi reinou com equidade, pois governava na presença de Deus, e a Palavra do Senhor lhe dava direção para fazer justiça a todos, conforme aquele “que não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno” (Dt.10.17), “julga o mundo com justiça e administra os povos com retidão” (Sl.9.8). Davi era o rei, mas Deus era o soberano, Senhor de toda a nação, conduzindo o povo por Sua Palavra. Israel teve uma oportunidade única na história da humanidade: ter uma nação regida pela Palavra de Deus, governada pelo próprio Senhor, por meio de seu servo, o rei.
Para que esta bênção se concretize em nossa nação, é preciso que os cristãos usem “a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito” (1Tm.2.1-2). E, além de orar, é necessário também que se pregue a Palavra de Deus para que haja conversões de pecadores, pelo poder do Espírito Santo, em cada área e classe da sociedade, tanto ricos quanto pobres; tanto grandes quanto pequenos.
Se você está convencido de que pode atuar na sociedade, como político, servindo o Senhor neste papel social, faça-o com temor, em oração e dependência constante de Deus, e o Senhor da glória conduzirá seus passos. Mas, se não é este o seu chamado, sirva a Deus apoiando aqueles que foram chamados para este serviço, orando e ajudando-os para que sejam bênçãos na função que irão desempenhar. E, assim, Deus será glorificado; e, então, poderemos um dia dizer: “feliz a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl.33.12).

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