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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nova Vida, Novo Rumo


Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt.16.26)

De tantos lugares que ele poderia estar, de tantas coisas que estava acostumado a fazer, em noites como aquela, ali estava, sentado, numa convidativa noite de sexta-feira, na praia de Cabo Branco, próximo às tranqüilas águas que iam e viam, enquanto refletiam o brilho reluzente da lua. Os refletores clareavam boa parte da praia, mas ele preferiu o canto mais escondido. Em quase toda a extensão da orla havia grupos se divertindo, mas ele escolheu um lugar sossegado. Diversos casais contemplavam a beleza daquele luar, desfrutando de uma noite romântica e agradável, no entanto, ele estava só, seu coração e mente eram suas únicas companhias.

O mundo parecia haver parado. O celular tocou diversas vezes, mas ele não atendeu. Eram seus amigos à sua procura, mas naquela noite não queria ser achado. Tantas vezes esteve ali, curtindo a vida ao seu jeito, rodeado de amigos que compartilhavam do mesmo estilo de vida. Corriam, bebiam e faziam o que seus instintos queriam. O mundo parecia deles, a vida era vivida como se todo controle estivesse em suas mãos.

Mas, desta vez era diferente. Aquele coração que costumava voar livre, desafiando as leis da vida e da morte, trocando as noites pelos dias, correndo sem limite de velocidade, como se a vida fosse uma longa freeway, agora estava calmo como as águas daquela maré baixa e tranqüila. Habituou-se a viver sem muita necessidade de propósitos, sem muito conteúdo em sua mente para não lhe pesar na carroceria que ia velozmente em direção a lugar nenhum. Contudo, o coração estava pesado naquela noite, cheio de muitas dúvidas que o obrigaram a parar. Enquanto, outros continuavam tangendo em alta velocidade seu canto reservado, ele apenas contemplava o luar, fito os olhos naquela imensa bola branca que nunca foi tão atentamente contemplada por ele.

Qual o sentido de sua vida? Afinal, havia vivido sem nenhum propósito até aquele momento. Ele havia desfrutado de alguns privilégios, que, talvez, a maioria das pessoas não tivesse. Seus pais possuíam boas condições financeiras, favorecendo seus devaneios em cada dia e noite. Estudou nos melhores colégios, ainda que não desse valor a nenhum deles. Teve as melhores roupas, mesmo que nunca tivesse agradecido por alguma delas. Teve tudo que uma criança, adolescente e jovem gostaria de ter. Mas, agora, em seus vinte e cinco anos, uma única palavra desmoronou seu mundo banal e vazio. Tudo que sempre fez, parecia não fazer mais sentido. Suas alegrias perderam a graça. Seus amigos pareciam vãos. Seu futuro era incerto e agora, assustadoramente duvidoso. Nada fazia mais sentido em seu coração.

Para onde iria sua vida? O que encontraria no final daquela jornada percorrida há algum tempo? Finalmente, se deu conta que todo início haveria de ter um fim. A estrada que um dia começou a percorrer o conduziria a algum lugar. Mas, que lugar seria? Em meio a tantas dúvidas, estava se dando conta que precisava de respostas urgentes. Não poderia continuar correndo sem saber para onde iria. Finalmente ele percebeu que seria melhor conhecer o caminho antes de chegar ao final da estrada.

Foi passando em frente a uma igreja, sem que tivesse o propósito de ouvir o que o pregador veementemente anunciava ao público, que ele o ouviu ler: “Que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt.16.26). Essas duas perguntas entraram em seu coração e ecoaram em sua alma, que nem mesmo sabia que tinha. Passou o restante da noite dividido entre a diversão junto aos amigos, e a reflexão sobre o que ouvira. E, sem muito espaço para pensar sobre a sua vida, foi para casa descansar.

Era uma quinta-feira. Este dia ficaria marcado para sempre em seu coração. O dia em que ouviu aquela palavra tão forte e decisiva. O dia seguinte foi longo e desafiador. Esteve pensando o tempo todo no texto que ouviu ser lido. À noite, tomou rumo diferente daqueles que estava acostumado a percorrer. Sentado na praia, pensava na repercussão daquele pequeno texto que ouviu na noite anterior, sobre o qual nunca havia parado para pensar.

O que para alguns era o desperdício de uma noite não aproveitada, na verdade foi a primeira noite de sua nova vida. Seu coração desejoso de obter respostas estava disposto a procurar por um pastor, a fim de ouvir mais daquele livro que falou tão poderosamente ao seu coração. Sua vida começaria a obter sentido e a longa freeway que, um dia começou a percorrer, tinha destino certo, pois não correria mais em vão (1 Co.9.26). Ele não queria mais comer, beber e repetir a rotina à toa, seja qual fosse. Queria ter um propósito que lhe desse razão para viver. Algo que fosse muito maior que a rotina diária de uma vida comum na sociedade. Afinal todos teriam o mesmo final: a morte. E, como seria a morte? O que ou quem determinaria que tipo de morte seria? Ele não estava preocupado com a forma como morreria, mas o destino que esta morte lhe traria. Pela primeira vez estava consciente de que a vida era realmente curta e por melhor que fosse não poderia fugir de seu fim.

A graça de Deus alcançou aquele coração. A Palavra de Deus foi colocada pelo Espírito Santo no mais íntimo do ser daquele jovem. Era impossível resistir. E, desta vez, ele realmente não desejava se opor a tudo aquilo. Sua mente e coração foram transformados e consequentemente sua vida estava no início de uma grande e maravilhosa nova vida. Aquele que “estava perdido foi achado” (Lc.15.24). Os pecados estavam sendo abandonados. A vida vazia começou a ser cheia com a Palavra de Deus e se iniciou uma longa jornada andando “humildemente com Deus” (Mq.6.8). Como está escrito: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co.5.17).

Como está a tua vida? Talvez não seja igual à vida de nosso personagem fictício da estória acima, mas, sem Cristo, tua vida também está sem sentido. Afinal, pense consigo mesmo: Qual o propósito da tua vida? E, depois que a morte chegar, o que acontecerá, você sabe? Será que estamos perdidos no universo, como um planeta vagando sem propósito? Não, é certo que não! Cada criatura em seus mínimos detalhes, cada lei da natureza, revelam a sabedoria e glória daquele que fez tudo para o Seu louvor (Sl.19.1-4; Rm.11.33-36).

Cuide melhor da vida que Deus te deu, “porque a juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ec.11.10), ou seja, passam rapidamente. A Palavra de Deus diz que “aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna” (Gl.6.7-8). Nossas ações trazem conseqüências futuras, boas ou más. Quais serão os frutos que você colherá no futuro e após a morte? Ou, você pensou que nunca morreria?

Nunca é tarde para se recomeçar e nem cedo demais para mudar de rumo. Esse é o momento de você parar, como o jovem da estória, e refletir sobre a vida e a morte, sobre o presente e o futuro, sobre céu e inferno, sobre Deus e você. A Palavra de Deus é poderosa para salvar o que se perdeu, mudar o que não está bom e dar esperança de uma nova vida abundante no Senhor. O Espírito do Senhor pode mudar teu coração e mente, tua família e forma de viver. Pois, Cristo já venceu e tem vida para dar à todo aquele que o buscar. Nunca será cedo ou tarde demais enquanto houver vida.

No entanto, quanto maior a distância percorrida sem Cristo, maiores serão os danos dessa vida sem rumo, sem sentido, sem direção. Incline os ouvidos para a Palavra de Deus e tua “alma viverá” (Is.55.3). Ouça o que diz o Senhor Jesus: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt.11.28), e corra aos pés da cruz. Ouça com o coração o ecoar das Palavras de Jesus, que diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (Jo.11.25-26).

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