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sábado, 21 de maio de 2011

Mais que Vencedores


Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm.8.37)

A realidade diária dos cidadãos metropolitanos é, em geral, corrida e estressante, marcada por trânsitos engarrafados, longas horas de trabalho, pouco tempo para dormir e muita preocupação com o enriquecer. Os pais não têm mais tempo para estar com seus filhos, e nem aqueles que um dia declararam imenso amor a Cristo têm encontrado mais tempo e ânimo para ir à igreja adorar Deus. Com isto, a depressão se espalhou, alcançando diversas idades; a degeneração dos valores morais e éticos atinge seus níveis mais altos; e, a perda de sentido da vida tem conduzido a sociedade ao consumismo desenfreado.

Esses dias maus têm deixado graves marcas na alma do cristão. E, como se não bastassem os problemas externos que temos enfrentado neste mundo pervertido, ainda temos que lutar contra a própria natureza pecaminosa que guerreia dentro de nós, “porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl.5.17).

Neste contexto de lutas e dores, Deus tem Palavra de vida para nós. Para o cristão cansado, desanimado, desconsolado, aguardando nas promessas de Deus, a Palavra de Deus traz alento, ânimo, consolo e esperança. E, para aqueles que estão perdidos, “sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef.2.12), a Palavra de Deus traz perdão em Cristo, paz com Deus e um novo coração.

Como resposta à necessidade do homem pecador, Deus enviou seu precioso Filho. Cristo, o Filho de Deus, derramou seu precioso sangue para salvar aqueles que crêem. E, esta é a primeira razão pela qual o cristão é chamado de: Mais que vencedor. Jesus aceitou voluntariamente a condição de trocar de lugar com o pecador. Tendo vivido em santidade e obediência, morreu pelos pecadores como se fosse um deles. Cristo “foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Is.53.5). Aquele que viveu há aproximadamente dois mil anos atrás, pagou a dívida eterna. Jesus, o único santo e justo, carregou as transgressões de muitos pecadores.

Não pense que Deus simplesmente passou a mão em tua cabeça e disse: – Deixe para lá! Estás desculpado! Não se preocupe, eu não ligo para o teu pecado – Deus não ignorou e nem pode ignorar o teu pecado, pois a justiça dEle não permite isso. Foi preciso que a dívida fosse paga, que o justo castigo determinado por Deus fosse cumprido. Então, Deus enviou o Seu Filho para morrer, para sofrer o juízo de Deus por nós. Agora, justificados por Cristo, perdoados pelo Senhor, somos os mais felizes dos homens. Por isso, diz o Salmo 32: “Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo

Jesus morreu por nós, mas foi o Espírito de Deus quem trouxe a justiça de Cristo para nós. O Espírito do Senhor trouxe ao nosso coração nova vida e com ela a justiça de Jesus. Não estamos debaixo “da lei do pecado e da morte”, mas debaixo “da lei do Espírito”. Ou seja, não estamos sob domínio da carne, lutando para obedecer à Lei de Deus, sozinhos, à mercê de nossa própria justiça. Não estamos mais entregues à escravidão do pecado, “porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, [nos] livrou da lei do pecado e da morte” (Rm.8.2). Cristo obedeceu por nós, Jesus foi castigado em nosso lugar. Agora, estamos livres da condenação.

Estamos em paz com Deus! Em vez da ira de Deus, temos recebido de Seu amor sobre medida “que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tt.3.6,7). E, por sermos filhos de Deus, em Cristo Jesus, “já não [somos] estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e [somos] da família de Deus” (Ef.2.19). Nele, somos herdeiros de um reino glorioso e indescritível, herdeiros de maravilhas celestiais. Esta é a segunda razão pela qual somos mais que vencedores: Deus nos chama de filho, e “se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm.8.17).

Os Cristãos do 1º século passaram por uma série de lutas e tribulações por causa da fé. Eles foram pressionados a negar a fé em Cristo, com ameaças de tortura e morte. Eles foram tentados de todas as formas para retornarem ao mundo insensato e pecador. A jornada foi árdua demais e o vale da sombra da morte bastante tenebroso. Mas, a Escritura lhes garantiu que ao final eles encontrariam pastos verdejantes (Sl.23). E, mesmo em face da morte, os cristãos de Roma deveriam continuar firmes, esperando no Senhor, certos de “que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm.8.18). Quando tudo estivesse mal ao redor deles, quando viesse o desânimo e houvesse vontade de desistir, os cristãos poderiam, e sempre poderão, descansar nas promessas do Senhor, “com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef.1.3).

No entanto, é verdade que ainda estamos neste mundo que “jaz no maligno” (1 Jo.5.19). Por isso, Jesus nos enviou outro consolador que nos guia e sustenta, dando-nos uma terceira razão para sermos chamados de mais que vencedores: O Espírito de Deus habita e intercede continuamente por nós.

Por estarmos neste mundo que “jaz no maligno” (1 Jo.5.19), precisamos de constante ajuda do Senhor. No entanto, nosso coração pecador pode nos enganar na hora de pedirmos ajuda. Em vez de você orar com o propósito de glorificar a Deus, buscando a vontade dEle, suas orações poderão ser egoístas e interesseiras e até mesmo carnais. Nos dias do profeta Isaías, Deus não estava atendendo as orações de Israel. As orações deles eram interesseiras e carnais, pois “no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas” (Is.58.3-4).

Não somente Israel era carnal em suas orações, pedindo a Deus o que não convém. Também, alguns cristãos do primeiro século estavam sendo interesseiros e mundanos em suas petições. E, por isso diz Tiago: “pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg.4.3-4).

Precisamos do Espírito do Senhor, porque Ele sabe qual a vontade de Deus e nos ensina a orar como convém. O Espírito de Deus põe em nossa mente e coração o desejo pela vontade do Senhor, “porque não sabemos orar como convém” (Rm.8.26). O Espírito Santo nos capacita a buscar a vontade de Deus mesmo nas adversidades. Portanto, somos os mais felizes dos homens, porque o Espírito nos guia na vontade de Deus. E, orando no Espírito, temos a certeza que o Senhor nos atende a oração, porque pedimos o que agrada o Seu coração, segundo Sua vontade que é “boa, perfeita e agradável” (Rm.12.2).

Em tudo isso, somos mais que vencedores, porque “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm.8.28). Para salvar, santificar e sustentar na fé aqueles “que são chamados segundo o seu propósito” (Rm.8.28), Deus enviou Seu Filho e opera por meio do Santo Espírito no coração pecador. E, para que saibamos como viver a vontade de Deus, Ele nos deu a Sua Santa Palavra. O propósito de Deus para nossas vidas vai muito além das bem-aventuranças terrenas. Deus tem para nós riquezas celestiais que não podem ser comparadas às conquistas neste mundo, pois “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Co.2.9). Por todas estas coisas podemos dizer que somos Mais que Vencedores, somos os mais felizes de todos os homens, por meio daquele que nos amou.

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