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domingo, 26 de dezembro de 2010

O Amor de Cristo entre os Irmãos

Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo.13.34)

Nossos dias são maus e nosso coração sofre com isso. Os pecados, a maldade do mundo e as tentações do diabo costumam deixar marcas nele. O livro de Provérbios nos exorta a cuidar muito bem do coração: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv.4.23) Em geral, a sociedade fria e calculista tem tornado os corações em cubos de gelo destroçados. Os relacionamentos não são mais permeados por terno amor e real cuidado com o próximo. As relações entre as pessoas são expressas no ditado: “amigos, amigos negócios à parte”.
Mas, não é novidade para a Bíblia, pois o Senhor Jesus havia predito o esfriamento do amor: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt.24.12). No entanto, a igreja não deve se acomodar com o mundo e nem aceitar sua forma. O esfriamento do mundo não deve levar a igreja a se esfriar também: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2). A igreja deve reagir ao mundo, lutando contra o sistema maligno e buscando a graça de Deus. Enquanto o mundo te odeia, “não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm.12.21).
Enquanto o mundo quase todo esfria ao seu redor, a igreja deve permanecer ardendo em amor, pois “nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo.13.35). Além do esfriamento, a descrição e práticas do amor no mundo são marcadas pelo pecado. O amor do mundo é um sentimento egoísta, conveniente a cada um, que visa o prazer. Ou seja, não passa de sensações internas que produzem satisfação ao corpo. O amor, segundo vemos no mundo, é um sentimento que justifica pecados. Os jovens se entregam à relação sexual antes do tempo em nome de um suposto amor. Há aqueles que aprisionam e até matam por um fictício amor que dizem ter; enquanto outros são ciumentos e utilitaristas em seus relacionamentos.
Isto ocorre porque o coração do homem está impregnado com a maldade, “a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria” (Rm.3.14-16). E mesmo quando o mundo demonstra boas ações e aparentes gestos de amor, não consegue produzir verdadeiros frutos de justiça, pois seu amor não procede da Verdade.
O verdadeiro amor é gerado pela Palavra do Senhor e procede de Deus: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 Jo.4.7). Desta forma, o verdadeiro amor é restrito àqueles que conhecem a Cristo. Assim como os verdadeiros adoradores são aqueles que nasceram de Deus, pois o verdadeiro amor é uma virtude que pertence ao Reino dos céus e “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (Jo.3.5). Somente os que nascem do Espírito, recebem novo coração para amar a Deus e ao próximo para “que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis” (Ez.36.27). Por isso, enquanto o mundo desprezar a Deus não conhecerá o verdadeiro amor.
Você está sem amor? Você é incapaz de amar as pessoas? Incapaz de perdoar o outro? É preciso conhecer a Cristo primeiro e lhe entregar o coração. Somente Cristo pode colocar amor em teu coração como fez com o apóstolo Paulo. Antes de conhecer a Cristo, Paulo “respirava ameaças de morte contra os discípulos” (At.9.1-2). Mas, depois de conhecer a Jesus ele torna-se capaz de dar a vida pelos irmãos em Cristo: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios” (Ef.3.1).
Deus nos amou primeiro e nos deu de Seu amor para que amemos também. Recebemos o amor de Deus para mostrá-lo ao mundo pecador. A igreja é o reflexo da glória de Deus, mostrando as virtudes de Deus ao mundo. É através da igreja que Deus revela ao mundo a santidade de todas as suas virtudes prescritas nos mandamentos, “guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente” (Dt.4.6).
Diferente do que os dicionários dizem sobre o amor considerando-o abstrato e emocional, o amor não é um simples sentimento, mas uma parte do fruto do Espírito (Gl.5.22,23). O amor faz parte de um conjunto de virtudes que vem de Deus através do Espírito Santo. O amor não se limita ao sentimento do coração, amar é um modo de agir, de pensar, de vê o mundo ao redor, de vê a própria vida. O cristão age com amor e por amor a Cristo, refletindo nas conseqüências de suas ações. As decisões do cristão são pensadas e conduzidas pela Palavra, em amor a Jesus. O cristão projeta a vida por amor a Jesus, visando também o bem ao próximo (Rm.14.15). Por amor a Cristo, e ao irmão, o cristão abre mão de suas vontades. Além disso, o amor de Deus na vida do cristão confirma sua conversão e sua eleição eterna: “recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, [...] da abnegação do vosso amor [...] reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição” (1 Ts.1.3,4)

A Bíblia revela três modos da igreja se relacionar com o próximo:

O primeiro é o relacionamento entre os irmãos em Cristo. A este chamo de: Amor na Verdade. Os cristãos devem amar uns aos outros como Jesus os amou: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo.13.34). Trata-se de um amor sacrificial, pronto para dar a vida pelo irmão, fazendo tudo por ele: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo.3.16). É tirar de si para dar ao outro, preferir a honra do outro que a própria: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm.12.10).
O segundo é o relacionamento com a criação, um amor dispensado a todos os seres humanos em geral. A este chamo de Amor conforme a Verdade. O cristão deve imitar a graça comum de Deus que abençoa a criação com gestos de bondade: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt.5.44,45). Todos devem ser tratados com cordialidade, bondade, paciência, mansidão, justiça e etc. O cristão não deve maltratar as pessoas, nem mesmo as que perseguem a igreja. O cristão deve fazer de tudo para que o ímpio chegue ao conhecimento de Deus. E nesse empenho o testemunho é fundamental mostrando ao descrente a nova vida em Cristo: “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (1 Co.9.22)

O terceiro é o relacionamento com os falsos profetas, anticristos, deturpadores da verdade. A este chamo de Amor à Verdade. O cristão não deve tolerar as heresias que surgem dentro e fora da igreja. “Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas” (2 Jo.1.10). É preciso lutar pela preservação da fé, ou seja, a sã doutrina, que nos conduz à salvação: “Amados, [...] me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Jd.1.3). O cristão, à semelhança de Jesus, zela pela Palavra de Deus, lutando contra toda distorção da verdade.
Mas, por que a Bíblia faz distinção entre estes três tipos de relacionamento?
  a) Relacionamento entre os cristãos (Amor na Verdade)
  b) Relacionamento com a criação (Amor conforme a Verdade)
  c) Relacionamento com os inimigos de Deus (Amor à Verdade)

Em primeiro lugar, porque o amor cristão está fundamento na Verdade, a Palavra de Deus. O amor cristão não é um simples sentimento, mas um mandamento que vem de Deus. Devemos amar a quem Deus nos mandar, e da forma como Deus nos ensina a amar. O amor cristão é resultado do conhecimento de Deus revelado nas Escrituras Sagradas: Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão” (1 Jo.4.21).
Em segundo lugar, porque o amor cristão é virtude proveniente de Deus e reflete a glória de Deus. O amor cristão vem de Deus para mostrar ao mundo as virtudes de Deus. Desta forma, o cristão imita a Deus para revelar ao mundo Sua glória:
  a) Deus ama sacrificialmente Sua igreja, então, os cristãos devem se amar assim também: Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl.3.13)
  b) Deus cuida da criação com bênçãos comuns, então, os cristãos devem abençoar também: para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt.5.45)
  c) Deus abomina os falsos profetas, então, os cristãos devem rejeitá-los também: porque o SENHOR abomina o perverso, mas aos retos trata com intimidade” (Pv.3.32)

E porque nosso amor não vem de nosso coração pecador, devemos buscar em Deus esse amor. Se precisas de amor peça-o a Deus, entregando o coração a Cristo. Nosso amor vem de Deus e é guiado pela Palavra do Senhor, a fim de glorificar àquele que em Sua essência é Amor.

Um comentário:

  1. O amor verdadeiro para com todos os meus verdadeiro irmão em cristo está entrando no meu interor (no meu ccoração). Meu contato fasutec@gmail.com

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